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Ironicamente, o silêncio pacífico foi o que chamou a atenção de Harry. Ela não sabia há quanto tempo estava deitada no lugar, mas a falta de som anormal a deixou altamente desconfiada. Nunca houve um momento em sua vida em que esteve tão quieto antes. Mesmo à noite sempre havia barulho, fosse apenas a brisa suave do vento contra a janela, ou os rangidos nas tábuas de madeira que compunham sua cama. Isso a perturbou, essa tranquilidade silenciosa, então ela abriu os olhos.

Ao seu redor havia uma espécie de névoa branca. Ao contrário da névoa normal que se formou em torno dos objetos que escondia da vista, essa névoa era em si os objetos que ainda não haviam sido formados. Maravilhado com a visão, Harry lentamente se levantou. Ela notou que estava nua, mas como acreditava estar sozinha, isso não a incomodava, pois há muito se acostumou a ficar nua quando menina.

Um caminho se formou à sua frente. Mordendo o lábio, ela o seguiu com cautela. Algum tempo depois, ou talvez nem um pouco, ela ouviu um gemido de dor. De repente, apareceu um banco, e debaixo dele veio o lamento, mais alto do que antes. Curvando-se para dar uma olhada, ela gritou e recuou. A fonte era a coisa mais repugnante que ela já tinha visto - a casca enrugada de uma criança humana, sem pelos, com a pele desgastada. Ele estremeceu de dor, gemendo de novo, enquanto se segurava com mais força. Apesar de sentir total repulsa, Harry queria aliviar sua dor. Ela estendeu a mão hesitante, pela primeira vez sem saber o que fazer.

"Você não pode ajudar", veio a voz gentil de uma mulher atrás dela.

Harry virou a cabeça dela e viu um homem e uma mulher de mãos dadas, sorrindo para ela como se ela fosse o maior tesouro que eles já tinham visto. Nunca muito confortável com olhares, Harry olhou para baixo. Ela imediatamente gritou, lembrando que ainda estava em seu traje de aniversário. Agachando-se, ela cobriu o peito. O homem caiu na gargalhada e a mulher lhe deu um tapa no braço, um sorriso exasperado aparecendo em seus lábios. Eles se viraram para dar a ela um pouco de privacidade. Desejando desesperadamente estar vestida, uma calcinha de cetim, um sutiã, um vestido de verão branco puro e um suéter azul claro apareceram instantaneamente a seus pés. Ela rapidamente vestiu as roupas e olhou para as duas pessoas com desconfiança.

"Quem é você?" ela perguntou. "E o que você quer dizer com eu não posso ajudar?" Os dois se viraram e caminharam em sua direção. Ela estreitou os olhos, tentando decifrar por que eles pareciam tão familiares. O homem tinha cabelos escuros e usava óculos, enquanto os cabelos e olhos da mulher eram da mesma cor que os dela.

O homem apertou seu coração teatralmente. "Oh, como você me feriu, Prongslet!" Ele fingiu enxugar uma lágrima do olho e então se virou para a mulher. "Como nosso lindo anjinho não nos reconheceu, Lírio-flor? Ai, que vergonha! A humanidade!"

Revirando os olhos, a mulher deu um tapa em seu braço novamente. "Honestamente, James! Harry tinha um ano e meio da última vez que a vimos. O que você esperava?" Sorrindo, o homem passou o braço em volta da cintura da mulher quando eles pararam na frente dela. "Olá Harry querido, é maravilhoso ver você de novo!" a mulher disse alegremente.

A respiração de Harry engatou em sua garganta. Seu coração pulou várias batidas antes de começar a bater forte para compensar as perdas. Uma sensação de vertigem tomou conta dela, e ela lutou para ficar de pé. Ela reconheceu os dois agora. Como não poderia, dadas as inúmeras horas que passou olhando para as fotos deles? Mas, isso era impossível. Eles estavam mortos! "Mãe pai?" ela perguntou fracamente.

Pegadinha do Torneio - |tradução|Onde histórias criam vida. Descubra agora