008

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Eliza desperta lentamente, sentindo braços fortes agarrando sua cintura e uma respiração quente em seu pescoço. Antes que entrasse em desespero, lembra de seu pedido ao Lahote para que ficasse com ela durante a noite, afundando sua cabeça no travesseiro ao perceber o que tinha feito, deixando um sorriso travesso escapar de seus lábios.

A porta de seu quarto se abre, revelando seu irmão.

- Liz, levanta! Preciso que você.. - Ele torna seu olhar para a cama da garota, paralisando ao ver a cena em sua frente. Paul Lahote dormindo agarrado em sua irmã, sem camisa e com os braços envolta de sua cintura.

- Eliza? - Ela sente que ele estava prestes a surtar. - Que merda ele está fazendo aí?! - Seu tom de voz faz o moreno despertar.
- Não me diga que vocês...

- Não! Fique tranquilo, Jake, não é o que você está pensando! - Ela se apressa em negar ao garoto, enquanto o moreno ao seu lado espreguiça-se calmamente, aproveitando-se da situação.

- Bom dia, cunhadinho! - O sorriso travesso nos lábios do Lahote faz o sangue de Jacob ferver.

- Larga a minha irmã agora! - Ele se aproxima em passos rápidos da cama da garota, puxando o Lahote pelos ombros e causando um belo alvoroço.

- Jacob, para com isso! Papai vai ouvir! - Ela tenta empurrar seu irmão para longe, sem ter muita vitória.

Os risos e provocações de Paul continuavam, enquanto Eliza tentava afastá-los, bufando para os dois garotos ao seu lado, revirando os olhos antes de puxar as orelhas de seu irmão, finalmente levando-o para longe do Lahote, exclamando de dor.

- Você ainda vai me contar o que aconteceu, ou vou contar para o nosso pai - O caçula tagarelava à medida que Eliza se aproximava da porta, ainda puxando sua orelha, empurrando-o para fora e segurando a porta em sua frente.

- Você não vai! - Ela aponta o dedo indicador para seu rosto, apressando-se para fechar a porta mas sendo impedida pelo irmão.

- Lahote! Nós conversamos depois! - Ele encara Paul mortalmente e Eliza fecha a porta, apoiando suas costas sobre ela e respirando fundo, na tentativa de acalmar-se.

- Nunca o vi tão bravo - O Lahote comenta em meio à risos divertidos, ainda deitado na cama da morena.

- Isso foi uma péssima ideia - Ela lamenta, cobrindo o rosto com suas mãos.

- Não minta, Black, sei que você adorou dormir comigo - Atiça, levantando-se e caminhando até a garota, passando suas mãos por sua cintura.

- Você é tão convencido, sabia? - Afasta as mãos do garoto, empurrando-o até a janela de seu quarto, pegando as roupas do garoto e jogando-as para o mesmo.

- Não vou ganhar um beijo? - Provoca, com o mesmo sorriso galanteador em seu rosto, enquanto descia da janela da garota, encarando-a.

- Cai fora, Lahote - Ela empurra seu rosto para longe, ouvindo uma risada vinda do moreno, debruçado-se no parapeito da janela o assistindo ir embora, recebendo uma piscadela que a faz revirar os olhos.

                                 [ ... ]   

Ao anoitecer daquele mesmo dia, Eliza, escorada em um dos pilares da varanda de sua casa, mantinha um olhar distante e um sorriso tímido no rosto ao lembrar das cenas da noite anterior e da manhã que tivera.

Paul Lahote preocupado com ela, segurando-a em seus braços. Seus olhares se encontrando, seus lábios finalmente entrando em sintonia e o calor de seu corpo colado ao dela, dormindo bem ao seu lado...

Essas lembranças faziam a garota delirar, sentindo seu coração disparar dentro de seu peito. Mas sua atenção é tomada para seu pai, que chega em silêncio e para ao seu lado, observando a lua que pairava sobre eles, iluminando toda a reserva.

-  Quando você e Jacob eram menores, eu costumava levá-los até o pico mais alto da reserva, para poder observar a lua e contar as lendas da tribo - Ele quebra o silêncio confortável entre os dois, fazendo a morena sorrir em nostalgia. Esses momentos eram os quais ela mais sentia falta.

Eliza nunca havia sido muito próxima de Billy, sempre fora a preferida de sua mãe. Mas os dois sempre tiveram uma sintonia muito forte. A garota sabia disso, e por isso, nunca havia sido um problema tão grande para ela, já que os poucos momentos que tivera sozinha com seu pai sempre foram os mais emocionantes.

- Me lembro de segurar você no colo e te colocar acima de meus ombros... Você abria os braços e dizia que estava voando, sempre com o mesmo sorriso radiante no rosto - Ela observa seu olhar nostálgico em silêncio, absorvendo as palavras do mais velho, como sempre costumava fazer.

- Eu sei que sempre fui duro com você, Eliza - Ele encara seus olhos que lutavam para segurar as lágrimas que comecavam a querer cair. - Mas porque sempre me vi em você. Desde que você era apenas uma garotinha, eu sabia que você seria brilhante. O espírito Quileute sempre esteve dentro de você. Eu queria que você permanecesse forte, e acima de tudo, corajosa. Mas, depois que sua mãe se foi, o medo de te perder me perseguiu - À essa altura a Black não conseguia conter o choro.

- Não sei qual caminho você irá seguir daqui para a frente, mas eu, como seu pai, te peço para que fique. Não quero perder minha filha de novo

A Black encara seu pai com pesar, hesitando antes de declarar.

- Você não vai, nunca mais! - Um brilho de esperança reluz nos olhos do mais velho. - Ficarei aqui, onde nunca deveria ter saído

Os braços de seu pai a envolvem em um abraço apertado, permitindo-a chorar em seu ombro, misturando sentimentos de saudade, alegria e tristeza, todos em um só.

FOR US, paul lahote Onde histórias criam vida. Descubra agora