Capítulo 4

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CAMERON CHALET
6h30 da tarde

Na área da cozinha, separada da sala por uma bancada na altura da cintura, eu e Lya nos encontrávamos concentradas na tarefa de preparar o jantar. Lya propôs que cada uma de nós ficasse responsável por uma parte da refeição. Enquanto isso, trombamos com Sarah e Kie, preparando o prato principal, uma suculenta carne assada, e alguns acompanhamentos adicionais.

Fiquei até com fome.

Rafe e JJ, como de costume, assumiram a responsabilidade pelas bebidas. Organizaram várias garrafas de alguns galões de água, prontos para serem servidos em copos descartáveis.

O bolo ficou sob minha responsabilidade, minha grande especialidade. Desde jovem, sempre tive sonho de ser confeiteira, e essa tarefa era uma oportunidade para distrair minha mente.

— Desde que ele chegou, meu ânimo foi por água abaixo —, sussurrei para Lya.

— Não sei se é uma boa ideia, mas acho que vocês deveriam conversar logo. Se tiver que terminar, que termine logo. Está chato — Lya sussurrou de volta.

— Você acha melhor?

— Claro. Ele mudou com as pessoas e te deve explicações, no mínimo.

— Isso é tão estranho. Por que ele decidiu passar o final de semana conosco?

— Porque, apesar de tudo, somos uma família, né? Vai ser divertido, acredite. Tirando essa tensão que está rolando entre vocês.

Embora eu discordasse, permaneci em silêncio, assim como os outros. Quase duas horas se passaram desde a chegada de Ty, e pairava sobre nós um clima de luto. Todos haviam perdido o ânimo, e, no fundo, Lya também percebia isso. Ela só não queria comentar.

O ambiente era tensão, como um campo minado prestes a explodir. Ty, lentamente, se aproximou de mim, um pedido de diálogo que pairava no ar, pesado como uma nuvem prestes a desabar. A cozinha, normalmente um refúgio acolhedor, agora era palco de uma encenação desconfortável.

— Heat! Posso falar com você? Será rápido — disse Ty. Sua proposta, embora aparentemente amigável, continha uma pequena desconfiança.

— Claro. Só vou colocar o bolo para assar — respondi.

Minha resposta, embora aparentemente simples, escondia a minha ansiedade em meu peito. Ty assentiu, um gesto que ecoava uma pretensa camaradagem, mas as entrelinhas diziam mais do que suas palavras.

O convite silencioso para uma conversa nos levou ao desconfortável cenário de uma cozinha, onde o aroma tentador de uma refeição em preparo contrastava com a atmosfera densa de expectativas não ditas.

Ao meu lado, Lya, minha melhor amiga e confidente, desempenhava o papel de anfitriã, oferecendo a Ty uma cerveja, uma tentativa de aliviar o peso da situação. No entanto, a observação atenta revelava sutilezas na interação, como se ambos estivessem envolvidos em um jogo complexo de interesses entrelaçados.

— Mais uma cerveja, Ty? —, perguntou Lya. Sua pergunta desviou momentaneamente meu foco para ela.

-— Ah, claro, gata — respondeu Ty. Sua resposta carregava uma tensão submersa, uma tentativa sutil de provocação que não passava despercebida.

Apesar de minha luta para manter uma indiferença aparente, a cena à minha frente era uma colisão de sentimentos. A frieza que tentava assumir era confrontada pela dor oculta de ver Ty jogando um jogo de ciúmes com minha melhor amiga. Afinal, Lya não era apenas uma amiga; era minha irmã, minha confidente mais próxima.

Lya, por sua vez, respondia com uma risada zombeteira, cortando o ar como cacos de vidro.

-— Ainda bem que você sabe —, disse ela, entregando-lhe mais uma cerveja. Seu gesto parecia inocente, mas carregava a tensão de uma competição silenciosa.

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⏰ Última atualização: 17 hours ago ⏰

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Game of survival (Rafe Cameron Au)Onde histórias criam vida. Descubra agora