O Estranho Do 303 ★ TAEGI

A possessão.

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Quando abri os meus olhos, já não estava mais na minha casa. Eu estava em um tipo de labirinto. Haviam paredes dos meus dois lados, atrás de mim havia outra parede me impedindo de voltar e lá na frente haviam três caminhos, sendo um para a direita, um para a esquerda e outro reto. Estava tudo muito escuro, o único lugar que eu podia ver eram os três caminhos. Por que eu estava ali? Eu não sei ao certo. Talvez seja apenas um sonho, ou alguém pode estar manipulando minha imaginação às vezes fértil.

Comecei a andar. Quando cheguei na divisão dos três caminhos, haviam três luzes fortes as quais não era possível ver de onde comecei. Amarela, vermelha e azul. Sem pensar duas vezes, caminhei até a amarela, parando no início da mesma, tentando ver o que havia lá no fundo para decidir em qual delas eu iria. Lá no fundo tinha um bastão amarelo e alguém o segurava enquanto me encarava com um sorriso.

Abandonei imediatamente o lugar.

Fui até a azul e tentei olhar o que havia no final. Havia uma pessoa sentada em um trono, talvez. Ela estava completamente coberta por uma capa azul quase invisível por causa da cor natural do lugar. A pessoa estava séria e também me encarava. Havia um livro em uma de suas mãos que eu julgo que antes ele o lia, mas quando me viu passou a prestar atenção em mim. Ele continuava sério e parecia me condenar por uma futura escolha que não seja a sua.

Por último, a vermelha.

Caminhei até a mesma e olhei para o final. Havia um homem vestido de preto, ele apenas me olhou e deu um sorriso curto, estendendo a mão como se pedisse para seguir o seu caminho. Recuei alguns passos e tropecei em meus próprios pés. Sem pensar muito, levantei-me rapidamente e fui até o começo do labirinto, começando a esmurrar a parede em uma tentativa de escapar dali. Senti as lágrimas saírem por meus olhos e escorregarem pelo meu rosto. Me assustei quando voltei a olhar para frente, porque as cores primárias estavam na minha frente sussurrando coisas como "Eu sou o melhor caminho", "Venha comigo!". Em um ato de puro desespero, comecei a gritar e chorar ainda mais.

ー Vai ficar tudo bem, você apenas deve vir comigo. ー O da luz amarela disse enquanto se aproximava rapidamente, passando a mão no meu cabelo de uma forma "carinhosa". ー Vamos lá! Se me escolher, eu te protegerei. ー Disse e lambeu os lábios, fazendo-me recuar e bater na parede, ou não.

ー Não dê ouvidos a ele, Yoongi. ー  O azul disse com um livro embaixo de seus braços. ー Se você vier comigo, eu e você traremos a paz que o mundo tanto almeja. Seremos como dois reis magos. ー Ele disse e fez uns movimentos estranhos com a mão, fazendo cair alguns flocos de neve sobre mim. ー  Você gosta? Posso ensinar-lhe a fazer, você apenas deve seguir comigo, Min. ー O de azul abriu um sorriso pequeno e falso.

ー Segundo O Mágico de Oz, Dorothy Gale nunca deve seguir as pedras vermelhas e sim as amarelas. ー O de preto pronunciou-se. ー A cor azul não existe. Mas já parou para pensar que o caminho vermelho ninguém ousa a seguir? Ninguém sabe ao certo se é bom ou ruim. O amarelo, mesmo sendo o bom, fez ocorrer muitos males pelo caminho. ー Disse com uma voz rouca, me fazendo ter arrepios. ー Você só saberá se for descobrir e ver com os próprios olhos. Por que ir nas pedras amarelas se você já sabe o final? O caminho azul é fora de cogitação, pois, como já disse, não existe em Oz. O vermelho... bom, nós podemos descobrir ele juntos. ー Ele abriu um pequeno sorriso e voltou a me estender a mão. ー Venha, vamos ver o que há por trás do caminho vermelho.

Comecei a ficar confuso comigo mesmo. Por que eu tinha de escolher um caminho, afinal? Eu não sabia o que estava acontecendo. Escolha um. Isso se repetia em minha cabeça, eu já estava ficando maluco. Fechei meus olhos com força e sentei-me no chão. Meu cérebro estava me forçando a escolher alguma das três cores. Pensei na azul, em primeiro lugar. A paz é algo que eu sempre quis alcançar para mim e para todos. Encarei o azul e ele dava um sorriso psicopata. Descartado. A minha única segunda opção é o caminho vermelho, que me deu boas razões para ir com ele. Encarei o mesmo e ele mantinha a sua mão estendida desde o seu argumento. Abri um sorriso pequeno e estendi a mão para ele.