O chá.

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Nota: Eu atualizei a fanfic, melhorei algumas coisas da escrita e também mudei pequenas coisas. Decidi colocar eles como estudantes universitários para não causar tanta dúvidas a cerca da idade dos personagens.

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Na sala duma certa universidade, todos os estudantes já são maior de idade. No entanto isso não significa que são maduros, pelo contrário. Os surtos rotineiros do sul-mato-grossense são um ótimo exemplo disso.

O homem de aparência perigosa nunca se cansa de berrar logo pela manhã, tanto que muitos o consideram como um despertador.

Para o mineiro, que adicionou os gritos à lista mental de rotina diária, ouvir o vaqueiro logo pela manhã tornou-se essencial tanto quanto tomar o café ou comer um pão de queijo. Caso contrário, não conseguiria começar o dia bem.

Contudo, mesmo tudo seguindo conforme o habitual, o cowboy aparentava estar mais raivoso do que o costume. Fazendo barulhos semelhantes rosnados e os dentes cerrados igualmente aos punhos, carregava um semblante que denunciava estar prestes a matar alguém.

A novidade é que dessa vez, MG não é o alvo.

Minas sentiu-se incomodado, não sabia porque ver o de madeixas longas brigar com outra pessoa lhe trazia tanto desconforto assim. Cogitou ser ciúmes, embora não tivesse certeza.

Quando os dois brigam, geralmente o chapéu de couro discute sozinho, uma vez que o outro caipira costuma divagar dentro dos próprios pensamentos e esquece da conversa.

Prestar atenção nas palavras de MS é uma tarefa árdua para ele, que sempre tem os olhos atraídos como um imã magnético para a mandíbula marcada do peão, sutilmente escondida em meios aos longos fios de cabelo que já tivera a oportunidade de cheirar uma vez enquanto dormia em cima da carteira.

Negasse o quanto quisesse, mas a maneira que a barba disfarça o rosto incrivelmente lindo e bem modelo de MS é um fato inegável diante aos olhos do Mineiro, fazendo as pessoas que comparam o cowboy com uma besta raivosa descontrolada, parecerem loucos. Não sabiam apreciar a verdadeira beleza e essência da dureza do feroz vaqueiro.

Sempre questionava o motivo de ser o único capaz de enxergar isso. Agora, passou a querer que nunca notassem, visto que teoriza de adquirido um certo ciúme.

Perdido em meio devaneios, encontrava-se preso dentro do próprio mundo fantasioso, mais uma vez só conseguindo ver a boca do outro se mover, enquanto as palavras desferidas naquela discussão eram ofuscadas por um som sexy clichê de telenovela que ecoava na própria cabeça.

Na mente dele, a cena era apenas uma: o peão com os cabelos voando em slow motion, um sorriso brilhante de galã de novela, enquanto conduzia o chicote de forma sedutora, junto com os oito mil filtros de instagram que suas fantasias tem para ele.

No entanto, sequer havia alguma corrente de ar forte o suficiente para isso ali. Muito menos um sorriso. A discussão entre o carioca e o mais novo da famosa dupla mato, conseguiu fazer Minas voltar de seu transe quando o fluminense aumentou ainda mais a voz em meio ao debate, o qual acabara de virar uma briga. 

— TÁ PUTINHO, TÁÁ???? — Afrontou, não temendo a morte, muito menos o chicote que seu "oponente" estava em mãos. — Na moral, eu desvio de bala todo dia desde criança subindo o morro da favela, meu nobre. Acha que esse teu chicotinho-queimado aí vai- — Uma açoitada nas costas interrompeu a palestra de Rio, fazendo-o soltar um grito de dor estridente.

"Minhas cabeças de gado gritam desse jeitinho aí", sussurrou RS para PR.

— Discursinho podre, viu! — MS zombou, rindo dos barulhos de dor que o carioca fazia no chão. — 'Expia lá, mana! Bora levar ele pro véio, imita um berrante 'iguarzin!

Eu vim do interiorOnde histórias criam vida. Descubra agora