Política, Cicatrizes e Família

Cap. 1

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Início de ano e pela décima terceira vez Snape tinha que ouvir um discurso chato, aguentar um novo professor de defesa tentando "amiguar" com os outros e um monte (muitas mesmo) crianças gritando - sério era de ficar surdo -, mas fazer o que, eram crianças.

Nesse momento ele encarava a porta do salão e segurava sua taça de vinho, dando pequenos goles frequentemente, felizmente era vinho trouxa então ele não teria que aguentar alunos de ressaca. Bem, era isso até ele sentir um olhar sobre si, virando a cabeça para ver quem era o infeliz que estava olhando para ele, viu sabe quem, exatamente, Alastor Moody, o novo professor-ex-auror-louco e chamativo pra caralho, como sua entrada escandalosa mostrava. Quando ele olhou de volta, o auror desviou o olhar.

Felizmente isso o tornou de volta a realidade e ele percebeu que Minerva tentava tirar a taça de vinho de sua mão.

-Aí! O que foi mulher?- ele perguntou irritado, parecendo uma criança mimada sendo tirada do parquinho pela mãe, foi realmente engraçado para mulher.

-Severus, não acha que já está na hora de parar com a bebida.- ela respondeu com aquele bendito sorriso materno que o fazia lembrar por que ainda a suportava por perto e puxando o vinho à mão.

Ele apenas deixou ela levar a taça e revirou os olhos, voltando-os para os alunos nas mesas depois.

Felizmente isso o tornou de volta a realidade e ele percebeu que Minerva tentava tirar a taça de vinho de sua mão.

Ele apenas deixou ela levar a taça e revirou os olhos, voltando-os para os alunos nas mesas depois.

-Quanto tempo será que leva para Potter aprontar?- ele perguntou com um sorriso de deboche com as sobrancelhas levantadas para a mulher.

Porém, ela apenas o deu um olhar de decepção.

-Severus, minha criança, você tem que parar de comparar Harry com o pai dele, ele não o conheceu é praticamente impossível ele saber alguma coisa sobre James tendo sido criado pela Petúnia...- ela iria continuar mas o homem a interrompeu quase gritando, mas alto o suficiente para uma certa criança com cabelos avacalhados e óculos lá embaixo ouvir.

-O QUE? A PETÚNIA? POR QUE ELA?- a animaga colocou a mão na boca dele antes que continuasse e aumentasse o volume da gritaria ao mesmo tempo que o menino com uma cicatriz na testa virou a cabeça tendo escutado o nome familiar gritado.

Alguns professores e membros do corpo docente também viraram a cabeça, talvez querendo saber quem era Petúnia ou o porquê dela estar sendo citada.

-Shh... cala a boquinha por enquanto e depois no meu escritório eu te conto isso, pega aqui seu vinho, sinceramente achei que você já soubesse...- se ela continuou a falar ele não percebeu pois sua cabeça agora estava em looping com todas que ele fez para o menino, todas vezes em que ele gritou com ele, os castigos por puro ódio e antagonismo, e ódio não era nem do menino era sim do pai cujo ele nem conhecia, era tudo sua culpa, Lily morreu por sua culpa, ele sendo cego por ódio tecnicamente era culpa de Tobias, seu pai, mas acho que numa crise existencial as pessoas não param para pensar em suas relações e traumas que os afetam diariamente.

Qualquer pessoa acharia que o homem estava exagerando e que não podia ser tão ruim assim morar com a tia, mas acontece, que não era qualquer tia, era Petúnia Evans, agora Dursley, agora que se casou com aquele homem horrível. Snape a conhecia desde criança, ela fazia bullying com pelo menos metade da escola onde estudavam, isso incluía Lily e ele, e, o pior de tudo, ela e seu marido odiavam a magia.