VI

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' Harriet.

Estou me sentindo um estúpido, mas preciso sumir por uns dias, serei breve pois estou um tanto atrasado, peço que me perdoe, e meu apartamento é todo seu pelo tempo que precisar, quando voltar nós podemos conversar e quem sabe talvez você deixe essa passar.

Calum.'

O bilhete se encontrara ao lado da cama com uma xícara de café ainda quente, ela ainda podia ouvir os passos dele pesados na escadaria.

Ela riu com o fim do bilhete, mas se sentira mal pela situação em que se encontrara, deitada na cama de um cara qual ela se quer teve qualquer coisa que ultrapasse o recorde de um único beijo, que a abandonara em seu apartamento.

Sentou-se na cama e encarou o relógio que marcavam exatas quatro horas da manhã, bebeu toda a xícara de café. Sabia que não conseguiria voltar a dormir e então se levantou seguindo para a sala.

Sentou-se de frente para a porta de vidro esperando que o sol aparecesse ao fundo daquele céu.

Ela prosseguiu com sua rotina, ela esperou por ele até finalmente cair no sono naquela noite, e na outra e na outra.

E quando ela soube que ele não voltaria ela desistiu.

Se quer tentara ligar em seu celular, apenas para não demonstrar desespero.


Na manhã seguinte ela recebeu a noticia de que poderia voltar para o seu apartamento, e que esse jogo chegara ao fim. Encarou o apartamento enorme uma ultima vez antes de rolar os olhos e descer as escadas

Harriet não conseguia entender o motivo do desaparecimento do rapaz, temia tê-lo espantado, e se culpava pensando se havia algum problema em sua família qual ele tenha ido resolver.

Deitada em seu sofá diante da TV ela assistia, uma daquelas series de comédia aleatória que passam em horários aleatórios em canais que ela não saiba pronunciar o nome.

Agarrada a uma almofada e envolvida por braços fortes masculinos ela quase caia no sono.

"Eu queria que todas as noites se repetissem como essa" disse se encolhendo ainda mais ao colo do amigo.

"Temos um desejo em comum aqui" brincou, logo em seguida distribuiu carinhos no topo de sua cabeça "quer um café?".

"Não, Ashton acha mesmo que tendo que servir café o dia inteiro eu queira tomar agora, no único horário que eu tenho paz?" rosnou sem emoção, aquilo até poderia feri-lo se não fossem amigos a tanto tempo. E se desde o momento em que ele entrara no apartamento, não tivesse notado os inchaços nos olhos, e as retinas avermelhadas.

Ela odiaria admitir tamanha bobagem, mas havia chorado, havia se martirizado nos cinco minutos anteriores a entrada do rapaz.

Um silêncio se instalou enquanto os dois absorviam a situação.

"Desculpe, apenas me lembrei que você costumava entrar toda manhã na sala de aula com um copo extra grande de café achocolatado sem adição de açúcar, e me lembro também que era para combinar com a condição do seu coração, acho que agora seria um café puro..."

Harriet puxou as pernas para cima do sofá e se encolheu mais no abraço de Ashton permitindo ele cobri-la.

"Você quer chorar?" Perguntou, ela com medo das lágrimas apenas negou, era tolisse chorar por tamanha besteira.

Mas Ashton sabia que em algum momento, por menor que fosse ela derrubaria uma lágrima, ele não sabia o porquê, mas sabia que o faria.

Alguns minutos depois Harriet caiu no sono e logo em seguida Ashton a levou até a cama, beijou-lhe a testa e se deitou na sala.

Não demorou muito para que todos naquele apartamento estiverem em sono profundo, e enquanto isso, ninguém se quer imaginava o paradeiro de Calum. Exceto é claro, ele.

Nas profundezas de Melbourne, era onde ele estava, mas como eu já disse essa é outra história.

Na noite seguinte, ela pensou não suportar mais, sua cabeça a estava matando e ela precisava de distração.

Batom vermelho, vestido colado, saltos, um drink qualquer em mãos enquanto se embalava em uma dança altamente perigosa para qualquer um que passasse.

Heroes começou a tocar, e sem tirar os olhos dos de Ashton ela começou a sibilar a letra da música qual ela sabia toda.

"We could be hero-o-o-o-oes me and you-u-u-u" gritaram e então começaram a pular junto com a batida da música.

Metade de suas bebidas já havia sido derrubada, o braço de Harriet estava preso ao ombro do rapaz os mantendo ligados naquela música.

Ela começou a rebolar e a pular mais livremente com a música, pela primeira vez em uma semana sentia como se realmente estivesse interessada ou se divertindo, ou que seu humor estivesse realmente colaborando com ela. Só que ela não sabia, se quer tinha ideia do quanto ficava mais atraente a cada segundo que se passava, sua liberdade a tornava atraente.

E de uma forma extremamente rápida e ágil Ashton a prendeu pela cintura e olhou bem nos olhos dela antes de selar lhe os lábios.

"Eu queria poder ver o pôr do sol" disse aleatoriamente "mas não queria ter feito isso" ela então se virou, e o deixou lá, sem ideia do que fazer.

Aries ♈ c.h. [the zodiac series; book one]Where stories live. Discover now