11. drinks.

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Chegamos no restaurante e a garçonete nos levou até a mesa que a Luísa havia reservado.
Enquanto passávamos por ali, pude reparar o lugar, era bem bonito, mas mais despojado, acho melhor assim, não sei se gosto tanto de restaurantes muito chiques. Havia um bar no canto do salão com banquinhos altos, muitas luzes, e mesas espalhadas por todo o lugar.
A música ambiente tomava conta do espaço grande e aberto, por um segundo entre os múrmuros das pessoas e ruídos dos talheres consegui ouvir o que tocava, era Frank Ocean.
Um pouco romântico demais, não?

Nos acomodamos na mesa e logo engatamos numa conversa divertida, ela me contou mais sobre a sua familia e sobre como foi o curso de Dj em Las Vegas, também comentei algumas coisas sobre minha vida no Brasil, até que fomos interrompidas por um garçom.
Fizemos nossos pedidos e aproveitamos para pedir drinks, já que estávamos ali, por que não?

Enquanto esperávamos, resolvi ir ao banheiro para ficar um pouco sozinha, ainda estava com aquele frio na barriga de primeiro encontro.
Na frente do espelho, enquanto retocava minha maquiagem e tentava relaxar, me peguei pensando na Billie e em como eu sentia falta da nossa amizade, queria que ela estivesse me esperando naquela mesa lá fora com nossos drinks.

- Isso não é hora, Lana - pensei comigo mesma.
Respirei fundo e resolvi voltar, já tinha demorado muito.
Estava distraída na saída do banheiro, quando dei de cara com um rosto conhecido indo em direção ao banheiro masculino. Eu quis me esconder num buraco e rezei para que ele não me reconhecesse, mas vi que já era tarde demais quando ouvi...

- Lana?  - disse o ruivo vindo até mim.
- Finneas, oi! - respondi um pouco sem graça, mas com um sorriso no rosto.

Não pude evitar de imaginar se a irmã dele também estava aqui, não seria agradável topar com ela enquanto estou num date.

- Como você vai? Não te vi mais lá em casa depois daquele dia com a Billie, achei que suas visitas iam ser mais frequentes - arqueou as sobrancelhas.

Não queria criar uma situação chata, mas talvez se eu comentasse sobre como Billie estava agindo, ele soubesse de alguma coisa.

- É... Não sei se aconteceu algo, mas sua irmã não tem conversado comigo ultimamente. - ri sem graça
- Mesmo? Me desculpe, eu não sabia, achei que ainda eram próximas. - vi uma expressão confusa no rosto dele.
- Ah, não preocupa. Veio com a sua família? - falei na tentativa de mudar de assunto ou de descobrir se os olhos azuis também estavam naquele restaurante.
- Não, não. Eu vim com a Cláudia, minha namorada. - sorriu sem mostrar os dentes, mas ainda parecia confuso.
- Um encontro, que fof...
- Lana? Você demorou, eu fiquei preocupada. Nossa comida vai esfriar. - vi a garota de cabelos loiros se aproximar, enquanto dava um pequeno aceno com a cabeça e um leve sorriso para cumprimentar Finneas, que retribuiu.
- Lu...eu já estava indo. Vamos? - tentei apressar a saída para não gerar um climão e acenei para o garoto que nos olhava ainda confuso.
- Vamos. - pegou minha mão.

  [...]

Depois de muito papo (e alguns drinks) com a Luísa, criei coragem pra tirar uma dúvida que o encontro na porta do banheiro tinha me deixado.

- É...não quero ser intrometida - ri - Mas você conhece o Finneas?
- Hm, curiosa né? O álcool bateu?
- Luísa! - repreendi rindo e ela retribui a risada.
- É brincadeira, linda. Eu conheço o Finneas, meu pai é amigo do pai dele e desde criança frequento a loja e a casa da família O'connell. Eu faço dança, mas amo música, por isso fui fazer o curso de Dj, enquanto crescia sempre ia lá brincar com os instrumentos.

Eu quis fingir um desmaio na frente dela. O que é que tem nesses músicos? Parecem ter todos se juntado contra mim.

- Ah claro, entendi! Parece divertido...- respondi tentando associar o que tinha ouvido.
- Sim, sempre gostei. Mas e você hein? Pareceu ter intimidade com ele.
- Na verdade não, só o vi uma vez. A Billie, irmã dele, estuda comigo. Eu já fui lá na casa deles fazer um trabalho e conheci ele, enfim....
- Então você e a Billie são próximas né, entendi... Eu me lembro bastante dela. - Luísa não parecia muito convencida da minha resposta.

Já me arrependi de ter perguntado, mas sinceramente aquela era uma informação importante. Como eu saberia que todos eles se conheciam?

[...]

- Obrigada pela noite, Lu, foi ótimo.
- Não precisa me agradecer, Lana, é um prazer ter sua companhia. - passou a mão no meu cabelo colocando uma mecha atrás da orelha.

O silêncio pairou no ar enquanto nos olhávamos...Eu não me importaria com um beijo de primeiro encontro, mas antes mesmo que eu pudesse pensar, vejo ela se aproximar de mim.

Me deu um selinho e começamos um beijo lento e tranquilo. Luísa colocou a mão na minha nuca me puxando pra mais perto.

- Puta merda, Lana - interrompeu - Você não sabe o quanto eu quis fazer isso desde o primeiro dia que te vi.

Ela me puxou pro seu colo, eu até tentei repreendê-la, mas ah... Só mais um beijo não iria machucar ninguém.

i'll never let you go. | Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora