11. "Preciso falar com Robin."

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Aviso: este capítulo pode conter gatilhos para ansiedade/ataque de pânico.

Boa leitura!!
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— Você entendeu tudo? — Finney ouviu Bruce exalar, naquela segunda aula de história. Ele sabia perfeitamente que Bruce estava o questionando sobre a matéria dada naquele período. Mas sua mente estava em outro lugar para responder naquele momento.

Finney Blake estava chateado. Ele não entendia Robin Arellano. Tudo o que Finney mais desejou no começo daquele dia era ver o mais novo amigo, porém quando aconteceu, nunca sentiu-se tão longe do mexicano. Queria saber o que tinha acontecido ali. Se Robin estava passando por algum problema naquele dia, e se ele poderia ajudar. Ou, no pior dos casos, Robin diria a Finney que ele era seu problema. E pediria para Finney nunca mais se aproximar com sua índole de assassino.

Oh Meu Deus!!

Teria Robin descoberto? Robin estava tão enfurecido com Finney e talvez, possivelmente, com medo, por isso o tratamento repentino?

Oh não universo. Finney pensava. Por favor, Finney implorava para qualquer divindade que existisse naquele momento, Finney desejava que Robin ainda não soubesse de nada. Finney queria ter a chance de contar. E ele iria contar. Prometeu a Gwen e então até o final daquela semana Robin saberia a verdade sobre ele. Mas não agora. Finney desejava ter mais daqueles famosos quinze segundos de paz. Blake desejava ter mais dias como o anterior. Dias calmos, onde ele passeava com os amigos, quer dizer, ele considerava Vance e Griffin amigos agora, tanto quando Bruce, eles eram amigos não eram?

— Finney para planeta terra!! Estou falando com você. — antes que o loiro pudesse abrir sua mente para diversos outros questionamentos e pensamentos insanos, ele ouviu a voz de Yamada mais uma vez. Finney piscou seus olhos duas vezes, certificando-se de que estava bem acordado para aquele mundo. Virou-se para Bruce.

— Sim. Me desculpa. O que estávamos falando?

— Te perguntei se entendeu a matéria!? Mas não sei nem se você prestou atenção. — Finney estreitou as sobrancelhas para Bruce, que revirou os olhos — Vamos lá, Finney. Não aguento mais olhar para essa sua cara de quem comeu algo e não gostou. O que está havendo? — o cacheado soltou um suspiro e abaixou o olhar para suas mãos, brincou de cravar a unha dentro de outra — É sobre o que aconteceu?

Finney rapidamente ergueu o olhar. Bruce falaria sobre aquilo? Finney estava pronto para falar sobre aquilo? Finney queria falar sobre aquilo?
Não. Não. Não.

Finney queria fugir. Ele sentiu vontade de fugir e correr o máximo que pudera. Blake voltou a cravar as unhas mas desta vez nas palmas de suas mãos, ele cravava com força. De certa forma tentava manter sua mente sã para qualquer que fosse as palavras seguintes de Yamada. Estava tudo bem. Ele conseguiria fazer isso. Ele falava frequentemente sobre aquilo com Gwen.

Ou bem, Gwen repetia que tudo estava bem, e Finney somente concordará. Ele nunca tivera conversado com alguém se não ele mesmo sobre aquilo. Mas ele estava pronto. Não podia ser tão difícil. Bruce não ia julgar nenhum de seus atos, certo? Tentava afirmar para si mesmo, enquanto a garganta fazia o máximo de esforço para não se fechar e ele conseguir respirar. Espere..quando foi que ele começou a sentir seu coração acelerado? E Finney estava tremendo? Por que? Aquilo era somente uma conversa.
Não importa.
Finney sentiu seus dedos afundando mais um pouco nas palmas das mãos e sua boca já estava entre aberta puxando o ar que o nariz já não conseguia, a perna começou a balançar na cadeira e Finney sentiu uma imensa vontade de chorar. Mas ele estava ali, se afogando na vontade. Finney não podia fazer nada.
Tudo aquilo era tortura.

— O..O que aconteceu? — disse com um fio de voz, com a sanidade que lhe restava. Bruce arregalou os olhos. Era possível ele ter percebido algo?

— Finney você está bem? Estou falando do Arellano. Eu não sou cego, percebi a grosseria de hoje mais cedo. Precisa pedir pra sair? — disse Bruce enfim. Finney soltou o ar que nem mesmo sabia que tinha dentro de si. Um alívio momentâneo lhe percorreu o corpo, ele então devagar libertou suas palmas de suas unhas, e logo sentiu um pequeno incômodo naquele local. Observou rapidamente para que Yamada não percebesse, e ali pode ver a nascente vermelhidão. Ficaria um machucado. Finney ficou surpreso. Ele não achou que havia ido tão fundo.

— Arellano? Claro. Eu estou...bem. Eu só.. — Finney tentou achar explicações, enquanto o ar lhe voltava para os pulmões. Mas era impossível. Finney ainda quis chorar. Afinal, era besteira dele.

— Está tá tudo bem, Finney! Não precisa se preocupar com isso. — disse o menino asiático.

Era uma frase simples. Mas naquela frase Blake foi capaz de perceber que não era Bruce quem entraria naquele assunto com ele. Não era da conta de Yamada se Blake não quisesse partilhar nada com ele. Era isso que ele estava verdadeiramente dizendo. Finney quis chorar ainda mais. Mas manteve-se forte mais uma vez, e então apenas assentiu, virando sua atenção para o quadro branco, onde havia exercícios passados e já realizados em seu caderno.

— Obrigado. — foi o que ele sussurrou para Bruce. Como sempre, o asiático sorriu de orelha a orelha e voltou-se para frente também. Aquele assunto não seria um problema entre eles dois, e finney sentiu-se feliz com isso.

Mas ainda podia ser o problema de Robin. E percebendo agora, Blake definitivamente não estava pronto para falar disso.

— E quanto ao Vance? — foi um questionamento surpresa para Bruce. Não achou que Finney lhe perguntaria sobre isso. Ou que tivera percebido algo.

— O que?

— Não se faz de tonto. Eu também não sou cego. Percebi aquele climão entre vocês. — disse Finney, voltando seu belo rosto, agora mais calmo, para o Yamada. Assistiu Bruce enrubescer e adorou que eles já tivessem aquela intimidade.

— Não, não, senhor Finney! Vamos falar do Arellano. Você seriamente não percebeu que ele ficou com ciúmes? — Finney arregalou os olhos castanhos. Agora ele estava muito confuso. Do que Robin poderia sentir ciúmes? E..eles não eram namorados para Robin ter ciúmes.

— Bruce! — o repreendeu — Ciúmes do que? Me diga.

— De mim Finney! Não seja um inocente, seu pamonha. — agora mesmo que Blake estava confuso.

— O que? Mas por quê? Você e eu somos só amigos!! Quer dizer, igual eu e ele. — Bruce suspirou forte e apoiou o cotovelo na mesa para depois descasar a cabeça na mão.

— Bem, isso eu já não sei. Mas se eu sei algo é que Robin Arellano estava com ciúmes de você, Finney Blake. Você precisava ver a cara que aquele garoto fez quando nos viu chegando juntos, o sorrisão morreu na hora. — Robin estava sorrindo naquela manhã então? O sorriso de Robin se foi quando avistará Finney e Bruce juntos? Mas por quê? Eles eram amigos, igual ele e Robin. Finney precisava explicar isso para Arellano.

— Preciso falar com Robin.



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Desculpem a minha demora para postar, eu tava viajando e sem muito tempo pra escrever.
Bem, é isso, espero que gostem e até o próximo. 🤍

𝐁𝐀𝐍𝐃𝐀𝐍𝐀𝐒 𝐀𝐙𝐔𝐈𝐒. ʳⁱⁿⁿᵉʸOnde histórias criam vida. Descubra agora