🌖⃤| 𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗨𝗺

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𝗛𝗮𝘂𝗻𝘁𝗶𝗻𝗴 𝗦𝗵𝗶𝘃𝗮𝗻𝗶.˚.*༝✧🩸੭
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A MANIPULADORA:

Às vezes eu tenho pensamentos muito sombrios sobre minha mãe, pensamentos que nenhuma filha sensata deveria ter

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Às vezes eu tenho pensamentos muito sombrios sobre minha mãe, pensamentos que nenhuma filha sensata deveria ter.

Às vezes, nem sempre sou sensata.

- Shivani, você está sendo ridícula - diz minha mãe através do alto-falante do meu telefone. Eu o encaro em resposta, recusando-me a discutir com ela.

Quando não digo nada, ela suspira alto. Eu franzo o nariz. Fico surpresa com o fato de que essa mulher sempre chamou minha vó de dramática, mas não consegue enxergar seu próprio talento para a dramaticidade.

- Só porque seus avós lhe deram a casa, não significa que você tem que realmente viver nela. É velha e você estaria fazendo um favor para todos naquela cidade se ela fosse demolida.

Eu bato a cabeça contra o apoio do banco, revirando meus olhos e tentando encontrar a paciência, escondida no teto manchado do meu carro.

Como é que eu consegui manchar de ketchup lá em cima?

- E só porque você não gosta, não quer dizer que eu não possa viver nela - retruco em um tom seco.

Minha mãe é uma vadia. Simples assim. Ela sempre teve rancor, e por mais que eu tente, não consigo entender.

- Você viverá a uma hora de nós! Será muitíssimo incômodo para você vir nos visitar, não é?

Oh, como eu vou sobreviver?

Tenho certeza de que minha ginecologista também está a uma hora de distância, mas eu ainda faço um esforço para vê-la uma vez por ano. E essas visitas são muito mais dolorosas.

- Não - respondi com ênfase. Estou farta desta conversa.

Minha paciência não dura um minuto quando converso com a minha mãe. Após isso, estou por um fio e não tenho mais vontade de me esforçar para manter o diálogo.

Se não é uma coisa, é outra. Ela sempre encontra algo para reclamar. Desta vez, é pela minha escolha de morar na casa que meus avós me deram. Eu cresci no Casarão Parsons correndo ao lado dos fantasmas nos corredores e assando biscoitos com a minha avó. Tenho boas lembranças daqui, lembranças que me recuso a abandonar só porque a minha mãe não se dava bem com a vovó.

Nunca entendi a tensão entre elas, mas à medida em que fui crescendo, comecei a compreender a ironia da minha mãe e os insultos dissimulados pelo que realmente eram, então tudo fez sentido.

A vovó sempre teve uma perspectiva positiva e otimista sobre a vida, via apenas o lado bom do mundo. Ela estava sempre sorrindo e cantarolando, enquanto a minha mãe está amaldiçoada a permanecer com uma carranca perpétua no rosto, sempre olhando para a vida como se seus olhos tivessem sido danificados quando fora atirada para fora da vagina da vovó. Eu não sei por que sua personalidade nunca se desenvolveu para além da de um porco-espinho, ela não havia sido criada para ser uma vadia espinhosa.

𝐀𝐒𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐒𝐇𝐈𝐕𝐀𝐍𝐈 | 𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝟏Onde histórias criam vida. Descubra agora