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Eu queria finalizar essa história, mas para finalizar eu precisei reler e achei muitos erros, decidi tirar ela de circulação para arrumar. Tem uma cena ou outra nova mais pra frente que faltava ao longo dos capitulos originais, mas é a mesma história. Para quem quiser reler espero que gostem das complementações, pra quem chegou agora boa leitura e para ambos relevem se ainda tiver erros ;*

@i4steloisa muito obrigada pela capa!


O apartamento de Giovanna era pequeno. Um quarto, um banheiro e uma pequena sala separada da cozinha apenas por um balcão. Seu fogão funcionava apenas vinte e cinco por cento do tempo, e sua geladeira cheirava como se algo tivesse morrido nela. Havia rachaduras nas paredes e a pia do banheiro pingava com frequência. Não era isso que imaginava quando se mudou para o Rio, mas a vida nem sempre te leva pelos caminhos que esperamos. A morena jamais esperava estar sozinha, sem nenhum dinheiro em uma nova cidade no auge de seus 26 anos criando seu filho sozinha, depois de ser abandonada por todos que conheceu

Pietro tinha dez meses e era a coisa mais importante de sua vida, seu bem mais precioso. Seu furacãozinho. Ele tinha acabado de aprender a engatinhar e não parava mais no lugar. Apesar de às vezes ser ligado no 220v ele era um menino muito educado e doce. E apesar da frustração ocasional, tornou bastante simples ser mãe solo.

- Pi - Ela suspirou ao escutar o choro da criança, ele se esgoelava pedindo colo e ainda nem eram sete da manhã

Giovanna saiu da cama e passou os dedos pelos cabelos para prendê-los em um rabo de cavalo antes de se inclinar sobre o berço do filho

- Bom dia para você também, furacão - Ela deixou alguns beijos na lateral da cabeça dele e fecha os olhos enquanto os gritos diminuem em um soluço, apenas o lábio inferior do pequeno ainda treme

Giovanna o carrega para a cozinha depois de trocar a fralda e acomoda o bebê na cadeirinha para dar algumas frutinhas amassadas que ele gostava. Quando ela pegou a mamadeira para preparar o leite, Pietro recomeça a chorar

- Que foi, meu amor? - Ela perguntou, colocando a mamadeira na mesa. Pietro apenas chorava incontrolavelmente - Pietro, você vai acordar os vizinhos se continuar chorando. É esse dente? Tá nascendo? - Giovanna se inclina para olhar a boca aberta - Eu não sei o que fazer com você, garoto. Toma o leite - Ela dá de mamar para o filho e, felizmente, ele bebe, mas assim que termina, seus gritos voltam e ele se recusa a tentar comer suas frutas

Depois de minutos intermináveis de choro, ela verifica a temperatura do filho com o termômetro, ele está de fato com uma leve febre e precisava de remédios, mas o Tylenol infantil acabou e ela não tinha outra escolha senão sair agora para comprar

Era dezembro, o sol já estalava, embora ela devesse estar animada com o calor e as festas de fim de ano, ela se sentiu amargurada com a ideia. Ela não pode se dar ao luxo de dar a Pietro um bom primeiro Natal. Ela mal pode se dar ao luxo de se dar algo de bom de vez em quando. Queria criar boas memórias com o filho, mas sair e ver toda aquela felicidade de comercial de margarina na rua só a deixava com mais raiva de tudo que era privada

Depois de arrumar Pietro para sair e o acomodar em seu colo ela entrega um mordedor para distraí-lo da dor. Giovanna destranca a fechadura antes de abrir a porta, apenas para encontrar seu vizinho parado do outro lado, com o punho levantado pronto para bater na porta

É claro que o vizinho mais barulhento e irritante do prédio se incomodaria com o barulho da dor de seu filho, as únicas coisas que não incomodavam Alexandre Nero eram ouvir música incrivelmente alta, bater a cabeceira da cama contra a parede entre seus quartos a qualquer hora da noite, e disparar os alarmes de fumaça no prédio às duas da manhã

Aluga-se uma famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora