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Faye: eu não me importo! A achem, agora!!

A voz alterada da mulher fez os lobos se moverem rápido, saindo da casa pra ir a procura da adolescente desaparecida. Passava das três da manhã, e ninguém sabia onde Faith estava. Desde que tudo acabou, Faith andava estranha, todos perceberem isso, mas poucos se importavam.

Pra algumas pessoas específicas da alcatéia, Faith estava apenas sendo dramática, exagerada. Que ela deveria esquecer e se lembrar de todo o mal que Theo causou a tantas pessoas, algumas que eles nunca conheceriam. E foram esses comentários que fizeram a híbrida se afastar e se isolar, ao ponto deles não saberem o que ela fazia ou por onde andava.

Só tinham notícias da híbrida por causa de Roman, que fazia o papel de mediador e tentava ao máximo deixar as coisas calmas. Mas com Faith nada nunca era calmo. Não quando ela ainda sentia a energia sombria e maligna em sua mente.

A garota andava pelas ruas quase desertas da cidade. Vestia apenas um grande casaco que encontrou no carro de Theo, carro esse que ela lutou pra conseguir. Agora o mantinha escondido dentro da garagem da casa. Era a única coisa que ainda tinha o cheiro da quimera. Por muitas vezes Faye e Sebastian a encontraram dormindo dentro do carro, ou só deitada lá dentro, olhando pro nada.

Nenhum deles entendia. Talvez nunca fossem entender.

Faith só voltou a consciência perfeita quando chegou aos túneis, onde o viu pela última vez. Quando tudo teve seu fim e ela foi obrigada a assistir o amor de sua vida ser arrastado pra dentro daquele buraco. Ainda conseguia ouvir seus pedidos desesperados por ajuda, a forma como ele gritou seu nome antes do buraco se fechar. Desaparecendo junto dele.

Ela se ajoelhou no chão e o olhou, mesmo que não tivesse nenhum vestígio, ela sabia que era o lugar exato do buraco. Talvez por ter estado alí por dias seguidos depois do que aconteceu. Com a esperança inútil de ele simplesmente voltar.

Quando ela percebeu o chão mudar, como se estivesse sobre a água, ela percebeu que estava entrando em outra alucinação. Ela viu ele. Seus olhos assustados enquanto observava a figura, saída de um filme de terror, andar em sua direção da forma mais bizarra possível.

Ela sentiu como se fosse com ela. Sentiu o horror, o desespero e a dor, quando a figura enfiou a mão em seu peito, arrancando seu coração e o deixando cair no chão. Ela sentiu a resistência do corpo dele, até ceder a morte e então acordar novamente na gaveta do necrotério.

Quando ele abriu os olhos, ela sentiu como se fosse real. Como se ele pudesse vê-la. Senti-la assim como ela o sentia.

Ele esticou a mão e Faith assistiu ela atravessar a barreira, saindo da água. Ela hesitou antes de tocar a mão, conseguia sentir a temperatura gelada, o suor frio, o tremor. Suas mãos se entrelaçaram e Faith sentiu a ferida, que ainda existia em suas costas, se regenerar. Ela tomou coragem de puxar a mão pra cima, quando conseguia ver o nariz dele aparecendo, mãos quentes a tocaram, a afastando dali.

Ela se afastou bruscamente e se virou pra encontrar a imagem confusa e preocupada de Scott.

Scott: tá tudo bem, sou eu.

A garota se virou pra onde estava, não tinha nada. Apenas o chão intacto, manchas de sangue e gotas de água no chão. Ela tocou seu rosto e sentiu o rastro úmido das lágrimas. Era só uma alucinação. Outra alucinação. Mas por que parecia tão real?

Scott: Faith?

Ele tentou toca-la mas a garota se afastou automaticamente, evitando seu olhar. Ela olhou pras próprias mãos e viu o sangue as manchando. Tinha socado o chão, o arranhado até quebrar as unhas.

I FOUND, Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora