Ele é conhecido como o garoto de ouro; rico, popular, carismático e capitão do time, é o tipo de pessoa que conquista tudo o que quer apenas com um sorriso. Tudo, menos ela.
Ela é esquentada, impaciente e carrega um passado de traumas. Sua melhor am...
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Duas semanas depois...
— Isso é tão ridículo. — Mantive os meus olhos fechados, enquanto Isadora tentava terminar a minha maquiagem, mas era meio difícil manter a minha boca fechada.
Eu queria reclamar daquela ideia estúpida de me fazer participar do baile, porque primeiro: eu não gostava de festas. Quanto mais eu pudesse evitar, eu faria isso; e, segundo: eu odiava a multidão. Mas, uma vez que eu tinha feito a promessa para minha melhor amiga, era melhor cumprir.
A promessa consistia no seguinte: eu iria fazer um esforcinho para comparecer no baile e tentar, veja bem, tentar me divertir. Àquela altura da vida, eu achava que Isadora me conhecia o suficiente para saber que “tentar” já era um esforço enorme. Agora, cá estava eu, fazendo aquele esforço para ficar linda para um baile que eu não tinha a mínima paciência com a companhia de um cara que eu não conhecia — e, claramente, não tinha interesse nenhum em querer conhecer.
Quando ele me mandou o convite, dizendo que tinha me comprado no leilão — pelo amor de Deus, outra ideia que eu achei completamente ridícula —, eu pensei em dizer “não”. Digitei a negação com todas as letras e até quase enviei, quando lembrei da promessa.
Céus, o que eu não faria pela Isadora?
— Se ele for insuportável, como todos os garotos são, vai parecer suspeito se ele sumir da festa sem mais nem menos? — Indaguei para ela, revendo as minhas opções.
Isadora revirou os olhos, mas me devolveu aquele sorriso.
— Sem mortes, por favor! — Foi tudo o que ela declarou.
Apesar da leveza da conversa, ela usou o seu tom de voz sério para me indicar que eu não podia levar as minhas ideias malucas adiante. Isa realmente achava que eu era capaz de fazer qualquer coisa, mas eu ainda achava que restava algum limite dentro de mim.
Assim que ela terminou, levantei-me com a sua insistência para que eu me olhasse no espelho e desejei não ter feito isso. Não porque eu estava feia ou algo do tipo, mas porque eu estava... como nunca ficava em lugar nenhum. Meu cabelo loiro estava preso, com uma tiara simples o decorando, e a fumaça preta em contraste com o prata em volta dos meus olhos destacavam o verde deles. Eu queria desistir, tirar aquele vestido de Cinderela, colocar um pijama e assistir um filme de terror psicológico. Era daquele tipo de noite que eu gostava.
— Isa, isso é... — pisquei, analisando a minha imagem no espelho novamente, e suspirei, me recusando a ficar encantada com a minha própria beleza.
Não havia nada demais.
— Ridículo. — Completei para ela, calçando o salto que ela escolheu. E eu estava pronta.
Minha melhor amiga soltou um suspiro resignado, mas estava acostumada comigo. Quem mais me aguentaria tanto daquela forma? Olhei para Isadora Hernandes, sentindo meu coração se encher de orgulho ao notar que ela estava toda deslumbrante. Sua beleza me matava um pouco a cada dia.