Oficialmente ferrados

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Saí do banheiro revigorada, de certa forma.

Mas tinha um pequeno problema:

Eu simplesmente entrei direto no banheiro e esqueci de pegar minhas roupas.

Me enrolei na toalha, depois de secar meu cabelo apenas o suficiente para que não pingar e molhar o chão todo.

Só não imaginava que ao entrar no quarto e começar a mecher na minhas malas, um certo alguém fosse entrar no quarto, carregando um cobertor, cujo o qual ele cobriu o rosto enquanto pedia desculpa em espanhol forma desesperada.

— Ei, ei! Tá tudo bem! - Me levantei, segurando o nó da toalha que com o movimento brusco quis se desfazer. — Você já me viu assim, lembra?

Ele me olhou, o cobertor ainda tapando metade do rosto.

— É diferente agora. Eu vou sair. Só vim te entregar....

— É.... Pode por na cama pra mim? Se eu soltar aqui pra pegar, a toalha caí....

Ele coçou a nuca, percebi que ele fazia isso sempre que constrangido, e andou pelo quarto, antes de soltar o cobertor em cima do colchão.

— Então.. É.. Boa noite! Até amanhã. - Ele ia sair pela porta, quando se virou novamente. — E daquela vez, eu não conseguia ver seu corpo todo.

E saiu. Me deixando para trás, envergonhada, mas com o ego alto, ao saber que desestabilizava ele a esse ponto.

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Eu lutava contra mim mesma.

Minha garganta estava seca, e fazia no mínimo uns 30 minutos que eu me torturada, pensando se descia ou não buscar água.

Eu não estava na minha casa, nem na de alguém íntimo, sentia que era errado simplesmente ir na cozinha e mexer nas coisas sem pedir permissão.

Mas eu não ia conseguir dormir, não com sede.

No outro dia, eu poderia me desculpar pela intromissão.

Descalça, apenas vesti a camiseta do pijama, já que costumava dormir apenas com o shorts, e pé por pé, evitando fazer barulho, desci para o primeiro andar.

Minha discrição acabou assim que cheguei na sala, pois tudo estava escuro e eu bati meu dedinho na quina do sofá, soltando um gritinho no automático.

Quase chorei. Doeu.

— S/N? - Escutei ele me chamar, lá de cima ainda. Merda. Será que ele já estava dormindo, e eu acabei acordando ele? — Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Fiquei quieta. Eu é que não ia admitir que só fui desastrada o suficiente pra bater o dedinho. Mas assim que ele apareceu no início da escada e ascendeu a luz, parte da sala foi iluminada, e ele teve a visão de mim apoiada em apenas um pé, enquanto segurava o outro.

— Hehe... Digamos que eu só não enxerguei seu sofá....

Ele pareceu raciocinar por um tempo, olhando para mim sem expressão, até finalmente entender e rir da minha cara. Olha a audácia!

— Para de rir! Não tem graça nenhuma!

— Desculpa, mas tem sim. Você precisava ver sua cara quando me viu! - Filho da mãe! Só perdoo por que ele fica lindo assim, rindo com tanto gosto. — Sabe, você poderia ter ligado a luz.

— Eu só queria água! E como eu podia imaginar que ia ter um sofá bem aí? Não tinha lugar melhor pra por ele não?

— Você está realmente criticando a forma como meus móveis estão? - Ele disse, descendo as escadas. — Muito abusada você em!

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