IV

30 6 2
                                    

Harriet soltou um daqueles mágicos suspiros, ainda encostada na porta recém fechada de seu apartamento, ela foi ao chão com um sorriso bobo no rosto, abriu o feche dos saltos e um vazio se instalou no peito dela, ela não queria ter deixado ele ir.

Suas mãos pousaram no rosto, mas o sorriso permanecia ali, intacto. Pegou os saltos e a bolsa caminhando ao alcance do sofá. Seu corpo pendeu sob as costas do sofá.

Ela só conseguia pensar nos lábios dele colados nos dela, e em como ela estava loucamente apaixonada por aquele beijo, ela poderia parar de respirar, poderia morrer o beijando, não haveria incomodo.

"Oi" seu corpo rolou o estofado ao ouvir o sonoro oi que surgira ao fundo. E ela estava boba de mais para se importar com quem seja que tenha se pronunciado.

Levantou-se pegando os saltos e voltando para o seu quarto, sorrira para Hillary uma ultima vez antes de se deitar na cama sem se quer ligar para as roupas que vestia, Harriet caiu no sono. E teve uma de suas melhores noites.

Quando acordou na manhã seguinte, lembrava-se vagamente de ter visto a amiga vagando pelo apartamento, e se quer imaginava o motivo se olhou no espelho, ainda com as roupas do jantar sorriu. E seu humor se ascendera energicamente.

"Bom dia" Hillary estava sentada na cadeira de costas para a pia, com os joelhos para cima e uma torrada na mão.

"Quando você chegou?" perguntou Harriet sem muita curiosidade, apenas por perguntar.

"Logo depois do trabalho, meu apartamento parece uma piscina e eu achei que você não me negaria abrigo" disse analisando as unhas "como foi o jantar?".

Harriet sorriu instantaneamente e deixou que seu corpo caísse sobre o sofá.

Hercules se acomodou sob a barriga da loira e ela aconchegou o pug com seu carinho, e sempre que parava para pensar, só pensava na noite passada, principalmente no beijo selado por eles.

Hoje Harriet tinha a manhã de folga, mas do mesmo jeito teria que levar a amiga ao trabalho já que a mesma se aposentara no apartamento, calçou um tênis e trocou a jaqueta jeans por uma camiseta xadrez, estavam ambas prontas.

Ela pôs a coleira nos cães e trancou a porta do apartamento.

Calum fez um carinho na enorme Golden Retriever que se encontrara presa no poste de frente ao café, sentou-se na mesa de sempre e esperou ser atendido pela garota, o que não aconteceu.

Enquanto isso, ela voltava para o carro com os dois cães.

Ela adorava jogar, e era como ela via esse "romance" a principio um jogo. Ela só precisava ganhar.

Uma música do John Mayer tocava ao fundo do café o que indicava que Carlos o chefe estava de bom humor.

"There's only one man in this world Who gets to sleep with her by his side" cantarolaram.

E quando deixou o café aquela tarde, no horário de todos os dias, Calum a esperava de frente a rua, encostado na picape que curiosamente, se tornara o carro favorito de Harriet.

Ambos sorriram quando se viram, ela foi em sua direção e ele pegou na mão dela a trazendo para perto, encarou seus lábios e mexeu em seu cabelo, e ela encarou aquilo como uma vingança.

Para ela essa havia sido a maior prova de que ele a queria.

Give me hope New politics tocava no carro o que mantera ela ainda mais animada para esta noite, pararam de frente para um prédio cinza de no máximo dez andares, ele abriu a porta para ela, lhe dando passagem para a portaria e logo em seguida o elevador.

Ambos s encostaram em cada parede do elevador, se entreolhavam e sorriam timidamente.

Quando o elevador abriu, Harriet soltou a respiração que havia prendido, estava finalmente livre daquela situação constrangedora.

Ela o seguiu até a porta do apartamento.

"Bem vinda a minha humilde casa" era um apartamento enorme, que não possuía nada de humilde "você gosta de comida japonesa?" perguntou.

"Amo"

"Então se prepare para comer o melhor sushi da sua vida" ele sorriu, um sorriso de criança.

Ela apenas assentiu e ofereceu ajuda, o que ele negou. Ela se sentou em uma das cadeiras que cercava a mesa e apenas o observou cozinhar. Estava entediada então começou a caminhar pela casa, olhando para todos os cantos sem tirar os olhos de Calum, ele não aparentava ser nada misterioso, mas ela sabia que ele seria um mistério para ela.

Na estante onde se encontrava a TV havia alguns porta-retratos com fotos dele da família e de alguns amigos.

"Minha irmã" sussurrou no ouvido dela a surpreendendo.

"Ela é muito bonita".

"É sim".

Eles ficaram ali, ele perto demais, e ela querendo quebrar a distancia.

"Está pronto" disse por fim. Os dois se sentaram informalmente na mesa, como em um almoço de domingo.

E conversaram, eles conversaram tanto que até se perderam no assunto fosse ele qual.

E fora suficiente, para que ambos se conhecessem, ele sabia demais sobre ela, já ela nem ligava de não saber nem metade dele.

Harriet sorrira para Calum que já terminara a refeição, ele não se desconcentrava nenhum instante da garota e ela já estava sem jeito diante dele.

"Está tarde" disse quebrando aquela imensidão de puro silêncio.

"Posso levar você em casa" ela assentiu com o olho na comida, Calum sabia mesmo cozinhar.

E de fato nunca que ela haveria apreciado sushi de sabor tão penetrante.

A verdade é que sim, Harriet já comera muito sushi melhor do que esse, mas ocultou essa informação de si mesma.

Como dissera que faria, Calum a deixou em frente ao prédio onde ela morava, e não fora embora antes de ter certeza de que ela estaria segura em casa.

E então, instantes antes de os dois darem aquela noite por encerrada e Harriet finalmente atravessar o portão da portaria, ela se voltou apressada para ele.

"Amanhã a noite você tem algum compromisso?" gritou ela, apenas com a cabeça para rua.

"Depende muito do que você me propor".

"Irei te levar a um lugar amanhã".

"Posso ao menos saber que lugar é esse?".

"Apenas leve uma manta, passo no seu prédio assim que sair do café" e fora tudo que ela disse antes de subir correndo os sete lances de escada.

Aries ♈ c.h. [the zodiac series; book one]Where stories live. Discover now