𖥻ꨶO Estranho do 303⻝︎݈݊ꨂ
Já era o terceiro dia desde que eu apenas comia pedaços de pão para economizá-los durante um período de uma semana. Ouvia as conversas que haviam naquele lugar secreto ao qual eu ainda não podia ter certeza de onde era. Não sabia se o que ouvi há três dias atrás era real ou não, nem sequer podia confirmar com certeza que Jeon Jungkook estava vivo.
Eu apenas sabia as coisas por uma espécie de código ao qual Jimin dizia não poder me comunicar sobre estes. Ele anda suspeito demais. Claro que eu já desconfiei de seus ideais, todavia ele me parecia um Jimin normal. Ultimamente ele vem se comportando como um detetive-policial. Ficava de guarda a noite inteira e cochilava pela manhã. Quando eu questionava sobre os seus motivos, a sua resposta era fria e direta: Ele se aproxima. Fique quieto!
Minha perna já recuperou o movimento nestes dias. Agora realmente só me resta entender o que está ocorrendo ao meu redor. Algo que somente eu não estou sabendo, aparentemente. Me levantei do colchão que estava sobre o chão. Não me perguntem como vim parar em uma caverna pequena e escondida, pois eu também não tenho resposta para este tipo de pergunta.
Comecei a rodear pelos cantos da mesma, como sempre fazia quando estava no tédio. O meu celular havia descarregado há um dia atrás. Estou me sentindo como um real homem das cavernas.
Era de madrugada e Jimin estava de guarda na porta da caverna. Parecia uma coruja observando tudo ao redor. De vez em quando algumas pessoas viam conversar com ele, porém eu não podia nunca ver quem eram estas pessoas. Ele não deixava. Olhei para o chão e vi as últimas migalhas que comi enquanto sentia o meu estômago se revirar pela fome.
ー Estou com fome. ー tentei dizer, mas não obtive resposta, como o esperado.
Bufei com raiva da não resposta e voltei a andar em círculos dentro da caverna. Eu me sinto drogado. Por mais consciente que eu esteja contando, não me sinto completamente eu. Sinto que há alguém a mais nesta caverna e que não está ao alcance dos meus olhos. Ao pensar nisso, fiquei encarando a entrada da caverna na expectativa de que algo fosse ocorrer. Notando que eu já estava há horas encarando fixamente algo ao qual não ocorreu nada, suspirei e tentei me aproximar de Jimin sem fazer barulho.
Me sentia como os acorrentados versão real de O Mito Da Caverna, de Platão. Não conseguia me aproximar o suficiente para descobrir a verdade absoluta que o mundo esconde.
ー Nem pense nisso, Min. ー senti o olhar pesado de Jimin sobre mim e revirei os olhos. ー Por que é que você quer tanto ver o que tem aqui fora? Caramba, já lhe disse que não é seguro! ー esbravejou.
Eu poderia soltar tudo o que estava entalado na minha garganta há um bom tempo, porém eu não fiz. Foi nisso que eu pude ter a certeza de que havia uma terceira, até uma quarta pessoa presente no local. Averiguei mais um pouco e não vi ninguém. Não estava ao alcance dos meus olhos. Um ponto cego, talvez. Ou um mundo paralelo perceptível apenas para algumas pessoas. Que tipo de pessoas podem ver? Eu não faço ideia.
Exausto de tanta espera e nenhum acontecimento, eu me sentei no colchão velho novamente e fiquei vendo a única estrela que dava para enxergar. Não estava com sono algum, já dormi demais desde que estou aqui.
ー Olá de novo, Yoongi. ー ouvi a voz de Jimin e o observei se sentar no mesmo colchão velho que o meu. ー Me desculpa estar sendo muito grosso com você… a sua curiosidade é intrigante e perigosa. Não sei exatamente o que você sabe ou o que pode saber. Eu venho me sentindo um monstro por não poder dizer nada ao meu melhor Jimin. ー seus olhos se perderam durante as próprias palavras.
ー Eu não sei o que está acontecendo. Eu só espero que você não seja um traidor, Jimin. Só espero também que não saiba coisas cabulosas e esteja me escondendo. ー disse enquanto analisava suas feições que agora se encontravam um pouco nervosas. Sabia.
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O Estranho Do 303 ★ TAEGI
Fiksi Penggemar▸ Esta história é uma ADAPTAÇÃO; a obra original pertence a thaistranha_, que concedeu autorização. ≛ ָ࣪ ❝'ー Na casa número 303 mora uma pessoa estranha. As pessoas não ousam a bater naquela porta, a falar com quem mora lá ou sequer fazem questão de...