Capítulo 1

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Oito meses depois.

Duas semanas. Em duas semanas estaremos formados. Para muitos, a vida está uma correria. Estão planejando vestidos, convites, festas.

Tudo tem voltado ao normal para o resto do mundo. Tem sido estranho para mim. Tínhamos planejado a maior festa que campus veria. Queríamos entrar para história como os maiores alunos que já pisaram nesse lixo de faculdade.

Comecei a preparar umas tortas de maçã para café que teremos com os pais do Rafe. Entretanto, meu telefone toca quando estou na metade da massa.

— Bom Dia! Gostaria de falar com Srta. Heather Williams?

— É ela.

— Srta. Williams, sou o Detetive Steve Miller, do Departamento de Polícia de Charlotte.

Um frio repentino me entorpece. Dou conta de continuar segurando o telefone. O fato de ainda conseguir falar é um pequeno milagre.

— Em que posso ajudar?

– Será que você teria tempo de vir à delegacia hoje? Temos umas atualizações sobre ocorrido no chalé dos camerons– pergunta o Detetive Steve.

— Pensei que o caso estivesse encerrado.

— Infelizmente, não. Só vamos encerrar quando completar um ano e meio, se não conseguimos nada de importante com que temos.

– É claro – eu afirmo. – Irei assim que puder.

Quando desligo o telefone, ainda sinto meu coração disparado. A polícia tem feito possível para tentar me fazer lembrar daquela noite. Com meu depoimento sobre início da noite, e de Rafe sobre resto da madrugada, os policiais conseguiram fazer uma linha temporal.

Antes de sair, envio mensagem para Rafe. Preciso avisar que podemos ter atualizações. Ele e sua família sempre ficam em cima para a polícia investigar as coisas mais a fundo.

Heather: Amor, preciso ir na delegacia. O detetive disse podemos ter informações. Tem como pedir para seus pais vir outro dia?

Não consigo parar olhar meu reflexo a longa viagem de carro para delegacia, preciso ter certeza que realmente ainda estou ali. O Detetive Miller é impossível de não se admirar, tudo em sua mesa está organizado de forma precisa.

Rafe ainda não visualizou a mensagem. Desligo o telefone. Uma precaução.

— Olá, Srta. Williams, obrigado por ter vindo. Sente-se, por favor. Este é meu parceiro, Detetive Smith.

— É um prazer. — comprimento o segundo detetive. — Não tem problema. Tem alguma coisa errada? – perguntei indo direto ao assunto.

— Não. Pode ser que começamos a ter esperanças para preencher algumas lacunas. Existe uma possibilidade de ter um segundo DNA na arma do crime.

Impossível. Aquela faca era específica. Muito diferente dentre as outras que tinha no chalé. O detetive enfiou a mão em uma maleta aos seus pés, pegou uma pasta e a colocou na mesa. Logo em seguida, pegou um gravador.

— Vou te fazer algumas perguntas, novamente.— ele informou — Se você não se importar, gostaria de gravar a conversa.

Eu não deveria ter vindo.

— Sem problemas. Pode gravar.

Uma ansiedade se agitou dentro de mim quando vi o gravador. Era como se tivesse voltado para uma semana depois do chalé.

— Agora, conte-me, novamente, da melhor maneira que conseguir, tudo de que se lembra daquela noite.

— Prefere que seja sobre noite toda, ou da parte que a Lya Bailey começou a gritar? Porque não lembro de muito depois disso.

Game of survival (Rafe Cameron Au)Onde histórias criam vida. Descubra agora