O Estranho Do 303 ★ TAEGI

O dia escuro.

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O dia amanheceu estranhamente escuro. Nem podia dizer que era dia. Não havia luz e já eram dez da manhã. Os moradores se perguntavam também o que acontecia, ao que eu acabei ouvindo. O sol estava coberto por nuvens carregadas, indicando que logo mais iria cair uma tempestade.

Eu não me lembro bem do que aconteceu no dia anterior depois de ver a luz vermelha, tampouco sabia se aquele cara que apareceu era o esquisito da casa 303. O colar ainda estava posto em meu pescoço, indicando que eu vivi cenas reais, não apenas um mero sonho. Eu não comentei sobre isso com Jimin, até porque ele riria de mim quando eu dissesse que, supostamente, vi o morador do 303.

Neste momento, eu estou em meu quarto e com a luz acesa, já que a costumeira luz do sol não estava ali para gastar menos na conta de luz. Jimin havia ido trabalhar às oito da manhã hoje e eu havia insistido para ele não ir, dizendo que era loucura tudo aquilo. O dia não era dia. Dias comuns havia um raio de sol, pelo menos um vestígio de claridade, mas naquela manhã tudo estava sendo iluminado por lâmpadas e luminárias, apenas.

Não sabia ao certo o porquê de estar lendo um livro tão desprezível de terror, já que odeio qualquer coisa deste tema. Entretanto, naquele dia, ler coisas de terror me parecia algo bom, por partes. Não, isto não é um livro comum e clichê onde o personagem pergunta "quem está aí?" e o silêncio se acomoda no lugar para depois algo cair no chão sozinho, não! Aquele era um livro de curiosidades do mundo sobrenatural, um livro espiritual.

Estava tão concentrado naquele livro que quando ouvi um ranger no corredor me assustei, quase largando o livro. Levei em consideração que a casa estava velha e as madeiras estavam gastas, então não liguei muito, mas ainda sou curioso. Mesmo não acreditando que aquilo pudesse ser passos, caminhei até a porta do meu quarto e fechei.

Não confio nesta casa e nem na 303.

Voltei para a cama para continuar a ler o meu livro. Ele estava no chão porque deixei cair quando levantei e nem percebi. Me agachei e peguei o livro. Ele não estava mais na página climática, mas sim na página de casa com escadarias. Me interessei, então resolvi ler aquilo.

❝Na sua casa tem escadas? Se a resposta for não, a sua preocupação em relação a fantasmas ou quaisquer tipos de assombrações deve diminuir de maneira significativa. Se você tiver uma escada em casa, então você pode começar a se preocupar um pouco ma…❞

Interrompi a minha leitura quando ouvi mais uma vez o ranger no corredor. Eu estava ficando amedrontado, mas,  mesmo assim, ignorei mais uma vez, continuando a minha leitura.

❝Você pode começar a se preocupar um pouco mais. Escadas são um ótimo lugar para ser empurrado por uma força do além, não é mesmo? Cair por elas saciaram facilmente se um deles for demasiadamente malvado, até mesmo com psicopatia. Eles podem puxar o seu pé e você entender como um mero tropeço, caso você for distraído. Às vezes chegar no último degrau enquanto você sobe ela e de repente tropeçar e cair rolando para baixo…❞

Interrompi novamente a minha leitura, mas daquela vez não foi por apenas o ranger da tábua gasta do corredor, mas sim o barulho de algo semelhante a um brinco com uma pedrinha caindo. Deixei o livro na cama e levantei, caminhei em direção à porta, segurei na maçaneta e a girei, já sentindo o meu coração querer pular para fora pelo medo que eu estava. Fechei os olhos com força, então abri rapidamente. Um frio percorreu pelo meu corpo. Sim, estava um pouco frio, mas como eu já disse, aquela região era a mais fria de todas.

Coloquei apenas a cabeça para fora. Olhei primeiramente para o lado onde dava para as escadas para descer ao primeiro andar, logo depois passei o olhar pela janela. Ela estava entreaberta, assim como Ji disse que havia deixado. O corredor era iluminado pela luz do meu quarto, me possibilitando enxergar um pouco. Deixei o meu quarto e caminhei em direção à janela em passos lentos.