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Tom Kaulitz

Bill estava se concentrando em seus exercícios vocais que ele faz antes de todo show, eu e Georg estávamos sentados no sofá enquanto Bill sugava o ar e soltava calmamente, decidimos imitá-lo o que acabou irritando um pouco ele.

— Que foi? Só estamos aprendendo à respirar igual você — Georg fala e Bill me lança um olhar mortal.

— Cala a boca e deixa eu me concentrar seu fazedor de bosta — Bill revira os olhos irritado.

— Calma eletrocutado, a gente só está querendo aprender — Georg debocha e nós, exceto Bill, rimos.

— Ae galera, dez minutos para entrar no palco — Gustav chega animado terminando de enrolar as faixas em seus dedos.

— Dez minutos e esses desprovidos de inteligência não me deixam em paz, vocês todos me estressam — Bill se levanta e Gustav faz uma pequena massagem em suas costas.

— Agora eu não te estresso mais né? — Gustav pergunta para Bill que faz que sim com a cabeça — Ae meu salário ainda tá de pé! — ele diz animado.

— Vamos lá entrar naquele palco e arrasar — Georg se levanta batendo uma palma e ajeitando seus cabelos.

— Calma ae Rapunzel — me levanto com preguiça do sofá e vou até a saída do camarim.

Hoje seria o nosso show e eu estava bem animado, com preguiça, mas animado, tudo melhora quando você chega no palco e da tudo de si. Eu já estava pronto para entrar, Bill estava à minha frente e feliz olhando para mim, Georg e Gustav que estávamos atrás dele só esperando o momento para o show.

Nós entramos e recebemos vários gritos e aplausos de todos os lados e alguns assobios também. Eu sorrio e aceno para o público que haviam várias garotas e cartazes dizendo coisas do tipo: "AMAMOS TOKIO HOTEL!", "EU TE AMO TOM ♥︎", "OI GUSTAV", "GEORG EU AMO SEU CABELO", "BILL VOCÊ É LINDO!"

No momento em que entramos no palco vamos para nossos postos e começamos à tocar Wo sind eure Handë. Deslizo meus dedos pela guitarra e todos vão à loucura com gritos e se bobear tem alguma garota emocionada chorando perdida no meio da plateia.

— Ich hör', alles ist so wichtig, schon klar. — Bill começa à cantar. — Die anderen machen's auch, jaja
ganz genau ist richtig.

Entre tantas garotas percebo uma loira em específico cobrindo seu rosto e tentando não chamar muita atenção, percebo ser Kaylee, seu jeitinho era totalmente reconhecível apesar do capuz esconder seu rosto. Ela olhava para o palco e as vezes para mim. Era outro de seus joguinhos, fingir desinteresse.

—  Ich hör 1000 Diagnosen. Ja ja, schon klar, egal— Bill canta. — Heute sind wir hier. Die Welt bleibt vor der Tür. Was jetzt zählt seid ihr.

Kaylee estava próxima ao palco então vou até ela, me agacho e puxo o capuz de seu moletom para trás revelando que ela estava em nosso show, coloco sua mecha de cabelo atrás de sua orelha e mais fãs gritam e para ela não acabar sendo esmagada, puxo ela para cima do palco ao meu lado. Ela de primeira não sabe o que fazer por causa do meu ato inesperado, mas ela estava rindo. Isso era o que importava.

— Wo sind eure Hände — canto com um sorriso em meu rosto e aviso para que tragam uma guitarra para Kaylee.

Trazem uma de minhas guitarras e ela logo começa a tocar mesmo não entendo muito e eu demonstro tocando minha guitarra para ela.

Ela me copiava perfeitamente enquanto eu tocava e os sons combinaram exatamente com a música. Mais e mais fãs gritaram com tanto talento dela e eu estava impressionado como ela aprendia rápido. Cada nota, cada movimento, tudo parecia tão perfeito nela.

— Chaos im System. Auch wenn wir untergehen.
Ich will euch alle seh'n.

— Wo sind eure Hände? — Kaylee canta junto em meu microfone, estamos frente à frente com nossos rostos próximos um ao outro. Eu aproveito para depositar um selinho roubado em sua boca, ela fica surpresa com minha ação, mas só sorri e continua tocando.

Muitas das fãs se agitam começam à gritar mais ainda, algumas com raiva e outras com emoção. Inclusive teve um grito de xingando a Kaylee.

— SUA VAGABUNDA, SAI DE PERTO DO MEU MARIDO! — ouço o grito vindo de uma garota que estava próxima ao palco, percebo que Kaylee se sente um pouco desconfortável e eu vou até a garota que gritou aquela baboseira, me agacho para alcançá-la e me aproximo de seu ouvido.

— Primeiro, nunca fui e nunca serei seu marido e segundo, nunca mais chame ela de vagabunda — sussurro o aviso no ouvido da garota que tira o sorriso de seu rosto e muda para uma feição de medo e vergonha.

Volto ao lado de Kaylee fingindo que nada aconteceu e continuo o show.

......................

O show havia terminado, demos autógrafos, tiramos várias fotos com fãs e agora eu estava em meu camarim.

— Opa, uma loira! — digo ao ver Kaylee entrando pela porta.

— Não sou nenhuma das loiras que você gosta

— Verdade, você é... infinitamente melhor — passo a língua pelo meu piercing e me aproximo dela à puxando pela cintura e aproximando nossas bocas, porém ela me afasta colocando seu dedo indicador entre nós dois.

— Nada disso Tom Kaulitz, não é porque você conseguiu isso uma vez que irá conseguir de novo — ela sorri vitoriosa para mim.

— Assim você me deixa triste Leelizinha — faço uma cara de cachorro pidão. Bill entra pela porta e faz uma cara de confuso ao ver que minha mão estava na cintura de Kaylee.

— Tô atrapalhando alguma coisa? — ele pergunta.

— Jamais, entra aí — Kaylee o chama e ele entra bem animado sentando em um banco e começando à falar.

— Então, eu sei que isso não faz o menor sentido, mas tinha uma menina com um cheiro meio duvidoso que veio me abraçar e eu tive que me esforçar pra não vomitar de tão estranho que tava o odor vindo da axila dela e ainda por cima, ela não parava de levantar os braços. Se ela não caga pelo furico com certeza é pela axila — ele ergue as mãos em forma de rendição — Mas quem sou eu para julgar né.

Eu e Kaylee rimos desesperadamente com o que meu irmão falou. Eu amava quando Kaylee sorria, ela não forçava igual às outras garotas, era normal, natural, algo que vinha dela e não de uma tentativa de chamar minha atenção e depois ir para a cama comigo, era só ela sendo ela.

E eu amava isso.

That Smile || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora