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Ser pobre e trabalhar em uma lanchonete = depressão. Ainda mais quando seu turno de trabalho é de madrugada em gotham city.
A cidade sem lei, onde os piores vilões que você pode imaginar andam pela rua tranquilamente, ou andavam.
Há um ano atrás, surgiu um vigilante que se denomiva batman. Ganhou da mídia a fama de cavaleiro da trevas, o vigilante obscuro. Ninguém sabe quem é, mas todos querem saber quem é.
Esse vigilante tem feito a vida dos vilões um inferno, e dos comerciantes também. Não consigo contar quantos comerciantes tiveram suas lojas e pontos destruídos em uma das lutas do batman com algum bandido aleatório.
Ele sabe ser bem violento. Felizmente, a lanchonete fica em uma área segura e com uma boa movimentação. As chances de isso acontecer na lanchonete são zero.
Termino de secar os copos de vidro do balcão e me viro para coloca-los nas prateleiras cheias de bebidas. Não dá dois segundos que me viro e as janelas da entrada da lanchonete se quebram, dois homens são arremessados para dentro. Logo atrás dele vem batman, todo uniformizado com uma expressão de dá medo.
Em vez dele terminar o serviço com os homens e ir embora, ele se aproxima do balcão, senta em um dos bancos e faz um aceno com os dedos.
– um copo de whisky por favor – ouço pela primeira vez sua voz. Ela é como todos descreveram, rouca carregada de um ar de mistério.
Com as mãos trêmulas pego a garrafa de whisky, um copo e começo a enche-lo. Tudo isso enquanto os homens estão jogados no chão com dor aguardando sua sentença. Assim que o copo enche, levanto meu olhar e encontro batman me olhando profundamente.
Seus olhos profundos perfuram os meus amendrotados. E como se ele pudesse ler meus pensamentos e saber tudo o que eu sinto.
Que brisa.
– isso é tudo? – gaguejo nervosa
– sim, obrigado – toma todo o whisky em um gole – não precisa ficar com medo.
– o que?
– não precisa ficar com medo – repete novamente
Eu apenas aceno em confirmação com a cabeça sem saber o que responder.
– você deveria estar bebendo em serviço? – pergunto tentando aliviar o clima
Pensei que ia ficar sem resposta, mas me surpreendo quando recebo um risada. Meu Deus, o batman riu. Pensei
– não sou polícia – diz – além disso, sou bem resistente e não fico bêbado fácil
– eu imagino, deve ficar bebendo todas por aí não? – brinco
– não, só bebo aqui
– mas é a primeira vez que você vem aqui – falo confusa
Ele apenas sorri, como se ele tivesse ouvido a coisa mais irônica do dia – será que realmente é a primeira vez s/n?
Tento pensar em uma forma de responder mas fico estática e muda. Ele vem aqui, frequentemente.
– hora de terminar o serviço – chuta um dos homens
– já vai? – pergunto um pouco triste
– tenho deveres a cumprir – responder – deveres que a polícia não consegue cumprir
– então você é tipo um super herói?
– super heróis são bons, eu não sou bonzinho – pisca para mim e sai da lanchonete
– você volta?
– você quer que eu volte? talvez eu traga mais prejuízo – aponta para as janelas
– contanto que pague os prejuízos comprando nossa comida – sorrio
– bom, então até o próximo prejuízo – de desaparece como fumaça
