Capitulo bônus

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— Babe, me escuta, minha família vai amar você! Não precisa se preocupar! Minha mãe já te ama só das coisas que conto sobre nós!

— S/n, sabe o que saber disso muda sobre meu medo de me odiarem? Nada.

— Você está sendo dramático.

Digo olhando para o banco do carona, onde ele se encontrava.

Nesse exato momento, estávamos dentro do meu carro, no Brasil, pegando mais de 12 horas de estrada, para chegar na cidade onde minha família morava.

Depois de 5 meses enrolando e se conhecendo direito, em uma relação a distância, onde nos encontramos apenas três vezes pessoalmente, decidimos começar a namorar.

Isso foi a um ano e sete meses.

Hoje, estávamos indo ver minha família pelo simples motivo de que eu iria me mudar para a Califórnia, e eles queriam me ver uma última vez antes disso, e de quebra, conhecer finalmente, o meu namorado.

Alex tinha melhorado consideravelmente no português, e eu tinha aprendido muito do espanhol também, conversar com as famílias não seria um empecilho.

Meu único medo era meu irmão mais velho. De toda minha família, ele era o que mais me preocupava, mas decidi não contar isso ao meu namorado, pois ele já estava nervoso o suficiente, querendo causar uma boa impressão.

Quando eu ainda morava na casa dos meus pais, meu irmão era muito apegado comigo, ainda éramos até nos dias de hoje, mas naquela época, ele fazia da minha vida um inferno.

Eu não podia namorar ninguém, pois ele ameaçava até a quinta geração da pessoa.

Perdi as contas de quantos garotos, e garotas, ele já tinha afastado de mim.

Thiago era extremamente ciumento, com a síndrome do irmão mais velho que sempre quer proteger sua "irmãzinha inocente".

Pobre coitado, mal sabia que de cada 10 amigos dele, 11 eu pegava no sigilo.

Mas ele perdeu toda a pose de durão e chorou como uma criança quando saí da nossa casa para morar sozinha em outro estado. Ele era dramático e birrento, dizendo que família deveria sempre ficar por perto. Coisa de cancerianos.

Alex estava o tempo todo dizendo que era injusto ele não ter sequer aprendido o português direito e estar frente a frente a família de " sua mulher", coisa que eu achei fofa nos primeiros minutos, mas que logo encheu meu saco.

— Ok, já chega! Não quero mais um piu! Já disse que vão gostar de você. E se não gostarem também, não vai mudar nada, quem tem que gostar sou eu nesse caralho!

— Não precisa falar assim também..

— Eu só quero que gostem de mim... — Fiz uma voz fina e fanha propositalmente, terminando sua frase junto consigo, sabendo que iria o irritar. — Já sei disso.

— Dá pra parar? Não achei graça!

Ele fez um bico infantil, e cruzou os braços, o que apenas me fez rir.

— Eu sei que é importante para você que eles gostem do seu jeito, e eu tenho certeza que você não vai precisar se esforçar para isso. Só seja você mesmo, do jeitinho que foi comigo. - Movi minha cabeça, olhando rapidamente para si, logo voltando meus olhos para a estrada. — Sabe, poderíamos fazer uma pausa no próximo posto, comer algo né? Estamos relativamente perto agora. Faltam umas três horas eu acho? Não sei direito, mas estou com fome, já são quase oito da manhã.

— Babe, você sempre está com fome. O tempo todo.

— Que mentira isso!

— Você me fez abrir um pacote de amendoins e dar na sua boca enquanto dirige não tem nem 10 minutos, e pouco antes disso comprou um sanduíche numa lanchonete 24 horas duvidosa na beira da estrada!

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