Minha criança ferida.

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Não sinto saudade da alma quebrada, a inocência arrancada e de aprender a julgar...

Não sinto saudade de ser transformada em estatística, virar apenas mais uma crítica da hipocrisia milenar.

Não sinto saudade de suportar calada cada vez que minha alma foi arrancada, quebrada e dilacerada e a verdade não contar...

Não sinto saudade de ser tão pequena, indefesa e inocente e não perceber cada olhar...

Não sinto saudade do medo constante, da voz dilacerante que me fazia acreditar que a culpa foi sempre minha...

Não sinto saudade da hipocrisia, da armadilha criada que faz a mulher se culpar...

Não sinto saudade de uma sociedade dilacerante, pouco reconfortante ao nos tratar...

Apenas viva seu momento, independente do argumento que a sociedade vai lançar...

Não sinto saudade das mulheres vazias que nunca entenderão nossa luta e nossa vontade de nunca se calar...

Não sinto saudade da hipocrisia da nossa sociedade, do patriarcado enraizado tentando nos moldar...

Apenas não sinta saudade e viva a intensidade de se amar...

A arte de ser mulherOnde histórias criam vida. Descubra agora