1: Procurando comida

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Mais uma vez lá estava Jimin, o gatinho alfa de rua apaixonado pelo felino ômega branco do condomínio ao lado do cantinho onde vivia, o Jungkookie Marie, como ele o chamava, apesar deles não terem lá uma boa relação. Na cabeça do pretinho, no entanto, eles ainda viriam a ter um relacionamento e teriam muitos filhotes mesclados entre preto e branco, como eram suas cores, respectivamente. Jimin era um alfa de gato preto com cheiro de laranja, muito menos apreciado pela população híbrida do que deveria, apenas por sua cor.

Apesar de Jimin nutrir uma paixão admirável por Jungkookie Marie, o que ele não sabia ou fingia ignorar, é que o branquinho estava longe de realizar seu maior sonho. Ele o odiava e olhava torto, pois segundo ele, apenas um gato de pedigree tinha o direito de se aproximar dele, o que Jimin não era, nem de longe; mas não por seu querer, não.

Sua mãe, uma jovem gata ômega preta em sua primeira cria, cedeu a virgindade ao namoradinho da época, um gato beta que ganhou seu coração, mas que logo após o ato, a abandonou e sequer a disse que dali a meses, ela estaria parindo 3 filhotinhos pretos. A pobre ômega os pariu num terreno que julgou ser seguro e minimamente confortável quando começou a sentir as dores do parto que foram muito difíceis.

Quando sentiu algo saindo de si, imediatamente começou a lamber e acolheu com amor em sua tetinha o pequeno gatinho frágil, fazendo o mesmo com os outros, dois ômegas com cheiro docinho e um alfinha com cheiro cítrico. A dor finalmente havia cessado pouco tempo depois e só lhe restava o gostinho da primeira cria, que ela muito cuidou e amamentou. Nos primeiros dias sequer saiu para caçar algum passarinho ou pomba, somente cuidou de seus filhotinhos, incluindo Jimin, que se mostrou o mais carinhoso dos filhotes desde cedo.

Quando eles conseguiam fazer mínimos movimentos, a ômega finalmente saiu para caçar alimento para si, conseguindo um grande pedaço de presunto dado pelo gentil senhor Choi, um híbrido de panda que era beta, dono de um pequeno mercadinho no bairro onde a gata deu a luz. Ele já conhecia a felina, pois a alimentava todos os dias com carne ou ração, mas nunca a havia visto em sua forma humana.

O híbrido achava que era devido ao fato de ela ser uma gatinha preta, a mais desprezada entre a sociedade híbrida atual, perdendo apenas para os híbridos de ratinho. Híbridos dessas espécies viviam nas ruas em suas formas animais, pois ninguém os queria por suas cores ou características únicas, e foi realmente isso que aconteceu com Jimin, sua mãe e irmãozinhos, todos pretinhos. Para piorar a situação(como se já não estivesse ruim o bastante), seus irmãos e mãe eram ômegas, sendo assim, ainda mais menosprezados.

Havia uma preferência por híbridos alfas, principalmente os domésticos, pois, supostamente, eles protegiam melhor a casa do que um híbrido ômega, que na maioria das vezes era adquirido apenas para a procriação. A grande parte dos ômegas domésticos atuais, ou está sendo tratado como uma peça em exibição, cheios de enfeites, grávidos, ou está nas ruas, como é o caso da mãe de Jimin e os outros filhos. Sem um lugar de respeito e reconhecimento, os poucos trabalhos que lhes sobra são os menos remunerados, isso ocasiona em muita pobreza e precariedade alimentícia. 

Com o passar dos meses, os filhotes foram ficando espertinhos e brincando bastante entre si e com a mãe, largado aos pouquinhos de suas tetinhas, mas o único que se negava a largar o tetê era Jimin. Pra lá de seus cinco meses ele ainda mamava na gata, que só produzia leite ainda por sua constante sucção. Para falar a verdade, ele nunca largou o tetê, ainda hoje, enquanto tem 2 aninhos, ainda mama, isso o dá um cheirinho de leite muito gostoso mesclado ao seu aroma natural de laranja, mesmo sendo um gatinho que não toma banho como o pretinho aposta que Marie toma nos melhores pet shops.

Vale dizer que ele também se banha diariamente com sua linguinha, isso o faz ser sempre limpinho e higienizado, com pelos brilhantes e macios. Quem vê nem fala que ele é um gatinho de rua, apenas pela sua evidente falta de peso que ele é visto como tal. É difícil conseguir alimento, nem todas as pessoas são boazinhas como o velho híbrido Choi, que infelizmente acabou falecendo pouco tempo atrás, tirando assim o sustento da pequena família de gatos pretos.

O gatinho do condomínio (JJK-PJM) ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora