Como anunciado pelo navegador há alguns dias atrás, o bando estava chegando a uma nova ilha, o tempo já havia se firmado e era ameno, provavelmente seria uma ilha de primavera, já que não estava muito calor e nem frio, um pouco úmido, mas tirando isso estava bom. Mayu já estava acostumada com esse tempo, afinal em São Paulo era comum um tempo cheio de umidade, se bem que em sua cidade o clima era bem parecido com o da Grand Line, no mesmo dia podiam presenciar mais de uma estação.
Ace estava no ninho do corvo quando avistou a ilha, estava ansioso por isso, na verdade era esquisito ele se sentir tão apreensivo para chamar uma pessoa para o bando, foi muito simples na maioria das vezes que ele recrutou alguém, mas com a garota era diferente, ele não saberia o que fazer se ela decidisse se separar dos Spade, a amizade de ambos se tornou tão preciosa quanto Yamato, Luffy e o falecido Sabo.
Ele anunciou a ilha a algumas milhas de depois desceu para o convés, onde a amiga estava conversando com um companheiro, o Portgas gostava de vê-la agir como parte dos Spade, os companheiros de bando a respeitavam agora, sem medo ou desconfiança, aos poucos ela foi cativando cada um, com um jeito tímido e meigo. Além disso, Ace se sentia orgulhoso da evolução da amiga, ela não se lembrava de seu passado, mas estava lidando muito bem com suas habilidades.
Ela não era uma expert em luta, na verdade parecia não gostar de lutar, mas num mundo cheio de perigos em algum momento ela teria que lutar, nem que fosse para se defender, e ele tinha certeza que se algum companheiro estivesse em perigo, a Sparrow faria de tudo para protegê-lo. O moreno faria o possível para deixar a jovem em segurança, e que ela não se preocupasse com esse tipo de coisa, na verdade ele gostava de ver alguém tão pacifica convivendo entre piratas, chegava a ser fofo.
Os olhos dele se arregalaram quando notou seu pensamento, ele não achava ninguém fofo, talvez luffy quando mais novo em suas lembranças, mas somente ele, aquilo foi uma surpresa e o assustou, mas preferiu somente fingir que isso não havia passado em sua cabeça.
Ele se aproximou da mestiça, que estava olhando para o mar pensativa agora, o pirata que estava com ela tinha acabado de sair. Logo achou uma boa oportunidade para assusta-la, a tentativa foi um sucesso, assim que o maior encostou em seus ombros e fez um “Buh”, a jovem deu um salto, sua cauda automaticamente chicoteou a perna dele, que urrou pela ardência, mas também estava rindo pelo susto bem sucedido.
- Ace! – Exclamou nervosa, mas assim que notou o vermelho na batata da perna dele, se preocupou. - Desculpa, doeu?! Isso é um ótimo motivo pra não fazer isso de novo!
Ela não sabia escolher entre estar brava e preocupada.
- Você tinha que ver sua cara. – Riu. – Mesmo que arda muito, foi impagável.
- Portgas D. Ace, faça isso de novo e eu faço questão de te jogar ao mar. – Mayu estava brincando e ele sabia, não era a primeira vez que ela fazia isso, mas nunca concretizava, e por coincidência ela era a primeira a pular no mar para salvá-lo quando em algum momento ele caia.
Nenhum dos dois sabia dizer quando se tornaram tão próximos, mas atualmente eram um o melhor amigo do outro, Mayu já pensou em contar a Ace algumas vezes sobre ter vindo de outro mundo e sobre Dalile, mas tinha medo que ele achasse que ela estava louca, mas também achava que se existisse a possibilidade dele acreditar naquela coisa toda, seria o primeiro a falar que iriam atrás da amiga perdida dela. Essa ideia soava boa, mas ela sabia que nesse momento Ace deveria ir atrás de Barba Branca, para que sua história fosse concretizada, o coração da garota doía por imaginar sua morte, mas ela teria que estar preparada para passar por isso, ela sabia que não podia fazer nada sobre aquilo, a única coisa que faria era tentar não se apaixonar mais por aquele homem, perder um amigo já doía o suficiente, imagina um amor. Tirando que a jovem se apego a cada companheiro ali, seria um arco ainda mais pesado para ela.
Ace continuou a rir de modo que de repente começou a parecer relinchar, quase como se estivesse engasgando, Mayu não aguentou e começou a rir da risada do amigo, a dela também não era das melhores, mas era sempre mais engraçado com os outros. Era comum que os dois caíssem na gargalhada juntos e soo parassem depois de lagrimas saírem de seus olhos, a tripulação adorava ver aquela relação, afinal ver seu capitão rindo e feliz, os fazia feliz, e a vinda da mestiça multiplicou esses momentos.
- Ok, dessa vez passa. – Ela finalmente falou. – Ace, posso te fazer uma pergunta?
- Claro, o que foi? – O garoto limpou o rosto, se juntando a garota na observação do mar. - Parece pensativa ultimamente.
- Eu só estava pensando... quem é o pirata mais poderoso na atualidade?
- Sem ser os Shichibukai? – Ele já havia falado sobre os lordes do mar algumas vezes, na verdade fazia menos de três meses que um cargo como Shichibukai lhe foi ofertado, mas ele negou. – Acho que o Barba Branca.
- Então, se você o derrotasse, seria o pirata mais forte dos sete mares?
- Acho que sim, por quê? Acha que eu consigo?
- É claro, Ace é o capitão mais forte que conheço.
- Eu sou o único, boba!
O moreno sorriu para a companheira, alguém tinha que plantar essa ideia louca na cabeça de Ace e ela se colocou naquele lugar. O rapaz já havia pensado em enfrentar Barba Branca e dominar seus mares, mas nunca pensou realmente naquela possibilidade, seus companheiros achariam uma loucura total, mas agora que a ideia voltou a sua cabeça e com o apoio de uma tripulante, ele achava que podia convencer os outros e fazer o que já pensava há muito tempo.
O Portgas olhou para a amiga, pensativo sobre o questionamento dela, Mayu nunca demonstrou interesse em batalhas, mas suas palavras agora pareciam um incentivo, ela tinha dessas coisas, as vezes era como se a garota soubesse de algo que nem ele mesmo sabia e era espetacular, naquele instante Ace sentiu que ela estava certa sobre ele conseguir derrotar Barba Branca, se foi chamado para ser Shichibukai, sem duvidas tinha poder para isso, mas precisaria treinar para isso antes. Ele voltou o olhar para a cacheada e suspirou.
- Se eu fosse atrás dele, viria comigo?
- Seria perigoso, mas claro que iria. Nunca deixaria meu melhor amigo sozinho nessa, e acho que todos os seus companheiros pensam o mesmo.
“Seus” não... Nosso, era isso que se passou na cabeça dele, todos já a consideravam uma deles, só faltava uma confirmação.
- Então... talvez eu faça isso. – Deu de ombros. – Melhores amigos né? Eu curti isso, curti mesmo.
E foi ali que o silêncio se fez presente, como confirmação daquelas palavras. Mayu se sentia confortável com ele ali, o suficiente para não achar o silêncio algo constrangedor que tinha que ser quebrado, isso normalmente só acontecia com Adriane e Dalile, se bem que elas tinham um tipo de comunicação de olhares, o que se fosse para ponderar, o pirata e ela também compartilhavam.
A dupla continuou ali, vendo o navio chegar cada vez mais próximo da costa da nova ilha, não era um lugar pequeno e parecia bem florestado, a hibrida não se recordava de uma paisagem semelhante no anime, então deduziu que os Mugiwaras não haviam estado ali, o que soava mais empolgante, estando com os Spade a jovem poderia explorar lugares que não havia visto no decorrer da obra.
Quando o barco foi ancorado na costa da ilha o capitão começou a delegar funções, um grupo iria cuidar da manutenção e proteção do navio, e os outros se dividiriam para explorar e recolher frutos, caso existisse uma civilização mais adentro se encontrariam lá, e conforme fossem chegando, iriam trocar tesouros por berries, comprariam roupas, mantimentos mais elaborados e claro que poderiam se divertir, afinal uma nova ilha sempre era sinal de entretenimento.
Claro que os amigos estariam juntos, como era a primeira vez de Mayu fora do mar, o capitão não achava seguro que ela não estivesse perto dele, não sabiam se havia uma civilização por perto, se era hostil ou não, e também tinha a questão que a jovem podia ficar gigante se espirrasse e assustar seja lá o que estivesse a espreita, Ace protegeria ela como faria com os irmãos, afinal ela era como uma irmã para ele, certo? Era isso, não é, carinho fraternal.
Porém antes que todos descessem do barco o capitão tinha que fazer algo importante, ainda não havia conversado com a tripulação sobre a mestiça, e achava importante que todos estivessem cientes de seus passos, então pediu para que ela fosse observar a ilha pelo ninho do corvo, claro que Mayu compreendeu que Ace queria um momento a sós com o restante da tripulação, o que lhe magoou um pouco já que se sentia parte daquilo, mas tudo bem, não iria desobedecer às ordens do capitão.
O capitão aguardou que todos estivessem no salão de reuniões do navio, e quando conferiu com uma passada de vista que não faltava ninguém, iniciou:
- Pessoal, antes de sairmos da ilha, irei propor a Mayu que se torne parte do bando.
- O quê? Ma ela já não faz parte do bando capitão?- Um dos subordinados questionou.
- Bem, não oficialmente. – Continuou o de cabelos escuros. – Todos estão de acordo com essa decisão?
- Mas é claro! – Depois da primeira afirmação, vieram às outras, até outro companheiro levantar uma questão. – Mas senhor, com ela sendo a única mulher do bando algumas coisas deveram mudar não é?
- É verdade. – Suspirou. – Embora vocês já tenham mudado muito desde a chegada dela, tenho que relembrar que mesmo que ela seja um tipo de rei, ou melhor, rainha do mar, ela é uma mulher. O respeito devera vir em primeiro lugar aqui, ou seja, nada de nadar pelado, ou coisas do tipo.
Normalmente tanto os companheiros dele quanto ele mesmo, tinham o habito de nadar sem roupa, o andar despido pelo navio. Alem de outros tipos de situações que podiam se desagradáveis para uma garota.
- Além disso, ela terá um quarto próprio e ninguém estará autorizado de entrar sem sua permissão.
Os homens concordaram com essa e todas as outras pautas apresentadas pelo chefe, ele tinha razão, desde que uma moça entrasse para o bando as coisas teriam que mudar, até então eram um bando de homens jovens que não tinham preocupações com pudor por exemplo, mas agora teriam que aprender a agir corretamente, ninguém queria que a companheira se sentisse desconfortável ali.
- Vai ser bom ter uma presença feminina por aqui. – Ace concluiu em meio a um sorriso.
- Mas e se ela negar capitão? – Um dos médicos questionou.
- Nada que uma corda não resolva.
O Portgas riu alto, não estava brincando, se fosse necessário prenderia a garota ao convés, não existia mais a possibilidade dela dizer não quando se tornou sua melhor amiga, já havia perdido Sabo, teve que deixar Luffy e Yamato para trás, não faria a mesma coisa novamente.
[...] Depois da conversa e de tudo ser esclarecido, os grupos saíram para explorar e como uma das suposições realmente existia uma ilha ali, o povo era pacifico mesmo que houvessem sinais de apreensão com Piratas, provavelmente já haviam saqueado essa ilha antes, mas felizmente os Spade sabiam como mostrar que eram pacíficos, Ace mantinha a política de não saquear cidades, normalmente todo o dinheiro que conseguiam eram de outros piratas, derrotados por eles e recompensas vindas de cidadãos gratos por alguma ajuda.
Obtendo a informação que o Log Pose precisava de uma semana para carregar naquela ilha a turma resolveu que aproveitaria a receptividade conquistada com certa garra nas ultimas horas e ficariam hospedados na cidade até a conclusão do tempo previsto para o item.
Mayu estava aproveitando bem a estadia, treinava todos os fins de tarde com Ace e durante o dia aproveitava para ir a feiras, conhecer as pessoas e principalmente brincar com as crianças, que se encantaram com a forma da jovem, afinal não era todo dia que se via uma hibrida. Era um lugar relaxante de fato, e o Portgas via que ela gostava dali, estava em seus olhos.
- Você curtiu esse lugar né? – Questionou.
- Sim, embora no começo tenha sido complicado, eles me aceitaram bem aqui, além de parecer pacifico, é um bom lugar para morar.
-Hurum. – Eles estavam num penhasco que dava uma vista incrível para o mar, Ace se aproximou da beira e sentou ali, com as pernas no abismo entre as pedras e o mar, Mayu mesmo que desconfortável com a altura se juntou ao capitão. – E ainda tem uma vista maravilhosa.
- Tem razão.
- Talvez... você queira ficar por aqui? – Ele foi direto, tirando o chapéu e o apoiando no colo.
A garota não acreditava no que o jovem estava falando, se ela ficasse aqui como encontraria Dalile? Como acharia Luffy? Ela não havia dito dias atrás que iria com Ace para qualquer lugar. Seus olhos se arregalaram e de imediato respondeu:
- É claro que não! – Suspirou. – Ou será que... Ace, você quer que eu fique aqui, é isso?
- Não. - Ele disse incisivo. – Quero que seja parte do bando. – Foi direto ao ponto, certeiro.
- Ora, e eu já não faço parte do bando? – Ela questionou risonha, pela primeira vez Ace estava sem palavras, pelo menos naquele momento, a cacheada suspirou ainda sorridente. – Ok, já entendi. Eu quero fazer parte do bando capitão, oficialmente.
Ace acenou positivamente com a cabeça, soltando um riso soprado estava se achando um tolo agora, será que só ele pensava que tinha que oficializar aquilo? Ele olhou para a menina por alguns segundos até notar a cauda sibilando de um lado para o outro, isso era um bom sinal.
- Então agora você é uma pirata Spade.
- Isso, eu sou.
Ace sentiu a mesma cauda que balançava a momentos atrás envolver seu braço, por algum motivo aquele ato fez algo dentro de si estremecer, Mayu não conseguia controlar sua cauda então ele sabia que aquela aproximação era genuína, e ele se sentia estranhamente feliz com aquilo.
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One Piece - O Maior Tesouro de um Pirata
FanfictionGiuliana e Dalile vivem uma vida comum numa metrópole brasileira, São Paulo, as amigas tinham muita coisa em comum, mas algo que se destacava era o amor pela obra de Eichiiro Oda, One Piece. As duas estavam animadas de chegar em casa depois de um di...