Capítulo 26: Fantasia ou realidade?

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Os sonhos de Xicheng naquela noite o levaram há cinco anos atrás, com 12 anos, estava lendo "A arte da guerra" enquanto seu mestre estava em uma mesa a sua frente lhe dando lições e era como se uma neblina passasse na frente de seus olhos de repente e, por alguns segundos, não conseguiu enxergar as palavras

— Vossa Alteza, pode me dizer o que entendeu dessa linha?

Xingchen percebeu que também não conseguia ver o rosto de seu mestre com clareza, então coçou os olhos e sua visão voltou ao normal lentamente

— Sim, mestre...

Aquela era uma lembrança memorável, pois foi quando a partir daí seus olhos começaram a coçar e a embaçar com frequência, aquilo o deixava aflito e assustado, seus sonhos o levaram para vários momentos em que não conseguiu ler as placas que indicavam em qual palácio estava entrando ou os rostos das pessoas que falavam com ele. Estava aflito.

Quando percebeu, o jovem príncipe estava em frente ao Palácio do Dragão, não havia mais ninguém, seus pais, criados, eunucos, ministros. Ele estava ali sozinho. De alguma forma, Xingchen sentia que aquilo não era mais um sonho comum, a sensação era a mesma de quando alucinou assim que caiu do penhasco

— Xingchen? — uma voz estava chamando por ele

— Song Lan?! — conseguia ouvir seu guarda costas o chamar, mas não havia ninguém a sua volta — Song Lan, onde você está?

Ninguém respondeu, Xingchen encarou o Palácio do Dragão sentiu seus ossos congelarem a cada passo que dava em sua direção até firmar os pés bem a frente do portão vermelho

— Song Lan, você está aqui?

Silêncio

Xingchen respirou fundo e empurrou o portão, mas assim que o abriu, não era o mesmo cenário que estava tão habituado. Não havia tapete vermelho, trono ou até mesmo as colunas de mármore. De repente havia entrado em uma casa velha, suja, escura e fedida, seus pés não o obedeceram e passaram pela porta, foi só quando chegou um pouco mais, percebeu que havia alguma coisa grande no meio do ambiente

Era um...caixão?

Xingchen foi até a porta novamente e viu a paisagem do lado de fora, parecia uma pequena vila abandonada, não reconhecia, muito menos sabia para que havia sido enviado tal lugar tão sinistro. Talvez a resposta estivesse...

— Xingchen? — a voz o chamou de novo, muito mais próxima e real do que da última vez

— Song Lan! — o príncipe herdeiro não pensou muito, se havia um jeito de sair desse sonho estranho, então era abrindo o caixão

A tampa de madeira caiu no chão, estava tão velha que se dividiu em vários pedaços. Havia uma pessoa lá dentro, era um homem magro com vestes brancas e longos cabelos negros, seus olhos estavam cobertos com uma faixa de tecido claro e limpo

Aquele rosto pálido e os olhos cobertos...

Aquele defunto não era outro, senão o próprio Xiao Xingchen

O príncipe tremeu e começou a dar passos para trás assim que viu o corte de espada no pescoço do cadáver. Aquela pessoa teve sua garganta cortada. Ele teve sua garganta cortada! O pesadelo estava tão vívido que não conseguia respirar, suas mãos foram até seu pescoço e sentiram um líquido quente, era sangue

Era vermelho, quente, com cheiro metálico

Era real

— SONG LAN, SOCORRO!

— XINGCHEN! — o guarda costas agarrou o príncipe herdeiro nos braços — Foi um pesadelo, acabou. Eu estou aqui, eu estou aqui... — o sono do príncipe se agitou repentinamente durante a madrugada, estava tentando acorda-lo há muito tempo, seu corpo suava e estava tremendo muito, o abraçou mais forte 

Além do que os olhos podem ver - SongXiao - Xiao XingChen e Song Lan  Onde histórias criam vida. Descubra agora