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Kaylee Morgan

Eu não sei porque estava fazendo isso, brincar de pega-pega às quatro da manhã, correndo atrás de um garoto e rindo ao ver a dificuldade que ele tinha de correr por causa do tamanho de suas roupas.

— Eu acho que é mais fácil eu te pegar e você aceitar que perdeu Tomzinho — eu o alcanço tocando em seu braço e correndo para longe

— Nunca Morgana — apesar das roupas serem pesadas ele estava conseguindo correr normalmente e agora eu estava tentando ser mais rápida que ele — quem ri por último ri melhor — ele se joga em cima de mim e eu não consigo desviar, então só aceito que perdi e ele me estende uma mão para me ajudar à levantar

— Eu disse que ia vencer — ele segurava sua barriga para tentar acalmar sua risada

— Eu já entendi Tom, eu já entendi — eu começo à andar sem rumo

Nós ficamos quietos sem falar nada um com o outro, mas não era um silêncio desconfortável, na verdade eu nem estava prestando atenção para onde ia. Me perdi em meus pensamentos sobre estar com esse garoto, eu queria poder me aproximar mais dele e percebia que ele também queria isso, mas é difícil para mim. Des de pequena as pessoas sempre me machucaram e não se importavam comigo, sofri bullying na escola só porque eu era quieta e ficava na minha, isso foi motivo para todos quererem zombar de mim. Sobre meus pais? Acho que nem preciso falar deles, nunca foram realmente presentes na minha vida então tive que aprender a me virar sozinha, isso era ruim, um gosto amargo de ser uma criança praticamente abandonada e minha irmã só me ajudava em algumas coisas porque nossa mãe à obrigava ficar comigo de vez em quando. Crescer em um lugar onde não se sente bem-vinda é tão... horrível, e isso fez com que eu me tornasse quem sou hoje, não consigo confiar em ninguém, por mais que eu queira, não consigo me apaixonar, por mais que eu queira, simplesmente tenho medo de me machucarem de novo e tudo dar errado e eu voltar à ser aquela garotinha chorando encolhida no canto de seu quarto, sozinha. Por isso, não consigo deixar as pessoas entrarem na minha vida tão facilmente, só estou sendo assim com Tom porque ele realmente está se esforçando para criar algum tipo de amizade comigo, mas não consigo deixar de pensar no meu passado,  e eu queria, eu queria muito poder deixar tudo isso de lado e descobrir uma nova versão minha que seja feliz de verdade e não se esconda através de uma carreira e um rostinho bonito.

— Kaylee? — ouço a voz de Tom me trazendo de volta à realidade — Sem perceber nós acabamos voltando para o hotel — ele da um daqueles seus lindos sorrisos para mim

Eu olho para o prédio alto e respiro fundo, sentindo uma brisa fazer meus cabelos balançarem levemente.

— É, pois é... — eu entro no hotel indo direto ao elevador e ele vindo atrás de mim

— Kaylee você tá bem? — Tom parecia estar preocupado comigo, eu parei de ficar trazendo migalhas daqueles pensamentos e passei à prestar atenção nele

— Sim, estou, eu só estou cansada — eu aperto no número do meu andar e sinto o elevador subir — Sabe... ficar até três da manhã em uma discoteca, dançando e rindo é claro que vai me deixar cansada — eu disse de uma forma engraçada e nós dois rimos um pouco, Tom liga o seu celular e logo muda sua expressão engraçada para uma assustada

— Kaylee liga o seu celular — rapidamente pego o meu aparelho e o ligo, logo vejo ligações perdidas de Ashley — Tô com setenta e seis ligações perdidas de Bill e você?

— Cinquenta e oito ligações perdidas de Ash — eu também paro de sorrir e faço a mesma cara que o Tom — Estamos ferrados — dizemos em conjunto

— Aí cara, eu vou ter que ouvir um daqueles sermões do Bill — ele passou sua mão pelo rosto enquanto a outra segurava seu celular

O elevador para em meu andar e vou em direção ao meu quarto, Tom ainda estava me seguindo, só que agora em ligação com seu irmão, ele estava o avisando que voltou para o hotel mais cedo que o esperado e ficaria aqui esperando eles voltarem da discoteca.

Eu paro na frente da minha porta destrancando a mesma e a abrindo.

— Acho que foi isso Tom, valeu por me acompanhar até aqui — eu dou uma risada fraca estendendo um sequinho e ele devolve

— Poxa, é sério mesmo que não vai me convidar para entrar? — ela me pergunta e discordo com uma risada — Mas que pena rapaz, boa noite então — ele me dá um abraço, por mais que eu tenha achado essa sua ação estranha eu retribui — Boa noite loirinha

— Boa noite Tomtom — eu o vejo indo em direção para o elevador, entro em meu quarto e fecho a porta atrás de mim

Eu pego meu celular em meu bolso e ligo para Ash.

— Eu já sei onde você está, não precisa nem me falar, o Bill disse que você e Tom voltaram para o hotel — essa é primeira coisa que Ash fala quando me atende — Sabe como eu fiquei preocupada? Kaylee, você não pode ficar andando sozinha por aí, nós somos famosas e você sabe que é perigoso. E se você acabasse sendo sequestrada?!

— Eu sei me cuidar Ash e também eu não estava sozinha — eu não estava com vontade de discutir à essa hora, já está tarde e eu só quero minha cama — Quando chegar eu já vou estar dormindo

Eu desligo o telefone antes que ela queira falar mais alguma coisa e vou direto para o banho.

Depois do banho já separo algumas roupas para colocar na mala e organizo tudo para deixar pronto para voltarmos para casa amanhã.

Eu deito na minha cama depois de ter terminado tudo e fico olhando para o teto do meu quarto, sem perceber eu havia caído no sono.

That Smile || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora