CAPÍTULO 2: DOIS DIAS LONGE DE CASA.

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Saí do meu quarto e fui até o quarto da Donna e Angie. Para a minha sorte a porta estava entreaberta então foi fácil para mim conseguir ver um pouco do quarto, principalmente a cama de casal que a minha namorada dormia. Donna estava dormindo de costas para a porta, e Angie estava deitada nos pés da cama, também dormindo. Tentei fazer menos barulho possível ao abrir a porta o suficiente para conseguir entrar no quarto e por pouco quase acordo as duas. Aliás, acho que comemorei cedo demais porque acabei batendo na cadeira derrubando-a e isso fez Donna levantar a cabeça e olhar para trás. Se eu estivesse parada onde estava, ela teria me visto e ia querer conversar sobrre o que aconteceu, mas eu me escondi do lado da cômoda. O pouco que eu consegui enxergar dela e julgando pelo rosto dela, não demoraria para ela voltar a dormir quando deitasse a cabeça no travesseiro. E foi exattamente isso que aconteceu. Donna, vendo que não tinha nada fora do normal no quarto, voltou a deitar a cabeça no travesseiro e dormiu rapidamente.

— Essa foi por pouco. — sussurro o mais baixo que consigo.

Saí do esconderijo e caminhei até a cama da minha namorada para olhá-la dormindo. Donna tinha tantos problemas que vê-la dormindo tão tranquila, me deixava aliviada. Tinha momentos que eu queria que ela dormisse o tempo todo, só para não sofrer com os problemas e com as coisas dolorosas que o mundo fazia para ela. Eu queria poder tirar toda a dor e medo que ela sentia, mas eu não tinha esse poder, infelizmente.

Engoli em seco sentindo meus olhos arder e lacrimejar. Meu coração estava tão apertado e parecia que meus pulmões iriam explodir com tanta dor e angústia sentida naquele momento. Trilhei meus olhos por todo o corpo de Donna, depois pelo de  Angie e voltei minha atenção para Donna novamente e notei uma coisa: ali no braço direito, vi um pedaço de gaze saindo da manga do seu vestido. Eu não podia acreditar no que eu fiz! Durante a minha crise de ciúmes e raiva, eu acabei machucando minha namorada e a pior parte foi que eu gostei do que fiz com ela. Mas a realidade é que aquela não era eu.

— Aí não! — minha voz saiu fina e baixa.

Com calma, sai de fininho do quarto e fechei a porta, mas ao invés de sair dali e voltar pro meu quarto, eu encostei minha testa na madeira fria da porta. Tinha algo me prendendo ali e eu não sabia bem o que era. Porém, uma coisa me chamou a atenção... Eu senti um cheiro doce vindo do outro lado da porta. Eu não sei bem o que era, mas senti minha garganta ficar seca e meu estômago roncar. Eu não estava com fome mas desconfiando do que poderia ser aquilo, juntei forças e sai dali antes que eu fizesse alguma besteira. Desci para o andar de baixo e fui para a cozinha.

Quando entrei na cozinha, encontro um livro grosso de capa preta em cima da mesa. V tinha um parecido que eu até me perguntei se ele tinha esquecido mas eu o vi pegando o livro antes de ir embora e o dele não era tão grosso como esse. Curiosa, me aproximo da mesa, me sento na cadeira e aproximo o livro para saber que se tratava. Abri e li algumas perguntas que estavam escritas na primeira página, e isso me assustou.

Começava com perguntas e logo dois parágrafos abaixo tinha as respostas dessas perguntas sublinhadas com caneta preta.

PERGUNTA 1:

Está sentindo a garganta seca ou áspera e seu estômago está estranho?

Isso pode ser a falta de água no seu organismo ou pode ter comido algo que lhe fez mal.

Ou se for algo sobrenatural, pode ser que seus instintos estejam mudando para algo desconhecido.

PERGUNTA 2:

Você já sentiu prazer ou satisfação em machucar alguém que não pretendia e se sente poderosa com isso?

Saiba que isso pode resultar em algo grave se você não souber o que significa. Alguns casos são menos graves que outros.

DIMITRESCU FAMILY: ENTRE O BEM E O MAL (SEANSON 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora