Ternura

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Lucy acordou surpreendentemente tarde. Seu corpo inteiro doía, provavelmente por ter adormecido no chão, sentada. Ao lembrar do que havia acontecido na noite anterior, ela voltou a chorar, ela ainda ficava muito surpresa em perceber o que Natsu lhe fizera. Seu pulso parecia latejar de dor e a marca parecia estar num tom ainda mais profundo de roxo.

Ela suspirou.

Ao menos hoje ela veria Sting, portanto, ao invés de ir à guilda, decidiu se dar um tempo de relaxamento e beleza. Foi ao chuveiro e lavou os cabelos, enquanto a banheira enchia com sais calmantes e cheirosos.

Depois de entrar na banheira, ela soltou um gemido de satisfação por sentir aquela água morna relaxar todos os seus músculos. Ela se permitiu ficar ali, deitada de olhos fechados apenas relaxando, por minutos, ou talvez até horas. Isso a deixou melhor, mais leve. Ela suspirou e saiu da banheira, se secando com uma toalha e se enrolando nela.

Em frente ao espelho, penteou seus cabelos ainda úmidos, hidratou seu corpo com algum creme cheiroso e aplicou seu perfume usual. Torcendo para que não tenha exagerado, ela sabia o quão sensível era o olfato de um dragon slayer, mas ela queria ter certeza que ele se lembrasse do cheiro dela.

Em seguida, escolheu algumas roupas para usar. Cores claras, uma saia curta e uma regata justa, como o normal, colocou brincos com pingente de estrela e um colar combinando, nos pés, suas botas que chegavam até a coxa. Ela se olhou no espelho novamente e estava linda, exceto pela marca roxa e horrível que possuía no pulso. Ela ficou observando o hematoma, pensando em como resolver aquilo. Se ela colocasse bandagens, deixaria Sting curioso ou – talvez – preocupado, maquiagem não seria capaz de cobrir direito, já que ela nem tinha tanta habilidade mesmo com isso.

Ela começou a vasculhar o closet procurando por algo, e então achou.

Ok, era uma munhequeira preta. Ela havia ganho isso de alguém e nem se lembrava quando, porque realmente não curtia muito esse tipo de coisa, mas colocou e ela tapou perfeitamente a marca, então pra ela foi bom o suficiente.

Olhou para o relógio e se surpreendeu por já estar quase no horário de encontrar Sting. Ela pegou suas chaves, seu chicote e correu para a estação, estava animada em vê-lo.

Sting tinha acordado cedo demais para o gosto dele. E começava a se perguntar qual o problema dele. Ele odiava com todas as forças andar de trem, e ao invés de fazer uma única viagem para a reunião, ele simplesmente fez questão de dividi-la em duas, apenas para ver aquela loira de sorriso bonito e lábios gostosos.

O dia anterior havia sido particularmente difícil para ele. Após enviar a carta ainda de manhã, ele tinha passado o dia na guilda. O problema é que aparentemente as meninas de Crocus pareceram combinar de se encontrarem na Sabertooth para lhe atormentar o sossego da mente, e hoje não foi diferente.

Sting sempre fez muito sucesso com mulheres, mas depois que se tornou mestre de guilda e começou a aparecer mais vezes na revista, não parava de chover garota o querendo, e normalmente ele não recusava, pelo contrário, quanto mais melhor! O dragão interior dele clamava por isso e ele atendia.

Mas agora a situação era diferente. Ele estava namorando e, mesmo que fosse um relacionamento parcialmente fictício, ele a respeitava o suficiente para não a magoar. Então deu logo um jeito de despachar as meninas de sua sala e do salão da Sabertooth – o que surpreendeu muitos membros.

— O que é isso, Sting? Está fazendo celibato? — Rufus perguntou.

— Fro não sabe o que é celibato — o pequeno exceed disse confuso, olhando para todos esperando por alguma resposta.

— Celibato quer dizer que o Sting está fazendo jejum de mulher... — Orga começou a explicar, fazendo carinho na cabeça do gato. — Mas não se preocupe, não deve durar muito tempo, em breve ele deve voltar a comer essas meninas.

Meus sentimentos por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora