I FOUND, Teen Wolf

037

Faith acordou em um ofego, se segurando na mesa com força e notando que ainda estava na escola.

Scott: ei, tudo bem? Seu coração tá disparado.

Faith: tá... Eu só cochilei. Sonho ruim.

Ele franziu o cenho, tendo um flashback que o causou arrepios. Faith não tinha cochilado em nenhum momento. Ele observou as veias aparecerem nas pontas dos dedos dela, subindo e desaparecendo em baixo de seus olhos. As mãos trêmulas segurando a madeira com força, as batidas do seu coração continuavam irregulares.

Scott: Faith?

Ele inclinou a mão pra tocar a garota, se assustando quando ela o segurou com força. Ela se virou pra ele, sua cabeça inclinando pro lado enquanto os olhos brilhavam em azul. Veias passaram de sua mão pra mão de Scott, que se soltou rapidamente do toque dela, olhando pras veias e as vendo desaparecer. Ele não entendeu. Eram veias de magia negra ou veias de dor?

O sinal bateu e Faith rapidamente saiu da sala, Stiles e Scott se entre olhando antes de saírem correndo também. Lydia sendo a única a ficar pra trás. Ela também se sentia estranha.

Scott: Faith! Espera!

Os dois correram atrás dela, Scott segurando seu pulso quando chegaram a porta que dava pro estacionamento. Ela estava fria, quase gelada. Os olhos perdidos.

Scott: o sonho ruim. O que você viu?

Ele relaxou o toque na mão dela e dessa vez ela não o afastou.

Stiles: Faith.

Faith: trilhos. Trilhos por toda a cidade.

Scott: trilhos? Trilhos de trem?

Ela concordou e os dois se olharam.

Stiles: o que mais?

Faith: não tinha mais ninguém. Não sobrava ninguém.

Eles franziram o cenho com aquilo. Não sabendo se deveriam se preocupar ou não.

Faith: cidade fantasma. Como... Como Canaã.

Stiles: Canaã?

Ela teve um calafrio ao ouvir ele repetir o nome, se afastando da mão de Scott e tocando a parede.

Scott: Faith, o que tá acontecendo?

Faith: estamos amaldiçoados.

Foi tudo o que falou antes de desaparecer, aparecendo em seu quarto e caindo no chão graças a fraqueza repentina. Ela tinha omitido grande parte do sonho, a maioria dos detalhes. Ela sabia que não era apenas um sonho, isso se provava com a tela secando de frente pra janela.

Era uma pessoa. Pelo menos era o que ela achava. Usava um chapéu de cowboy e seu rosto parecia uma árvore, o tronco de uma árvore.

O viu em seu sonho. O viu atirar em Scott.

Faith se arrastou até sua escrivaninha, abrindo uma gaveta e tirando dela uma esfera de vidro. A segurou nas duas mãos, e lentamente deixou que as veias negras atravessassem o material, se juntando na esfera e se tornando apenas gás preto. Ela respirou fundo e viu o preto se tornando vermelho aos poucos.

Não tinha contado que estava fazendo aquilo pra ninguém. Tinha roubado aquela esfera das coisas de Jacob a algumas semanas. Não era como o vidro de descarga, mas era bem parecido. A diferença era que ela conseguia pegar de volta quando precisava. Normalmente pegava em um ato impulsivo, desesperada pra sentir Theo, nem que fosse minimamente. E Theo, Theo também a sentia no seu inferno pessoal. Via seu rosto, escutava sua voz, até mesmo sentia o toque quase fantasmagórico dela. Não sabia se era ela mesma, ou se era outra forma daquele lugar faze-lo sofrer.

Pros dois era apenas alucinações tortuosas, mas não. Aquilo era real. Sua conexão atravessava as dimensões, quebrava suas limitações.

Aquilo era uma coisa que ninguém nunca entenderia. Nem mesmo se Scott entrasse na cabeça dela ou se ela compartilhasse suas memórias com eles. O buraco era mais em baixo.

Roman: você já voltou?

Apareceu no quarto e olhou confuso pra garota no chão. Faith guardou a esfera de volta em sua gaveta e se levantou, se apoiando na escrivaninha.

Faith: sim.

Roman: tá tudo bem?

Ela concordou e foi até a cama, se sentando nela e passando as mãos pelo rosto.

Roman: tem certeza?

Faith: sim.

Ele a olhou por uns minutos, sabendo que ela estava mentindo, mas também que ela não contaria mesmo se colocasse pressão nela. Então ele apenas suspirou e deixou o quarto, fechando a porta.

Faith se jogou pra trás na cama, rolando pro lado e se encolhendo enquanto abraçava a coberta. Fechou os olhos e respirou fundo.

Estava mentalmente exausta.

Enquanto isso, Scott e Stiles descobriam que seu sonho estava certo. Estavam apagando as pessoas, ao ponto de ninguém lembrar delas e suas coisas desaparecerem. Era assustador e eles não faziam idéia do que fazer.

Quando ela abriu os olhos, não estava mais no quarto e sim na escola. Estava confusa. Como tinha ido parar alí? Era outro sonho ou era real?

Ela se assustou quando uma pessoa a tocou, se virou pra trás e o olhou.

Stiles: Faith. Faith, por favor.

Faith: o que?

As mãos dele tremeram ao tocar seus ombros, seus olhos lacrimejavam.

Stiles: você se lembra de mim não é? Por favor, diz que lembra de mim.

Ela franziu o cenho. Reconhecia seu rosto mas por que não se lembrava dele?

Faith: eu não...

Ele se afastou dela em negação, aquilo não podia estar acontecendo.

Stiles: é a caçada-

Faith: selvagem?

Ele concordou e se aproximou de novo.

Stiles: eu vou ser levado Faith. Precisa me encontrar.

Faith: como?

Ele tocou o rosto dela com uma das mãos, ela estremeceu com o toque gelado.

Stiles: você vai descobrir, eu sei que vai.

Ela o olhou confusa, se sentindo de repente muito emocional. Ela sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha e ele rapidamente a limpou, seu coração doendo com a confusão em que ela estava.

Stiles: você é minha irmã Faith. Se lembre disso. Eu te amo.

Ele encostou sua testa na dela, respirando fundo antes de se afastar. Precisava encontrar alguém que se lembrasse dele, mas nenhum deles o fizeram, ninguém além de Lydia.

A garota piscou em confusão, passando as mãos pelo rosto pra limpar as lágrimas. O que estava acontecendo?

Faith: caçada selvagem?

Um arrepio passou por todo seu corpo e ela seguiu pelo caminho que o rapaz tinha pegado. Quando o encontrou, ele estava dentro do jeep, Lydia ao seu lado. Seus olhos brilharam azuis e ela pode ver os cavaleiros ao redor do carro. Um deles puxou o rapaz pra fora do carro, uma fumaça esverdeada apareceu, cobrindo os corpos e em seguida eles desapareceram.

Uma lágrima desceu por seu rosto e ela fechou os olhos, respirando fundo. Quando os abriu, já não se lembrava mais.

Era só o começo.

[Não revisado]

A confusão começando.