Capítulo 11

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- De acordo com esse mapa de meus ancestrais... o ascendente está aqui. - Rosmerta disse enquanto virava de um lado para o outro o mapa que mudava de direção a cada vez em que ela começava a pensar diferente. 

O mapa era mágico e guiado por suas emoções. Enzo havia tentado olhar melhor o mapa para lhe ajudar, mas ele só atrapalhava com sua solidão. O mapa se tornava escuro e clareava apenas em alguns momentos, como se Lorenzo não deixasse ninguém entrar em sua mente.

Para Rosmerta ele estava perdido. Indecisa como pensava não ser, a trajetória mudava a cada momento.

- Será se tem como se decidir para qual caminho você quer ir? - Enzo disse já sem paciência. - Todos eles a levarão para o mesmo lugar. 

- Eu sei! Mas o que posso fazer se sou assim?

Enzo levantou as mãos nas alturas dos cotovelos e deu de ombros.

- Eu não sei... já pensou em... mudar? - Ele disse com seu sotaque pesado. - Mudar para melhor, é claro.

- Todos os caminhos nos levarão para o mesmo lugar.

- Sim, claro! Mas quem quer ficar andando de um lado para o outro?

- Temos todo o tempo do mundo.

- Ah, agora é assim? Hoje de manhã já estava chateada por ter que ficar mais um dia nesse mundo. - Ele rodou os braços pelo lugar.

- Nós iremos sair daqui, Lorenzo! - Ela parou de andar e o olhou seriamente. - Eu te dou a minha palavra. 

- Palavra... Palavra... - Ele começou a falar vagarosamente e deu um sorriso rouco. - Até que enfim você começou a falar como uma mulher bruxa toda poderosa de verdade. Sério, parecia que você estava tendo um treco toda vez que alguém falava com você. "Oh não senhor 100323 anos mais jovem que eu, não me diga para fazer algo porque eu vou ter que te obedecer... oh...". - Ele colocou a mão no coração e fingiu cair no chão por um momento.

- Há! Há! Há! - Ela fingiu gargalhar olhando seriamente para Enzo e logo depois olhou para o mapa.

- Não tem como você dizer onde o ascendente está?

- Eu não sei! 

- Como não sabe?

- Mundos prisões são construídos geralmente pelo coven Gemini, e eu não sou desse coven.

- Ah... - Enzo revirou os olhos. - Mas você poderia ter uma história.

- Que história? - Rosmerta lhe olhou torto.

- Em 1905... - Enzo começou. -...meu coven construiu um lindo mundo prisão para milhares de almas horríveis...

- Não. - Ela simplesmente o interrompeu.

- O quê?

- Apenas... não. - Ela disse balançando a cabeça de um lado para o outro. - Não é assim que funciona, Enzo.

- Mas bem que poderia.

De repente Rosmerta ouviu um grito grave vindo de algum lugar, já Enzo ouviu o barulho vindo do galpão que até então era o lugar em que ambos haviam renascido.

- Você ouviu isso? - Rosmerta olhou para Enzo, preocupada.

- Sim, eu ouvi. Quem pode ser? 

- Eu não sei. Não faço a menor ideia. 

- Como assim você não sabe?

Rosmerta revirou os olhos e começou a andar para fora da biblioteca em que estavam.

- Você sabe onde foi? - Rosmerta perguntou.

- Sim, foi na direção do galpão. Na verdade, acredito que foi por ali mesmo.

Me ponha para dormirOnde histórias criam vida. Descubra agora