8. Confuso

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- Você fez ele comer o baseado?- Ana perguntou eufórica, assim que entrei na sala de estar da casa de Welinton.
Estreitei meus olhos para ela.
- Você sabia o que ele estava fazendo?- ela não precisou me responder,sua cara me disse tudo.- Por que você não o impediu?
- Ele não é nenhum criminoso.- disse como se fosse uma defesa plausível.- E eu queria que você o pegasse. Transaram loucamente?
Dessa vez eu ri.
- Aham. Nós sonhos dele.
- ELE DORMIU?
- Não grita, perturbada!
Olhei ao redor. Alguns agentes nos olhavam desconfiados, como sempre faziam para ser sincera.
- Estão olhando o que?- Ana ralhou fazendo sua cara de “policial linha dura”.
- O quanto vocês são estranhas – disse Robert atrás de nós.- Oi, Ana.
- Oi,dormiu bem?- rolei os olhos para pergunta dela.
Robert deu de ombros.
- Dormi.
A porta de reuniões foi aberta por Welinton e nós entramos em fila. Ignorei o olhar de Jackson ao quando Robert sentou em nosso meio. Suspirei. Aquilo não ia prestar.
Welinton esperou que todos sentassem a mesa para começar a falar.
- Boa tarde,pessoal.- saudou ajeitando os ombros. Meu chefe era um homem bonito,de porte alto,negro e expressão muito séria. Eu não sabia de onde conhecia Robert e estava curiosa com isso. Ele não esperou que todos respondessem.- Vocês já sabe por que estamos aqui, estamos entrando em uma semana cheia de eventos para o Robert. Em todos eles vocês estarão infiltrados,exceto um. – ergui minha sobrancelha. O que eu não estava sabendo?- O Met Gala é um evento reservado onde nem selfies são permitidas, isso da ao ambiente um lugar perfeito para um crime. Mas antes de falarmos disso eu preciso dizer que você Robert precisa agradecer a Rebeca de joelhos.- senti os olhos de todos em mim enquanto eu pegava o papel que Welinton deslizava sobre a mesa para mim. Meus nervos gelaram com a informação que li. Merda.- O drink que ela evitou que você bebesse no jantar da Dior estava com uma dose absurda de KCL, você morreria em questão de segundos se ingerisse uma gota daquilo. – ao meu lado, pela primeira vez,Robert pareceu tenso.- E isso me leva a mais uma vez perguntar: como isso aconteceu? Eu tenho nomes de quem estava na cozinha naquela noite e tenham a certeza que vocês serão punidos por isso...
Divaguei enquanto Welinton metia bronca nos culpados pelo veneno no drink. Um mês tinha se passado e eu não tinha nenhuma pista,nenhum de nós tinha. Estávamos agindo como guarda costas particular quando na verdade precisavamos encontrar o culpado. Robert continuava recebendo aqueles ursos horrorosos com bilhetes assassinos e ninguém nunca sabia de onde vinha,estava começando a achar que tinha alguém jogando pro outro lado entre nós...
- Eu não entendi,Rob.- o comentário de Welinton me trouxe de volta a realidade. Percebi que todos olhavam para o meu suposto namorado.
Fiz o mesmo.
- Eu só quero dizer que se todos da minha família tem proteção por que minha namorada não tem?- é o que?
- Por que eu não sou sua namorada.- Falei rápido, estreitando meus olhos em sua direção.- Sou uma agente disfarçada. Nosso namoro não é real.
Robert ergueu o queixo para mim, travando seu maxilar. Os olhos azuis ganhando uma camada de frieza.
- Isso mesmo.- meu chefe assentiu.- Então, Rebeca, durante o met você estará sozinha lá dentro com ele. Conseguiremos que alguns agentes trabalhem no tapete vermelho, outros como garçons,mas na maior parte do tempo você estará sozinha.
- Tudo bem.- falei dando de ombros.- Eu dou conta.
- Eu sei que sim.- Welinton assentiu.- Ana,você tem algo a me dizer sobre Michael?
Minha amiga respirou fundo antes de começar a falar.
- Além dele ter um péssimo gosto para cantadas não vejo motivos para taxa-lo como suspeito. A não ser que matar o bonitão aqui de cansaço seja uma ameaça de morte.
Welinton me olhou.
- Concorda com isso, Rebeca?- apenas assenti. –  Ok, já sabem o que fazer. Podem ir.
Antes que eu pudesse levantar, Jackson teve a brilhante ideia de se apoiar no braço da cadeira de Robert e falar:
- Você foi embora tão rápido ontem que eu nem pude dizer o quanto adorei ter você em casa de novo.
Filho da puta.
Robert olhou para mim e eu não reconheci o que vi antes que ele levantasse e saísse marcando passo para a rua.
Um sorriso vitorioso surgiu nos lábios do meu ex enquanto eu andava rápido atrás do meu namorado de mentira.
- Robert? Robert,espera!
Ele não esperou. Ao invés de entrar no carro com Bille e foi para a rua e entrou em um táxi amarelo. Me fazendo ficar com cara de idiota na calçada.
- O que houve?- Ana apareceu correndo atrás de mim.- Onde ele foi?
Vi o carro virar a esquina, meu estômago pesando.
- Eu não sei. – falei.- Ele se irritou com a palhaçada que o Jackson falou.
- Ele fez para provocar ...
- EU SEI.
- Opa, não grita mocinha. – Ana me olhou de cima,já que era mais alta do que eu.- Rebeca, ele ficou com ciúmes. Seu namorado de mentira está apaixonado de verdade por você. Aceite isso e resolva o problema.
Ótimo, que maravilha.
.
.
.
- A ideia é que você consiga esconder uma arma aqui embaixo.
Olhei para o desenho do vestido que Ana me mostrava sem realmente ver.
- Ele já devia ter voltado, Ana.- falei impaciente.
- Billie está com ele.
- E não nos atende por que?- custava me mandar uma mensagem?- Ele não aparece me casa desde ontem quando saímos para a reunião.
- Ele não está sozinho, Rebeca.
Sim, eu sabia que Billie era um ótimo agente,mas mesmo assim eu não estava com um pressentimento...
A porta da frente foi aberta e eu soltei um longo suspiro ao ver Robert passando por ela. Ele estava com a mesma roupa do dia anterior, olhos vermelhos e cabelo revirado. Passou por nós sem dizer nada, indo direto para a escada.
Billie veio logo atrás.
- Acho melhor você conversar com ele.- disse nosso colega.
- Onde vocês estavam?- perguntei dando a volta no sofá.
Billie rolou os olhos.
- Ele foi para a casa de um amigo, Tom “alguma coisa”,passou a noite bebendo e fumando.
Não esperei por mais explicação. Subi os degraus de dois em dois,voando para o quarto.
Encontrei Robert deitado na cama de braços abertos.
- Onde você estava?- perguntei parando na sua frente,com minhas mãos na cintura.
Trôpego ele se sentou e me olhou debochado.
- Não te interessa.- cuspiu com sua voz cortante.- Você não é nada minha para me pedir satisfação sobre a minha vida.
Ok. Ele estava chateado.
- Robert,você sabe que....
- Ah, eu sei sim.- ele meneou a mão como se espantasse alguma coisa.- Estão tentando me matar e blá blá blá. Assunto chato. Igual você.
- Você está bêbado.- conclui. Ele nunca diria aquilo em sã consciência.
- Estou. E isso é ótimo. Posso falar o que eu quiser e colocar a culpa na bebida depois. – Robert apoiou os cotovelos nos joelhos e me olhou,unindo as mãos.- Sabe o que eu acho,Rebeca? Que seu ex ...
- Não termine,Robert. – o interrompi, lutando contra as lágrimas em meus olhos.- Guarde para você.
- Você me traiu.- me acusou.- Eu fiz amor com você. E sempre que eu fecho os olhos eu sinto o seu toque em mim, sinto seu gosto,seu cheiro. Mas pra você não foi assim,você me traiu.
- Eu não fiz isso.
- Fez sim! Você foi atrás dele...
- PRA COLOCAR UM PONTO FINAL EM TUDO POR QUE ELE ESTAVA TE CONFRONTANDO.- gritei me ajoelhando na sua frente.- Que merda,Robert.  Você não tem direito nenhum de me cobrar isso!
O que estava acontecendo ali? Que relevância teria aquela discussão?
- Você tem razão. Relevância nenhuma.- Robert passou mim, indo para o banheiro. Assim que a porta bateu eu desabei no chão.
Tudo aquilo estava confuso demais.



Hummmm, um Rob com muito ciúme foi detectado
umalufanazinha

Sob Fogo Cruzado | ROBERT PATTINSONOnde histórias criam vida. Descubra agora