Capítulo Sete

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O quarteto passou alguns dias navegando pela direção apontada pela bússola de Johnny, nesse meio tempo Mei acordava cedo para treinar com Zoro, mesmo num espaço limitado, e quando não treinavam normalmente eles conversavam sobre qualquer coisa. O grupo estava cada dia mais próximo, Johnny e Yozaku agora não implicavam com o fato de Zoro ter chamado a menina para acompanha-los sem nem perguntar, na realidade achavam bem mais agradável estar com ela que com o espadachim mal-humorado.
O Roronoa não era dos melhores se enturmando, sua feição séria fazia com que os dois rapazes não forçassem muito a barra, eles o achava incrível, mas assustador o suficiente para não tentar uma aproximação certeira, com o tempo ficariam mais unidos como equipe. A jovem morena, pelo contrario dos dois, não tinha esse cuidado com palavras e aproximação, na verdade se ela foi capaz de desafiar Zoro naquele dia, ter medo dele não era algo que cogitasse.
A verdade é que Mei conhecia muito bem aquele homem, viu cada uma das suas vitórias, lutas e evolução no decorrer do anime, ela sabia que Zoro não era o tipo de pessoa que se expressava afetuosamente, mas ele era fiel, leal e um amigo que se podia contar e confiar de olhos fechados. Era assim que ele demonstrava se importar com alguém.
Mei poderia ficar na dela, sem tentar uma conversa com o mesmo, mas ela sabia que o que Zoro não precisava, era ficar sozinho e pessoas que o tratassem como se a qualquer momento ele pudesse atacar. Zoro via isso na jovem e se sentia bem em saber que não era temido, respeitar e temer eram coisas diferentes.
Para o espadachim Mei já era importante, não diria em voz alta nem deixaria isso evidente, porém ela sempre conversava com ele sem alguma trava, se aproximava e lhe fazia companhia mesmo que em silêncio algumas vezes, era audaciosa e focada no que queria, ela poderia dormir até tarde e ignorar o chamado do de cabelos verdes, mas sempre se levantava e ia.
Zoro não teve experiências de amizade além de Kuina, mas estava aos poucos cogitando que Mei era uma amiga agora, afinal ela não agia com cautela e parecia gostar da companhia do outro, o que lhe soava esquisito, a maioria do pessoal tremia na base e nem se aproximava. Roronoa Zoro não era um animal estável que atacaria qualquer em todas as oportunidades possíveis, claro que ele tinha aquela feição amedrontadora, séria, fechada que passava essa sensação, mas desde sempre foi assim, e até Mei aparecer apenas Kuina tinha notado um lado mais humano nele.
Johnny e Yozaku eram boas pessoas e aos poucos iriam perder essa apreensão toda, estavam bem melhor que no inicio, já o chamavam por Maninho e quando viam uma abertura para dialogar, o faziam. A dupla era barulhenta e engraçada, mas era estressante ter que ouvir os dois brincando na maior parte do tempo, felizmente Bakugo Mei era uma mulher equilibrada.
A garota passava parte do seu tempo perdida em seus pensamentos ou aperfeiçoando suas habilidades, claro que sempre que os dois amigos a chamavam para alguma atividade como pescar, por exemplo, ou apenas a enchia de piadas ruins, ela contribuía, era sociável por mais que as vezes seu olhar passasse outra ideia, o semblante dela era em grande parte do tempo sério também, e distante, as vezes era como uma jade impenetrável, mas era o contrário disso, ela era muito acessível quando se conhecia melhor.
Agora mesmo ela estava conversando animadamente com Yozaku sobre alguma coisa que Zoro não conseguia entender direito, ele estava deitado no convés, a cabeça apoiada nos braços, um olho coberto pela venda e o outro não. Assim poderia espiar casa tivesse interesse em alguma coisa.
Notou o que pareciam passos se aproximando, logo seu olho descoberto se abriu, ele visualizou a menor ali na sua frente, os olhos correram pela extensão das pernas até pararem em sua face, ele não fez aquela inspeção de forma planejada, mas quando se tocou a jovem já estava o fitando com olhar de desconfiança.
- QUE FOI MULHER?! SUA PERNA FOI A PRIMEIRA COISA QUE EU VI, EU TINHA QUE-
- CALMA! – Ela interrompeu antes que Zoro encarnasse o cão raivoso que tinha dentro de si. – Vou fingir que você não me secou agora a pouco... Os meninos estão te chamando pra comer.
- EU, EU NÃO-
Ele não terminou a frase por que a jovem já havia saído dali e foi para a cabine no lado de dentro.
Enquanto do lado de fora da cabine tínhamos um Zoro totalmente puto com o mal entendido, do lado de dentro tínhamos Mei, que se segurou muito bem na frente do bronzeado, agora ela estava rindo sozinha sobre o ocorrido de segundos atrás, Giuliana iria se divertir com aquilo se estivesse ali.
Mei não esperava que quando fosse chamar o Roronoa para comer, fosse receber um olhar tão indistinto, claro que ela sabia que não foi por querer, teoricamente a primeira coisa que ele viu ao abrir o olho foi mesmo suas pernas, já que estava dormindo no convés, mas sua cara ao notar aquilo foi impagável, serviria como um ótimo meme no Brasil.
A morena tinha que admitir que sem duvidas tinha um fraco por homens explosivos, e com excesso de raiva no coração, Katsuki era assim, Zoro e alguns outros de seus amores 2D, ela não sabia como fugir daquela linha de gosto, ver o mais velho se exaltar para dar uma explicação sobre sua olhada, foi hilário, mas ela sabia que se começasse a rir ali em sua frente teria problemas.
Ela riu sozinha até recuperar o fôlego, sua risada não era escandalosa como a da amiga, então com certeza não teriam a ouvido do lado de fora. Já recomposta saiu da cabine do barco e seguiu até onde os garotos estavam agrupados, a face do espadachim mudou de cor assim que viu a garota se aproximar, Mei se segurou para não voltar a rir ali mesmo, o Roronoa desviou o olhar para o prato de comida, ele achava que a mesma não teria notado a mudança de feição.
Johnny entregou a garota uma porção do alimento feio pelo mesmo, não era o melhor cozinheiro do mundo, mas sabia fazer o suficiente para não morrerem de fome, ele sorriu para ela, que retribuiu com outro sorriso e agradeceu pela comida.
O tempero dele era bom, mas sem duvidas ela esperava pelo momento de provar a comida de Sanji, o rapaz podia ser um mulherengo que não podia ver um rabo de saia, um completo gado, mas ela sabia que ele era um cozinheiro exímio, não via a hora de provar as delicias que apareciam no anime.
Pensando no loiro Mei começou a questionar se a amiga estava com ele, pois já que ela havia ido parar juntamente com Zoro, seu personagem mais amado do anime, fazia sentido que ela estivesse com ele, se fosse assim provavelmente eles já estariam treinando a confecção de um bebê há muito tempo, Giuliana tinha uma libido que com certeza batia em nível de igualdade ao do cozinheiro tarado, se fosse assim não seria de todo ruim, Sanji já estaria domado quando o bando se unisse e então Nami, Robin e ela teriam uma pessoa para mantê-lo nas rédeas.
Porém ainda tinha outra possibilidade a que soava mais preocupante até mesmo que ela não estar nesse mundo, Giuliana poderia estar com Ace, Portgas D. Ace era e sempre seria o primeiro homem da amiga, ela o amava imensamente e isso era um problema já que se ela estivesse com o moreno, se apaixonaria mais e se isso ocorresse Mei teria que aguentar uma amiga depressiva após a morte do amado.
Giuliana havia chorado horrores na primeira vez que viu o garoto morrer, e com a musica que escreveram sobre o ocorrido, Ace precisava morrer para o crescimento pessoal de Luffy, era complicado... Se essa fosse a opção correta, Mei teria que se preparar mentalmente para auxiliar a amiga que com certeza se apaixonaria mais pelo Portgas, era impossível que justamente ela ficasse tranquila com um dos homens da sua vida ali na sua frente, Mei mesmo tinha surtos internos todos os dias vendo Zoro na sua frente.
Normalmente ela pensava em qualquer outra coisa que não fosse o Roronoa todos os dias suado num pós-treino com ela, felizmente conseguia se manter neutra fisicamente enquanto seu interior surtava com a visão abençoada de todas manhas, pra ser sincera ela não acordava cedo somente para treinar, saber que seus olhos seriam agraciados com aquele homem monumental, era a sua maior motivação.
Ver cenas do tipo do sofá de sua casa já a fazia sentir muito calor, mas pessoalmente era algo muito alem, melhor. No inicio a morena estava apreensiva sobre ter migrado para aquele mundo, mas agora agradecia todos os dias e se questionava, se ela morresse ali poderia simplesmente acordar em Boku no Hero? Não sabia e nem tentaria descobrir por mais tentador que fosse, somente aproveitaria esse presente divino.
Enquanto ela comia, pôde notar uma silhueta no horizonte, logo ela sinalizou para os colegas com um acenar de cabeça, já que a boca estava cheia de comida, os três miraram o olhar para a silhueta que aos poucos se mostrava uma ilha, não parecia ser das maiores, mas era um lugar para descansar e reabastecer a dispensa.
Foi questão de pouco tempo até que o pequeno barco do quarteto estivesse nos domínios da ilha, Yozaku fez o trabalho de ancorar o barco o mais próximo possível da areia da praia, depois disso os quatro desceram.
- Ok maninha, a gente vai ver se tem alguma cidade pelas redondezas, podem pegar frutas pra gente? – Johnny disse, animado.
- Tudo bem, qualquer coisa chame a gente. – Ela se espreguiçou. Os dois acenaram positivo e saíram por ai para explorar.
Mei olhou os arredores, não parecia ter alguma chance de civilização, mas quem sabe algum povo mais recluso, como indígenas, por exemplo, não sabia, mas aparentemente parecia intocada por algum ser humano.
Zoro também parecia ter notado a mesma coisa, então voltou para o barco, trazendo consigo dois cestos grandes para colherem seja lá o que tinha por ali, em sua cabeça os outros dois apenas tinham dito sobre achar alguma civilização para escapar da tarefa chata, mas era melhor assim, teria um pouco de paz para sua cabeça e ficaria sozinho com seus pensamentos, e Mei. Não que ele quisesse ficar sozinho com ela, não era isso, mas pelo menos poderia desfazer o mal entendido.
Ambos seguiram na mesma direção, a garota achou melhor ficar próxima dele, afinal se Zoro fosse deixado sozinho iria se perder e deus sabe quando iria o encontrar, adentraram na mata da ilha juntos e se mantiveram a pouca distancia um do outro, havia uma variedade de frutas por ali, algumas lembravam até mangas, isso trouxe uma sensação de nostalgia na jovem.
Conforme os minutos passavam o Roronoa alternava entre olhar as arvores e a garota, queria esclarecer o ocorrido de mais cedo, porém não sabia como começar. Mei notou a inquietude e olhares do mais velho, então tomou a frente:
- O que foi? – Questionou.
- Quê?
- Zoro eu não sou idiota, tá me olhando a um tempão, desembucha. – Foi direta o suficiente para fazer o outro murmurar.
- Sobre mais cedo, eu não estava te secando, foi só reflexo, eu tinha que subir o olhar pra ver seu rosto.
- Eu sei idiota, eu só estava te enchendo a paciência, e mesmo que fosse isso qual é o problema? Eu sou maravilhosa.
Era verdade – pensou o Roronoa, porém assim que se viu pensar naquilo, olhou para a jovem indignado, apontando para ela e dizendo:- V-VOCÊ É UMA BRUXA! –Depois saiu andando bravo floresta a dentro.
O rosto da garota mostrava confusão agora, o que teria sido agora? Ela podia deixar isso pra lá, mas lembrou que não podia se afastar de Zoro, então foi atrás do homem que parecia estar soltando fogo pelas ventas.
Quando encontrou o espadachim ele já estava cortando arvores brutamente, descontando seja lá o que lhe deixou nervoso para tanto, pelo menos as frutas estavam caindo para ser colhidas, coisa que a garota resolveu fazer. Zoro rosnou quando viu a menina se aproximar dele, mas continuou a destroçar seu inimigo invisível, seu rosto parecia mais vermelho que um tomate, ela queria perguntar o motivo, mas achou que esse não seria o melhor momento para questionar.
Quando colheram o suficiente, deixando as cestas cheias, voltaram para o lugar que estavam inicialmente, Zoro pegou a cesta dela e carregou sem se quer perguntar a garota se ela precisava de ajuda, foi na frente e colocou tudo no barco.
Pouco tempo depois os dois exploradores retornaram.
-Temos uma má noticia e outra boa.
- Desembuchem. – Exclamou Zoro.
- Aparentemente não tem ninguém aqui, mas que tal passarmos a noite aqui e seguir viagem amanhã?
-Por mim tudo bem. – A garota deu de ombros.
- Tanto faz. – O de cabelos verdes exclamou e virou de novo para o barco, depois dali Zoro não saiu mais de lá, deixando os três significativamente confusos com sua mudança de humor repentina.

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