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— O que foi que você disse? – perguntei com um sorriso nervoso.

— Que eu realmente estou apaixonado por você. – Ayuno se aproximou e eu, por reflexo, me afastei.

— Você sabe que não é recíproco, né?

— Uau, que direto. – ele riu baixo, me fazendo suspirar – Relaxa, eu sei que não é. Mas eu não me importo porque eu vou te fazer esquecer aquele babaca.

— Pra falar a verdade... – Murmuro e me sento novamente onde estava – Antes eu queria muito que ele parasse com a palhaçada pra gente ficar junto, mas... Não sei se é isso que eu quero agora.

— Como assim? Não gosta mais dele? – Ayuno sentou ao meu lado.

— Sinceramente? Não sei o que eu tô sentindo por ele. Eu tô com raiva, tô frustrado, não consigo sentir atração. – o encaro de forma rápida – Não sei ao certo.

— Eu entendo, Teyam. Vai ficar tudo bem. – Ayuno me puxou para perto de si, abraçando meu corpo – E não precisa ficar estranho por conta disso, ok? Prometo pra você que vai ser total responsabilidade minha.

— Como assim? – pergunto confuso.

— Quero dizer que não precisamos parar de ficar por conta dos meus sentimentos. Eu não vou me iludir. Já sou treinado pra isso. – ele brincou, me fazendo rir baixo.

— Você sabe que isso é errado, né? – Perguntou, acariciando seu rosto.

— Se tem o meu consentimento, não é. – ele brincou novamente e riu.

— Idiota.


Ao'nung's POV

— Ao'nung? O que está fazendo aqui? – meu pai perguntou enquanto entrava no uturu.

— Eu tô ajeitando minha lança, não tô conseguindo pegar nada ultimamente. – respondi em um murmuro quase inaudível.

— O que há de errado com você? Está agindo estranho esses dias. Não come direito, não se concentra, parece que está em outro mundo. – meu pai sentou ao meu lado – Sua mãe me disse que viu você batendo em Ayuno.

— É verdade, mas ele mereceu. – murmurei e agora olhei para o meu pai que estava sério.

— O Ayuno é filho de uma das famílias mais importantes para a segurança do nosso povo. O que você acha que diriam se soubessem disso?

— Eu não gosto daquele moleque e sinceramente eu não tô nem aí pra família dele. – meu pai respirou fundo.

— Não sei o que há entre vocês e também não quero me envolver, mas eu espero que isso não volte a se repetir. – disse em um tom firme.

— Se ele ficar na dele e não encher o meu saco, a cara dele fica bem longe da minha mão. – dou um leve sorriso ao meu pai que agora se levanta.

— Não irei falar outra vez. Está avisado.

E então, ele saiu do uturu, me fazendo respirar fundo. Amo o meu pai, mas às vezes ele não fica do lado certo. Digo, só por que a família dele é importante eu tenho que tolerar tudo o que ele disser? Além do mais, foi ele quem provocou. Pra começo de conversa, ele não deveria nem estar com o Neteyam. Mas eu vou mudar isso.

Nung? – Ouço uma voz feminina vindo da janela do uturu, olhando e vendo Kiara sorridente olhando pra mim.

— Kiara? O que tá fazendo aqui? – perguntei enquanto observava ela entrar.

— Bom... Faz uns dias que a gente não se vê, eu tô com saudade de você. – ela então se ajoelha próxima de mim, mordendo meus ombros de forma lenta.

— Achei que não quisesse mais me ver. – Murmuro e mordo os lábios ao sentir suas mãos acariciarem meu pau – Tá maluca? Meu pai acabou de sair daqui...

— Eu sei, e sabe... Ele ficou sabendo de uma ameaça fora do recife, perto das ilhas do norte. Acredita nisso? – ela murmurou um um tom inocente me fazendo rir.

— Sua putinha do caralho, você mentiu pro meu pai só pra eu te foder? – pergunto, a trazendo até o meu colo.

— Questione meus métodos mas não meus resultados.

Ela ri e começa a rebolar em meu pau, me fazendo gemer baixo. Levo as mãos até sua bunda, apertando o local com força enquanto beijo seus lábios de forma desajeitada. Vou reconquistar o Neteyam, mas enquanto a gente tá longe, eu aproveito a Kiara e ele aproveita o Ayuno.

Justo.

Can't Stop Loving You (Neteyam/Aonung + aonunete + netenung )Onde histórias criam vida. Descubra agora