Desafio de fogo

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O verme gigante era uma aberração colossal. Com três vezes o tamanho de um camelo, ele se movia com uma velocidade surpreendente para um animal tão imenso. Sua pele áspera e grossa como pedra exalava um odor pútrido que invadiu minhas narinas, causando uma repugnância profunda em meu ser. Zyan agiu rápido como um raio, sacando suas correntes mágicas e avançando destemidamente em direção ao verme, antes que pudesse me alcançar. Com agilidade sobrenatural, ele envolveu as correntes ao redor do pescoço do verme, tentando sufocá-lo. Contudo, a criatura monstruosa era resistente e forte, e com um movimento brusco de sua cabeça, se libertou das correntes. Em pânico, corri o mais rápido que pude para me abrigar atrás de um conjunto de pedras próximas. Lá, me agachei, tentando recuperar o fôlego, enquanto observava a batalha entre Zyan e o verme. A cada movimento do monstro, a terra tremia e pedras se desprendiam das montanhas circundantes, aumentando ainda mais o caos e a tensão no ar.

O verme avançou com fúria, lançando jatos de ácido corrosivo na direção de Zyan. Ele, ágil como um dançarino, usou a areia do deserto a seu favor, gerando redemoinhos para distrair a criatura enquanto se esquivava dos ataques com habilidade e destreza. Ele conseguiu acertar a criatura algumas vezes, mas as correntes pareciam não ter efeito sobre ela, que continuava avançando, cada vez mais ameaçadora. A luta se desenrolava com uma ferocidade assustadora. Zyan se movimentava com agilidade, esquivando-se dos ataques do verme e buscando incessantemente uma maneira de derrotá-lo. Seu objetivo era claro: não permitir que a criatura chegasse perto de mim. Eu assistia a tudo em pânico, sem saber como ajudar. A areia do deserto era revolvida pela batalha, formando uma nuvem densa de poeira.

Mas a situação piorou quando o verme atingiu Zyan com um movimento rápido. Ele se chocou contra as pedras e caiu desajeitado. Pude ver apreensão em seus olhos enquanto a criatura se aproximava lentamente, o encurralando. O coração apertado no peito, senti um ímpeto de coragem e determinação tomar conta de mim. Em um momento de desespero, decidi arriscar tudo. Saindo de meu esconderijo, peguei uma das pedras mais pesadas que encontrei e a arremessei com todas as minhas forças em direção ao verme. O objeto voou pelo ar com um som estrondoso, acertando a criatura em cheio no olho. O verme soltou um rugido ensurdecedor, sacudindo-se de dor.

A criatura, sentindo-se desafiada, virou-se em minha direção, sua bocarra aberta revelando seus inúmeros dentes afiados. A tensão no ar era palpável. Eu estava prestes a ser atacada quando, de repente, vi as correntes de Zyan se envolverem no pescoço do verme. Com um movimento rápido e preciso, Zyan puxou com toda a sua força, causando um ferimento grave na criatura. Um líquido fosforescente jorrou do verme, mas Zyan conseguiu se esquivar no último instante, dando uma pirueta para trás. O líquido corrosivo da criatura caiu no chão, criando uma nuvem de fumaça tóxica.

Soltando um último grunhido, o verme gigante desabou sobre a areia. Zyan parecia exausto e ofegante, mas ele não baixou a guarda. De costas para mim, ele observava a criatura caída, como se estivesse avaliando a situação. A tensão no ar diminuiu gradualmente, e eu me aproximei cautelosamente.

—Zyan — disse enquanto caminhava em sua direção, mas antes que chegasse até ele, Zyan desabou sobre os joelhos e se deixou cair para o lado, arfando. Eu me ajoelhei ao seu lado e estendi as mãos a tempo de segurá-lo, mas fiquei perplexa ao constatar que parte de seu abdômen estava exposto em carne viva e sangrando profusamente.

Sua respiração estava rápida e irregular, e ele parecia estar perdendo a consciência. Eu entrei em pânico, sem saber o que fazer para ajudá-lo. Eu olhei em volta, procurando desesperadamente por alguma ajuda, mas estávamos sozinhos no deserto. Eu sabia que precisava agir rápido.

—Vamos. A gente precisa sair daqui— disse enquanto passava sua mão em volta do meu ombro e o ajudava a se levantar. Quando constatei que ele conseguia se equilibrar sobre as pernas, caminhamos até a barraca.

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