O ultimo desafio

16 4 33
                                    

Quando recuperei a consciência, meus olhos se abriram lentamente. A primeira coisa que senti foi um abraço reconfortante, seguido por soluços intensos. Eu ainda estava debilitada, tossindo e expelindo água dos meus pulmões, sentindo a dor residual dos tentáculos da criatura em meu corpo.

—Você está viva — disse Zyan, sua voz carregada de emoção, enquanto seus olhos lilás brilhavam com lágrimas.

Eu olhei para ele, ainda tentando recuperar o fôlego, e assenti com a cabeça, incapaz de falar. Ele me segurava com cuidado, seus olhos transbordando de preocupação. Eu podia sentir sua força e determinação, enquanto ele me ajudava a recobrar a respiração. Quando finalmente me senti melhor, olhei em volta e percebi que estávamos no salão da dungeon aquática, cercados pelas criaturas marinhas mágicas que pareciam apreensivas. Eu o olhei, agradecida.

—Você me salvou — disse, abraçando-o com lágrimas nos olhos. Eu pensei que tivesse ido embora.

—Eu jamais iria deixá-la sozinha — respondeu Zyan. — Vi quando você embarcou no tapete mágico na clareira e a segui— sua expressão era de puro alívio.

Agradeci novamente, ainda emocionada pela sua ajuda oportuna. Foi um momento intenso, mas ali, naquele abraço apertado, senti que estava segura. Após alguns instantes, Zyan se afastou e me encarou nos olhos.

—Adhara, é de extrema importância que você saiba... — começou ele, sua voz carregada de emoção contida. — Admito que aceitei a proposta de Jin. Fui consumido pelo desejo de corrigir meus erros passados, de retroceder no tempo e desfazer os equívocos que cometi. Acreditava que essa era a única maneira de encontrar redenção, de restaurar o que foi perdido.

Zyan fez uma breve pausa, buscando as palavras adequadas para expressar seus sentimentos mais profundos.

—No entanto, antes mesmo de tentar, desisti. Quando nos aproximamos e eu tive a oportunidade de conhecê-la melhor, eu entendi que não poderia fazer isso com você — ele continuou, sua expressão carregada de emoção.

—Eu compreendo se você não quiser me perdoar. Mas saiba que estou disposto a fazer tudo o que for preciso para reparar o dano que causei.

As palavras sinceras de Zyan me atingiram em cheio, e lágrimas inundaram meus olhos. Olhei intensamente para ele, sentindo uma mistura avassaladora de emoções transbordando em meu coração.

—Zyan, é claro que eu te perdoo — murmurei em meio às lágrimas, sentindo um peso sendo aliviado em meu peito. Seu abraço me envolveu, e permiti-me mergulhar naquele momento de reconciliação, deixando para trás as mágoas do passado.

Enquanto compartilhávamos aquele abraço, o mapa se revelou, mostrando o fim da nossa jornada juntos. Com um sorriso terno, Zyan recolheu os artefatos que estavam no chão e os entregou a mim. Olhei para aqueles objetos em minhas mãos e, em seguida, para Zyan, sentindo uma gama de emoções me invadir. A alegria de finalmente ter a chance de escapar daquele lugar era palpável, mas, ao mesmo tempo, a angústia de ter que me despedir de Zyan e deixar para trás tudo o que vivemos juntos apertava meu peito.

Zyan percebeu minha hesitação e falou com gentileza:

—Minha donzela cintilante, é hora de seguir em frente. — Então, ele fez um pedido inesperado: — Mas antes, peço que me conceda três desejos.

Assenti, as lágrimas ainda rolando pelo meu rosto, ansiosa para ouvir quais seriam os desejos de Zyan.

Ele olhou profundamente em meus olhos, sua expressão carregada de determinação e amor, e começou a falar com uma voz firme e suave ao mesmo tempo:

—Meu primeiro desejo é que você se permita ser livre, Adhara. Liberte-se das amarras do passado, das dúvidas e dos medos. Acredite em si mesma e siga em frente sem jamais olhar para trás. O futuro está à sua espera, repleto de oportunidades e aventuras que só você pode descobrir.

A ÂNFORA MÁGICA Onde histórias criam vida. Descubra agora