Rumors of a sextape | jung jaehyun

27 | você precisa de ajuda, Yuta.

— Mas fica fora de questão você lhe socar novamente. Pelo menos até ter tudo resolvido.

— Acho que dou primeiro no diretor.

— Não se atreva que aí só piora as coisas. Ele foi bem bonzinho com você. Podia bem te expulsar.

— Ele expulsou o Jaehyun da equipa de basket. Sim, é errado vazar um vídeo pornô e ainda difamar dizendo que sou eu. Mas eu – apontou com o dedo para si própria – prefiro divulgar um vídeo pornô por toda a universidade do que assediar alguém. Eu não perdoei o Jaehyun, isso está fora de questão, mas sabe que mais, mais vale o perdoar do que perdoar o imbecil filhinho do diretor que devia estar apodrecendo na prisão. — Suspirou, passando as mãos nos seus cabelos. — Juro, eu estou com um ódio enorme. Ao ponto de explodir. E ainda o problema do Yuta só me deixa ainda mais irritada. Se ele gosta de mim, porque me mentiu? Porque usou uma doença para que eu o desculpasse pelas suas ações?

— Uma família de mentirosos. — Chenle disse. — Eu acho melhor tomar cuidado. Agora que percebo o quanto eles estão passando dos limites ao falar esta frase em voz alta... Já deu, Wong. Você merece melhor.

— Tudo bem. Mas eu não vou deixar destruir os sonhos de alguém que pelo menos não assediou ninguém em plena aula de educação física e nem quero saber se ele já fez mais disso. É melhor não saber. Se não... — Respirou fundo, cercando sua mão, batendo contra a outra. — Eu realmente soco ele até não restar mais daquele rosto que por mais bonitinho que seja, eu tenho nojo. Sinceramente nunca pensei que alguém me pudesse dar tanta raiva e nojo ao mesmo tempo.

— Calma. Vai tudo se resolve e ele vai parar onde merece. Mas... Sobre aquilo que disse ainda agora. Eu posso estar sendo hipócrita? Mas não conhecemos eles verdadeiramente e desde o dia do vazamento do vídeo, eu tenho opiniões diferentes a cada dia. — A mais nova colocou suas mãos perto da cintura do mais velho, assentindo com sua cabeça, concordando com suas palavras.

— É normal, Lele. Até eu tenho. Eu admito, gosto do Jaehyun, mas se tiver que ser assim, que o seja. Nada dura para sempre, além de que, eu nem namoro com ele.

— Eu a cada dia que passa me orgulho mais de você, sabia? — Dito, Wong abraçou o Zhong, enfiando sua cara no peitoral dele enquanto o abraçava pela cintura, sentindo aconchega-la em seus braços ao retribuir.

Chenle com certeza era o melhor amigo do mundo. Por mais que estivesse contra algumas opiniões de Wong, ele sempre a apoiava, por mais que também fosse daqueles que sempre vai estar lá e dizer "eu te avisei", mas diferente de muitas pessoas, logo em seguida a abraça e diz que está tudo bem, que independentemente da situação, vai estar do lado dela. Por mais verdades ditas, nuas e cruas, ele nunca a irá abandonar. Prometeu isso para si próprio, e tenciona em cumprir até ao último dia da sua vida, pois é mais do que grato de ter a sino-portuguesa na sua vida e espera tê-la no trajeto da sua vida até o seu último suspiro.

[...]

— Você disse que queria falar comigo. — Yuta disse, não estranhando o facto da garota estar na frente do seu dormitório — Achei estranho porque você nem olha mais para mim. Pode entrar.

— Só vou entrar pois é algo que precisa ser somente nós dois e não gritado para a escola inteira. — Adentrou o dormitório, logo se virando e o encarando, não perdendo mais tempo. — Porque você me mentiu? Yuta, vo...

— É verdade, Wong.

— Yuta para! O diretor me disse que não era verdade!

— E o que o diretor realmente sabe dos seus alunos se é um completo passa pano para o seu filho assediador?

— Você é mentiroso compulsivo, não é?

— Eu tenho uma doença!

— Ansiedade não se compara ao que me disse pare te perdoar, Yuta Nakamoto! — Yuta saiu do cómodo, voltando com uma folha dentro de uma mica, colocando em cima da sua bancada, mandando a garota se aproximar.

— Então me explica o que eu tenho aqui. — Ela pegou o papel, lendo.

— Bla bla bla, Yuta Nakamoto, nascido a vinte e seis do seis de mil novecentos e... Espera... Você é mais velho do que pensamos?

— Continua.

— Bla bla bla natural de Osaka, bla bla bla, índice de Transtorno de Personalidade Borderline... O quê? Yuta, isto é verdadeiro?

— Não sou tão mentiroso ao ponto de falsificar documentos. E acha que o diretor iria gostar de saber? Ele sequer se importe com os alhos de verdade. Expulsou o Jaehyun da equipa, embora eu seja completamente contra tudo dele, ama enfim. Não te deu justiça e está passando pano para o filho. Mas é o vilão para você? Eu.

— Isto não está provando nada, Yuta.

— Ainda bem né, você devia um pedido de desculpas enorme por ser negligente. Mas pronto, eu admito, eu usei algo não diagnosticado. O quê, quer que eu seja? Tudo bem, espera eu dar em doido de vez.

— Primeiro, você tem mesmo ansiedade?

— Vai ser negligente como todos foram até então? Ninguém se importa comigo, mas sabe o que eu faço? Eu continuo insistindo, porque tenho medo de me abandonarem. Ainda mais as pessoas que eu amo. Como você. — Wong entregou-lhe o papel, respirando fundo.

— Se você for diagnosticado, você pode contar comigo para tudo para te ajudar, mas você pode não ter e isso é algo que você tem que compreender. Você não será um monstro por pedir ajuda.

— Eu sou um monstro. Não é o que todos dizem? Todos acreditam no Jaehyun, mas será que sabem que eu sou mais velho do que ele e que a minha vida se resumiu num inferno? Jaehyun só pensa em si próprio, porque ele ligaria para mim logo agora?

— Porque você precisa de ajuda, Yuta.

— Só quero que você saiba uma coisa antes deste assunto acabar. Eu sou medicado. De verdade. Tenho problemas de raiva.

— Eu estou realmente com medo que você possa ter o que está escrito no papel, mas você ter usado a doença sem saber se tem ou não é errado.

— Neste momento, acho que prefiro ter. Pelo menos, me relevarei o monstro que sempre fui.

— Você não é um monstro. Apenas... Apenas um pouco estúpido, e mentiroso. Muito mentiroso.

— Eu omiti. Mas faça o que quiser. Você não gosta de mim.

— Isso é outro assunto, ao qual não estou mais suportando.