Caminho de Ações Ímpias

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Elizabeth se habituara a presenciar em seu trabalho o que tinha de mais abominável na natureza humana ao perpetrar atrocidades hediondos, gravando, a ferro quente, em sua mente e espírito, no mais profundo de seu âmago, visões da real dimensão que...

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Elizabeth se habituara a presenciar em seu trabalho o que tinha de mais abominável na natureza humana ao perpetrar atrocidades hediondos, gravando, a ferro quente, em sua mente e espírito, no mais profundo de seu âmago, visões da real dimensão que a maldade e ódio tomariam. Os assassinatos cometidos por Jack abriram um precedente perturbador: um antes e depois que dividiu a sociedade entre manipuláveis pela mídia com manchetes tendenciosas que fomentavam medo e a parcela mais focada em buscar as autoridades para uma verificação dos fatos.

Depois de um breve momento de relativa paz, um novo corpo fora encontrado seguindo os padrões dos anteriores: desmembrado, sem cabeça e com escoriações. Sem sangue, o que tirava de questão que ali seria o local do crime e sim um mero descarte, sem formas de identificação viáveis. A pessoa que realizou o ato tinha consciência de que aquilo dificultaria as investigações, o que daria mais um sopro mortal sobre uma Londres já desgastada pelas mortes das cinco vítimas de Jack o Estripador.

Os responsáveis pelo inquérito nomeou o caso como “Mistério de Tâmisa”, permitindo que tudo que descobrissem fossem catalogados e armazenados em um monte só, desassociando dos ataques de Jack ainda que as similaridades surpreendessem um pouco os envolvidos diretamente. Elizabeth sabia que não poderia ser o “Estripador de Whitechapel” que orquestrou essa barbárie, visto que ele tinha sido arquivado. De qualquer forma, não se daria ao luxo de não abranger outras possibilidades, embora as pistas não levassem a nenhum lugar concreto. A única certeza que queimava a fogo lento em seu interior era: algum maníaco homicida estava disposto a superá-lo no quesito imoralidade.

— Eliza, deveria voltar pra casa pra descansar. — aconselhou o Superintendente Swanson, mirando a mulher organizando a papelada que redigiu. — A senhorita trabalhou mais do que deveria.

— Precisamos ter o máximo de informações possíveis, mesmo que de fontes escassas. — declarou convicta, terminando o último recurso. — É frustrante não ter nenhuma resposta... Depois da investigação sobre o Jack Estripador, a população olha com desconfiança. Se falharmos nisso também nunca mais teremos a confiança deles. — Eliza encarou um dos amigos mais antigos de seu pai com melancolia. — Das vítimas até o momento só identificamos uma.

— Infelizmente não temos para onde ir, mas ainda prosseguiremos — afirmou com veemência que atenuou um pouco do conflito dentro da inquieta mulher. — Vá para casa. Está ficando tarde, senhorita.

— Farei isso assim que terminar. — assegurou preenchendo o último formulário. — Inclusive tem um que precisa da sua assinatura. — entregou um dos papéis para seu superior com certa afobação.

— Vou cuidar disso.

Elizabeth pegou o casaco, vestindo-o e deixou a pilha bem ordenada em sua mesa, marcando mentalmente, dentro da generosa quantidade de pastas, todos os tópicos digitados e se precisaria dissecar mais algumas informações. No entanto, ao ver as horas, decidiu que o mais sensato a se fazer era ir logo para a casa de Margareth. Combinou com a amiga de passar a noite lá para espairecer depois de um longo dia de serviços pesados psicologicamente, aproveitando para desafogar das tensões e ter um momento normal e despreocupado.

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