Anjo caído

8 1 0
                                    

Em meio às sombras de um destino amargo,
Um anjo caído, solitário e amargurado,
Com asas feridas e a alma em pranto,
Busca no abismo o fim de seu encanto.

Oh, mensageiro divino, outrora de luz,
Agora mergulhado em tristeza e cruz,
Teu coração cansado anseia por descanso,
Anseia pelo silêncio, pelo último acalanto.

Teus olhos refletem a dor da existência,
Uma eterna luta, uma angústia sem clemência,
Mas escuta, ó ser celestial caído,
Em cada abismo há um recomeço escondido.

Abra as asas e sinta o vento a sussurrar,
Ainda há beleza no mundo a desvendar,
Ainda há esperança em cada amanhecer,
Mesmo que a dor insista em permanecer.

Tu és mais do que a sombra que te envolve,
Há um brilho eterno em ti, que se resolve,
Deixe as lágrimas caírem, mas não desista,
A morte não é o fim, é apenas uma pista.

Ergue-te, anjo decaído, volta a voar,
Mesmo que as asas estejam a sangrar,
Pois há um propósito maior em tua jornada,
Um caminho de redenção, uma estrada iluminada.

Encontre o consolo nas estrelas do céu,
Deixe que o amor cure cada ferida cruel,
E, aos poucos, tua dor se transformará,
Em força e compaixão, em renovar-se a amar.

Nas profundezas do desespero e da tristeza,
O verdadeiro valor da vida se embeleza,
E assim, ó anjo caído, ergue a cabeça,
Pois mesmo nas trevas, uma luz te mereça.

Consumida pelo abismoOnde histórias criam vida. Descubra agora