Aries ♈ c.h. [the zodiac series; book one]

VII

Queria ela acabar logo com tanta angustia, ela queria apenas saber que ele não havia sumido para todo o sempre, queria nem que de longe poder vê-lo. Ela precisava disso, seria seu único conforto.

Deitou-se com o rosto contra o chão enquanto acariciava o corpo enorme de Meg.

"Espero que não deixe um bilhete quando me deixar" sussurrou para o animal, embora ela já imaginasse que a Golden se quer a entendera.

Ashton já havia deixado o seu apartamento, no dia seguinte a festa, o que a deixou em uma situação maçante de abandono.

Ela só queria entender que rumo era esse que sua vida estava tomando.

Na manhã seguinte ela abriu o café e a primeira coisa que fez ao entrar foi olhar para a mesa nova imaginando qual seria a próxima vez que o veria ali e se perguntando o porquê de estar imaginando.

Colocou seus fones de ouvido e enquanto arrumava as coisas, alguma música do This wild life tocava.

Mas não fora o suficiente para dispersa-la de sua presença.

Ali, sentado a mesa nove, sorrindo para ela estava ele.

É claro que ele não esperava ser instantaneamente perdoado, mas vê-la havia enchido seu coração de felicidade.

E o dela, de duvidas.

Ela esperava qualquer coisa nesse momento, qualquer coisa mesmo, mas se quer imaginara que Calum poderia reaparecer como mágica ali, para ser sincera, ela nem se lembrava de Calum naqueles segundos antecessores.

E ela estava adorando esquece-lo.

Se recompôs e foi até sua mesa.

"O que deseja?" disse sem tirar os olhos do bloquinho.

O sorriso dele sumira.

"Apenas um café".

Foram rápidos os dez minutos que deram intervalo aquele reencontro, Harriet respirou fundo antes de levar para a mesa.

"Precisamos conversar".

"Estou trabalhando".

"Sente-se" disse empurrando a menina para a cadeira.

Eles se entreolharam com aquele aparente sarcasmo no ar. Ele repensava tudo que queria dizer e ela, tentava pensar em um jeito de driba-lo com um enorme não, fosse lá o que ele dissesse.

Ele respirou fundo antes de falar e disse tudo com cautela.

"Existe uma explicação..." ela assentiu esperando ouvir essa explicação "mas eu não posso te contar, não agora".

Ela umedeceu os lábios e se levantou.

"Harriet" levantou-se junto a ela e então agarrou-lhe a mão "... eu sei que o que eu irei dizer não fará sentido, mas eu preciso que confie em mim".

"Suponhamos que eu confie, eu irei me arrepender?" ele pensou, ele sabia a resposta, só não sabia se ela a queria ouvir "seja sincero por favor".

"Provavelmente...".

"Tudo bem".

Ele sorriu, e apenas se lembrara de pegar na mão dela quando ela se desvencilhou, e assim ele notara o quanto seu toque o relaxava, mais do que qualquer outra droga, mais do que a nicotina do seu cigarro.

Pegou o seu copo e deixou o estabelecimento com um sorriso qual ele tinha sentido falta nos últimos dias.

Olhou uma ultima vez para dentro do café onde sua garota se encontrava, ela escondia em seu rosto o bom humor, mas ele sabia que ela estava tão feliz quanto ele.

Ainda era cedo, e Harriet ainda não terminara seu turno no café, mas como todo apaixonado Calum a sequestrou.

"Eu não posso sair agora" reclamou.

"Pode sim, já conversei com o seu chefe" ela lhe olhou atravessado, odiava a forma como o garoto se metera na vida dela.

"Calum!" repreendeu.

"Vamos".

Eles botaram o pé na estrada, e mesmo emburrada Harriet gostava daquele sequestro, achava que ele poderia se redimir tão facilmente que até cogitara perdoa-lo antes de qualquer tentativa.

Braços sobre o peito e olhos raivosos em direção a estrada, Harriet odiava surpresas, ela preferia chegar finalmente ao ponto era o tipo de pessoa que não acreditava naquela frase "o caminho é melhor que o destino".

"No que está pensando?" perguntou, ela continuava indiferente, simplesmente balançou os ombros.

Ele a deixou por mais um tempo até ela reconhecer o caminho.

"Bem, eu estou pensando no dia que eu te conheci" disse e ela finalmente lhe dedicou olhares.

Ele sorriu ao notar que havia vencido essa luta.

"No que exatamente?"

"Nós ficamos nos encarando, e eu vi algo dentro dos seus olhos, algo que talvez eu não veja em mais ninguém e eu sei que você viu o mesmo que eu" ela sorriu e escondeu o rosto. "Eu sei que você está chateada por eu ter simplesmente desaparecido, mas eu quero que saiba que o que eu vi no seu olhar, me deixou enlouquecidamente, perdidamente apaixonado, e te avistei e logo pensei;... eu não faço ideia do que pensei".

Ela riu.

"Eu só sei que toda vez que você me olha, mesmo que com o canto do olho, o sol fica mais forte e as coisas ruins somem".

"Onde quer chegar com isso?" perguntou confusa.

Ele revirou os olhos e continuou.

"Quando eu te vi eu pensei em milhares de maneiras de consertar meus futuros erros".

"Então..."

"Harriet vai doer, seu coração no fim pode se tornar uma pedra ou em pétalas de rosa, e eu não sei como eu posso mudar isso, mas eu quero que na primeira dúvida você vá".