Eu não conseguia me sentir em casa, na verdade eu nunca consegui me sentir em casa, vivi a maior parte do tempo sozinha, em vários lugares, fugi da minha mãe e do meu pai, mentia na escola e eles nem se preocuparam em ir atrás de mim, e bom, a falta de afeto, carinho e tudo mais, sempre me deixou triste, mas mesmo com tudo isso, nesse momento, aqui e agora, eu consigo sorrir vendo quem estava cozinhando para mim.
- Essa panela tá cheirando a queimado. - Disse apontando com o dedo e sorrindo.
- Não enche tá? Eu não sei cozinhar direito.
Eu estava feliz, ver que não estava sozinha me deixava alegre, e mesmo não querendo estragar o momento eu tinha que falar para ele.
- Baji... não quero estragar, mas nós estamos juntos nisso, você me contou, me levou até aquela casa pra ouvir o que aqueles homens falavam, você me quer do seu lado, mas sério, não podemos contar a ninguém que estamos juntos, por que se acontecer isso...
- Como você fala, fica quieta! Eu sei! Não vou contar para ninguém, não se preocupe com isso, apenas... Esquece isso e come.
Ele parecia agressivo, bom, na verdade ele sempre foi assim.
- Só... Não quero que se sinta sozinho pode ficar comigo, quando quiser.
Ele me olhou sorrindo.
- Ficar com você? Parece uma boa ideia.
- De um jeito amigável, não assim Baji.
- De que jeito você achou que eu estava pensando?
Sorrimos e então após terminar a janta lavei a louça, notei que ele se sentia em casa, arrumei tudo e então fui ver o que Keisuke fazia. Chegando próximo notei que ele estava cochilando no sofá, peguei um dos edredons e coloquei por cima, desliguei a televisão e caminhei devagar até o quarto, não queria acorda-lo.
Minha mente estava confusa, apesar de ter sido claramente um dia feliz não muda o fato de que eu ainda tenho as preocupações para botar na cama, o meu irmão, eu, Baji Keisuke, Mikey e até mesmo o Takemitchy, tudo isso se tornou uma imensa bola de neve para mim, e sendo sincera quanto mais eu conhecia essas pessoas, mais eu ficava envolvida, e sinceramente não queria tantos envolvimentos.
Caminhei devagar até minha cama observando que estava arrumada, oque me deixava com orgulho, mas logo fui interrompida pelo Keisuke que entrou correndo em meu quarto.
- Mas que merda tá acontecendo aqui?
- Seu irmão chegou. - Ele diz com os olhos meio desesperados.
- Se esconde em baixo da cama.
Quando Baji conseguiu se esconder meu irmão entrou no meu quarto.
- Por que os cobertores estão na sala? - Kazutora pergunta.
- Por que eu queria dormir lá, mas mudei de ideia.
- Lugar de dormir é na cama.
Ele se sentou e então me virei de costas, ajeitei um dos meus ursos que estava caindo da prateleira, sinceramente estava nervosa e com muito medo.
- Kazu... - Me virei devagar e fui surpreendida por uma faca na minha barriga.
- Acha que não sei das coisas? Você aparece na casa do Takemitchy, e depois anda por aí com o pessoal da Toman? Me diga S/n, que merda você acha que eu sou? - Sinto a faca ir mais profundamente.
- Você... você eu não sei... Kazu... Mas... Eu sou sua irmã.
Envolvi meus braços de forma acolhedora ao redor dele e então senti minhas forças se esvaindo, poisé eu acho que iria morrer.
Meus braços pareciam flutuar, eu perdi a consciência e a única coisa que senti foi um choque correr pelo meu corpo todo, rapidamente abri meus olhos com toda a força, e não eu definitivamente não estava sonhando, na minha frente um enorme prédio, pessoas caminhando e correndo, eu estava aonde? Olhei para os lados apenas para enxergar no alto de um poste a temperatura e a data.
- 16 de fevereiro de 2017?
Eu corri para uma mulher que parecia apresada.
- Que ano estamos?
Ela não me respondeu e me olhou com cara de doida, eu simplesmente sai correndo, ao chegar em uma esquina levantei minha blusa e notei que estava sem marca nenhuma da faca.
- Mas oque tá acontecendo aqui?
- S/N hanemya?
Uma voz veio de trás.
- Takemitchy?
- Oque você tá fazendo aqui? Bom eu achei que nesse futuro você estava...
- Futuro? Takemitchy oque tá acontecendo?
- Calma la, você está bem?
- Futuro? Que futuro? E que passado?
Vamos até um lugar mais calmo o mais rápido possível, logo onde era uma cafeteria, lá ele me explicou que voltava ao passado, e que onde eu estava era o passado, também me explicou que ele tinha o gatilho de apertar a mão do irmão da namorada, Naoto Tachibana.
- Entendi, então você voltou pela Hina, e agora esta voltando pelo pessoal.
- Sei que é difícil de entender. - Ele parecia cabisbaixo.
- Na verdade não é, eu entendi bem o que aconteceu, só que... Por que eu?
- Vendo a situação atual parece que voltamos ao mesmo tempo, precisamos logo ir ver o Naoto para entender o que está acontecendo.
Pegamos o primeiro táxi que vimos, e então após um longo transito tumultuoso chegamos ao apartamento que era da Hinata, ele estava vazio, não haviam muitos inquilinos, o que era estranho, afinal da época que eu venho o prédio dela era tão cheio de vida.
- Chegamos.
Takemitchy toca a campainha.
- Naoto, temos muitas coisas para te falar.
O garoto que agora era um homem atendeu a porta, ele viu Hanagaki e em seguida me olhou.
- Essa não é a irmã de Kazutora Hanemya?
- É sim, e talvez o que nós dois temos para falar pode ser estranho.
Takemitchy e eu falamos sobre eu viajar até aqui, e ele voltar para lá, oque poderia significar muitas coisas.
- Pelo oque entendi eu morri aqui nesse futuro por causa do Kisaki Tetta e Hanma Shuji? Isso? Bom... Que mal.
- Nessa vida você morreu após entrar em um conflito com a Wallhala. - Naoto falou isso me olhando concentrado.
- Sério? A mesma gangue do meu irmão?
- Hanemya está na Wallhala? - Takemitchy parecia surpreso.
Conversamos muito até que Takemitchy decidiu testar algo e viajar com o aperto de mão do Naoto, e bom acho que minha carona era ele, afinal de contas quando me dei por si estava sentada na escola.
- S/N Hanemya? Está ouvindo? - Professor Wazu falava batendo no quadro.
Droga, parece que quando eu volto, o passado é alterado.
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Keisuke Baji: Livre De Algemas
FanfictionS/N Hanemya é a irmã mais nova de Kazutora, um dos fundadores da Toman. Após seu irmão ser preso ela toma conta sozinha de si mesma e da casa, sem qualquer propósito com a vida S/N vive de forma aleatória e no piloto automático, mas ao conhecer Keis...