{29 de fevereiro}
•Aysha
Olhei no meu relógio de pulso e tava marcando 11h15 faltavam ainda praticamente 2 horas pro meu plantão acabar
Mas com o fim do Carnaval a emergência estava mais tranquila, por isso eu tô aqui na sala de medicação
Vira e mexe aparece um paciente aqui pra ser medicado, mas eu diria que tá bem tranquilo, uma calmaria bem vinda
A porta da sala é levemente aberta e eu vejo o rosto da dona Maria que já está se tornando conhecido
Ela chegou às 9h na unidade acompanhada da neta com a pressão nas alturas, já foi medicada, mas ainda assim tá difícil baixar
Marcely: Voltou de novo dona Maria? - a técnica de enfermagem que tinha atendido ela das outras vezes brincou
Maria: Pois é né minha filha, a doutora manda eu tenho que voltar - ela diz como quem não tem muito o que fazer se sentando em uma das cadeiras
Marcely: Atende ela pra mim?- ela se dirige a mim pois ela estava medicando um menino e a outra enfermeira presente também estava com paciente
Aysha: Claro - eu digo indo em direção aos medicamentos- mesma receita dona Marluce?
Maria: Mesma coisa..- respondeu ela
Camille: Se dessa vez não baixar novamente o que a gente tem que fazer?- perguntou a neta
Aysha: Vamos esperar o tempo de efeito dessa aplicação primeiro - eu respondi preparando o braço da dona Marluce - caso necessário que ele volte, o que eu acredito que não vá acontecer, ela vai passar pela médica mais uma vez - ela assentiu suspirando
Camille: Tomara que não precise né vó? - ela sorriu levemente- em nome de Jesus
Olhei pra cara da Marcely na hora, eu sabia que essa menina era crente desde a hora que ela pisou aqui.. conheço
Aysha: Prontinho dona Maria - eu disse pondo um curativo em seu braço - tá liberada
Maria: Tomara minha filha..- ela se levantou com o auxílio da neta
Fui conferir o menininho que tinha dormido tomando soro, a mãe do lado dele com olheiras enormes, acompanhava meus movimentos preocupada
Tirei minhas luvas e saí da sala avisando as meninas que eu iria ir encher minha garrafinha, o bebedouro não era longe então não tinha problema
Mas aproveitei os poucos passos e o curto intervalo pra distrair um pouco a mente e ela me levou direto pra Mayara
Ela não voltou no dia seguinte e se tinha ido me procurar depois não tinha me encontrado, pois eu fui dormir no Dani quinta e depois vim direto pra cá
Mas a Mayara não era de me procurar assim, fazia anos que a gente não tinha uma conversa decente se quer..eu fico logo escaldado
Aysha??! ‐ olho pra trás ao ouvir meu nome e reconheço o rosto de Renata- Paulo César mandou te chamar lá na emergência
Aysha: É grave? - perguntei fechando a tampa da garrafinha e me aprontando pra ir
Renata: Não sei não, mas ele mandou chamar você - murmurei um palavrão e fui em direção à emergência
Aysha: Paulo César tá em que sala? - perguntei a recepcionista que aponta para a sala 3 e eu me dirijo pra lá
Entro na sala e logo vejo um menino de mais ou menos 9 anos, deitado sobre a maca desacordado e com uma máscara de oxigênio no rosto
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Nosso Conto de Fadas.. •|M|•
Fiksi PenggemarAysha, além de linda, uma menina forte e independente acostumada a cuidar de si sozinha acaba criando certos tipos de regras próprias que ela usa como defesa e uma delas, na verdade a primeira que ela julga ser a mais importante é: Não se apaixonar...