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Após uma longa semana de provas, os alunos foram finalmente liberados. Alguns correram para casa enquanto outros optaram por afogar suas decepções em canecas de hidromel nas pequenas tavernas da cidade. 

O quarteto, no entanto, decidiu se reunir na casa da Acsa para comemorar o fim do período escolar. Com a notícia de que todos haviam sido aprovados, a empolgação tomou conta do grupo e logo surgiu a ideia de planejar alguns dias na praia.

O Texas, em particular, estava ansioso para conhecer South Padre Island, em Môtsa, um lugar lendário conhecido como o fim de Eedan. No entanto, a distância era um obstáculo a ser superado, e a Ranya sugeriu uma praia mais próxima, como a de Aransas, também na tribo da água. 

Asher, com sua sede por conhecimento, desejava explorar a badalada praia de Galveston em Chanôk. No entanto, o grupo sabia dos perigos que a jornada poderia apresentar, com criaturas mágicas e perigosas ao longo do caminho. Por isso, decidiram seguir a escolha da Ranya, que conhecia as melhores opções para uma viagem segura e divertida.

Caminhando pelas ruas movimentadas de Naamá, Ranya sentiu a presença súbita de sua companheira de quarto emergindo das sombras com um ar de urgência. Com um gesto rápido, a amiga a avisou sobre a convocação imediata da zaqen Adail para uma audiência em sua fortaleza. 

Um sussurro enigmático foi proferido em seu ouvido, deixando-a perplexa. O que a aguardava na fortaleza da zaqen era um mistério que ela estava determinada a desvendar.

Sem hesitar, Ranya partiu em disparada em direção aos portos de Bekôrah, jurando aos amigos que se encontrariam na praia quando fossem. Asher aproveitou a saída de Ranya e decidiu buscar uma pequena caixa para guardar um artefato que sua avó entregaria para a zaqen Ecter. 

Acsa e Texas ofereceram companhia, mas o garoto recusou. Ele tinha outro objetivo em mente: deixar o príncipe sozinho com Acsa, já que havia percebido que o amigo nutria sentimentos pela enoshéia.

— É só um pequeno desvio do caminho — argumentou o príncipe, sem perceber o sinal discreto de Asher.

— Não podemos chegar tarde na casa da Acsa. Sabe como a mãe dela é rigorosa? — a pergunta esfarrapada do Asher, soou como uma desculpa pouco convincente.

— Queria que ela se importasse com isso, tem um mês que não volto para casa — retrucou Acsa, entendendo a verdadeira razão por trás da decisão de Asher.

Todos sabiam que a mãe da garota não se importaria com o horário ao ver o príncipe acompanhando-a. Acsa era uma interna no curso de botânica. Dedicava a maior parte de seu tempo às estufas e hortas, aprendendo os segredos das plantas e suas propriedades mágicas. 

Apesar de amar seu curso, sempre que podia, aproveitava os dias de folga para passar o tempo com Asher e seus amigos.

— Cheguem em casa e arrumem as coisas. Eu logo estarei lá! — Asher partiu sem esperar resposta, saltando por cima de uma pequena mureta e se perdendo no meio da multidão de alunos. 

Acsa e Texas se entreolharam confusos, eles começaram a conversar timidamente enquanto caminhavam em direção à casa da garota.

Asher correu tão rápido quanto pôde para despistar o casal. Finalmente, quando se sentiu a salvo, se viu diante da Hamburgueria Onion, o famoso templo de gordura e carne que atraía todos de Eedan para provar seus mágicos hambúrgueres. 

Ele não estava com fome, mas sabia que o senhor Randi, um velho amigo viciado em onion rings, ficaria feliz em vê-lo. O jovem passou um bom tempo com Randi, enquanto os cheiros deliciosos da cozinha tentavam seduzi-lo. 

Apócrifo: A Queda de EedanOnde histórias criam vida. Descubra agora