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EU TENHO UM problema. Ao mesmo tempo em que ele é grande, ele é pequeno. Ainda em choque, eu seguro a ultrassom com minhas mãos trêmulas. Ele existe, e agora está na minha barriga.
Minha fome anterior não era só fome, e sim um bebê. Mas é impossível uma virgem engravidar, pelo menos você acha que ainda é virgem. Chegou até a pensar que poderiam ter jogado um feitiço da gravidez em você.
Mas você ligou os fatos e chegou em uma conclusão pelas vagas lembranças que tem do seu sequestro. Aquele feto que você viu naquela encubadora, pode ser o mesmo que está na sua barriga. E aquela mulher com aquele médico, foram os responsáveis por tudo isso. O porquê? Não se sabe. O que resta é investigar e mandar esse bebê para onde ele devia estar, na barriga da mãe dele.
Não na minha, que só uma pobre ralada que não consegue se sustentar direito.
– ok bebê, vamos a investigação — se levanta da cama determinada
🦇
Você desistiu na primeira oportunidade.
Não tinha para onde ir. Você não tem pistas e nem sabe o que procurar. Suas únicas esperanças eram as câmeras que tinham no beco em que passou, mas conseguir elas é uma missão impossível. Você não tem poder e nem autoridade para pedir essas imagens.
Resumindo, sua determinação serviu para nada.
Agora você está na antiga lanchonete em que trabalhava antes de te despacharem, tomando um milkshake. Ela está uma porcaria desde que você saiu.
Tudo bem que você deveria estar tendo uma alimentação super saudável agora. Mas só tinha dinheiro para isso e para passagem do ônibus.
– que vidinha miserável — reclama sem animação nenhuma
– dia ruim s/n? — pergunta seu ex colega de trabalho enquanto coloca um prato de macarronada na sua mesa
– todos os dias são ruins — bufa – o que é isso? eu só pedi um milkshake — pergunta confusa
– ah, o cara ali no balcão mandou — aponta para o homem que está de costas para vocês
– quem é? — questiona desconfiada
– ué, pensei que você soubesse — dá de ombros e vai embora
Sua nuca arrepia por causa do nervosismo. Quem seria esse homem? E o que ele quer com você?
Com medo das intenções dele, você empurra o prato para longe de você, ninguém sabe o que podem ter colocado ali. Isso parece chamar a atenção do homem, já que ele se levanta. Assim que ele sai da cadeira e se afasta do balcão, você já consegue ter uma noção da sua aparência. Ele é alto, cabelos pretos curtos penteados para trás e pelas roupas chiques, deve ser alguém importante.
Quando ele se vira, você agradece por estar sentada, se não iria cair para trás. A medida em que ele se aproxima você vai perdendo o ar.
– bruce wayne — sua voz está fina, essas palavras quase não conseguem sair da sua boca
– s/n s/s, é prazer conhece-la, apesar dos motivos por trás do nosso encontro ser um pouco estranho — diz assim que chega até sua mesa
– e que motivos seriam esses? — pergunta desconfiada
– posso me sentar?
– a vontade — quase oferece seu lugar para ele, bruce wayne tem uma aura que faz tudo ao redor dele, pertencer a ele.
– bom, você não deve fazer ideia do porque eu vim atrás de você — se apoia na mesa
– realmente — responde nervosa dando um gole do milkshake
Bruce arquea as sombrancelhas enquanto observa você beber o milkshake. Pela sua expressão ele parece estar preocupado.
– você come muita besteiras? — questiona
– na verdade, eu quase não como nada
– porquê? — pergunta confusa
– para falar a verdade senhor wayne, eu sou uma pobre fudida desempregada — isso deve responder todos os questionamentos
– você deveria parar — ele fala isso mais como uma ordem, do que um conselho
– o que? — pergunta dando um último gole na bebida
– comer muitas besteiras, pode fazer mal para o bebê
A gole que você estava bebendo automaticamente sai da sua boca voando por todos os lados.
– c-como??
– deixe-me apresentar da forma correta — pega um lenço do bolso da jaqueta e entrega para você – eu sou bruce wayne, o pai do bebê na sua barriga.
