A Torre do Corujal

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Oláaaaa

Mais um capítulo prontinho e bem interessante.

Aproveitem ;)


Descobriu que não gostava dos olhares de Colin, preferia que ele voltasse a ignorá-la. Tanto que quando retribuía, fazia questão de demonstrar não estar satisfeito, ele virava o rosto, mas logo estava lá outra vez. Não o tipo de olhar de respeito — e nem se iludiria a tal ponto —, fazia mais o tipo de olhar pensativo, sendo ela o alvo, mas sem certeza alguns se eram bons pensamentos.

Colin não estaria remoendo a discussão no saguão principal, certo? Foi dias atrás, desde então nada aconteceu. Penelope sentiu várias vezes a atenção dele nas aulas obrigatórias que tiveram juntas o dia todo, exceto por Runas, mas compartilharam com Eloise e Daphne.

Um grande alívio, precisava dizer. Esteve a ponto de ir até ele perguntar diretamente qual o problema e arriscar gerar uma cena. Não, não, atenção demais. Que permanecesse preso a discussão de uma semana atrás.

Runas era uma das poucas aulas que via as irmãs juntas. Daphne, Eloise e Colin tinham a mesma idade, eram trigêmeos, uma raridade, embora não se parecessem tanto assim. Achava que Colin e Eloise se sentiam mais. Eloise possuía uma franja, Daphne um cabelo mais claro que o da irmã, muito próximo ao loiro, e tinha certeza que não era o seu natural. Sem o grupinho lufano que ela vivia grudada, Daphne sentava-se ao lado da irmã.

Mantinha-se afastada, como devia ser, ninguém poderia imaginar que Eloise e ela possui alguma ligação. Nada poderia relacioná-las sem uma boa justificativa, para que os palpites pelos corredores do castelo não acabem sendo certeiros.

Eloise fez o sinal do outro lado da sala, confirmando o encontro delas mais tarde e ela devolveu, recebeu o bilhete de sua coruja mais cedo, uma coruja-das-neves, Strix, que soube exatamente como encontrá-la. Ao ar livre no Pátio de Transfiguração, revendo anotações da aula.

Strix jogou um pedaço de pergaminho em seu colo, sem pousar, e subiu voando para o alto. O bilhete conciso dizia: "Pôr do sol. Torre do Corujal, parte superior" .

O assunto de mais cedo continuou de pé. Whistledown influenciou novamente as opiniões e amenizou as críticas e zombarias a Colin. Para que tudo chegasse ao fim, dependeria dele, no próximo jogo, contra a Lufa-Lufa. Lavou suas mãos, sem mais nenhum sentimento de culpa, a menos que Colin falhasse, aí ela teria que citá-lo de novo na coluna de entretenimento de maneira pouco agradável. Do contrário, seria apenas uma citação comum de vitória, esqueceria dele e esperava que fizesse o mesmo.

A aula de Runas Antigas terminava no meio da tarde e faltavam poucas horas para ir ao Corujal. Tinha um tempinho para ver Murta que certamente deveria receber-la choramingando. Faz dias que não vai visitá-la.

Penelope empurrou a porta alta de madeira do banheiro feminino que Murta assombrava. Ela foi uma aluna nascida-trouxa da Corvinal, vários anos atrás, e quando morreu, evoluiu para se vingar da antiga colega que detestava, a garota denunciou ao Ministério da Magia e trouxe para Hogwarts. Com o tempo recebeu o apelido de Murta-Que-Geme, afastando as garotas do banheiro com seus gemidos e choros constantes.

Mas não Penélope.

— Murta?

Foi a primeira coisa que disse, puxando pela única alça da mochila nas costas, antes de sentir seus sapatos pretos molhados. Ela encontrou o banheiro inundando, em três cabines os vasos sanitários jorravam água, em outros transbordavam, entupidos, e alagavam o piso de mármore. Soube naquele instante que a razão foi um excesso de raiva.

All I Have Within MeOnde histórias criam vida. Descubra agora