12. shut up, Lana.

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[...]

Segunda feiras só não são tão ruins porque estudo a noite. Se eu tivesse que acordar cedo hoje, juro que não conseguiria manter o bom humor.

Eu e Luísa temos saído bastante, tenho ido pra aula mais tranquila, não pensei em Billie durante a semana como estava fazendo nas últimas. Sinceramente estava até um pouco puta com a atitude dela.

Entrei na sala depois do intervalo e logo tomei um susto com meu celular vibrando diversas vezes. Era a Luísa. Estranhei, pois tinha acabado de me encontrar com ela, mas abri o chat e vi várias mensagens desesperadas, ela dizia estar passando muito mal e que precisava da minha ajuda no banheiro.

Sem nem pensar duas vezes, saí correndo atrás dela, pois tenho certeza que ela faria o mesmo por mim, estamos nos dando muito bem.

Entrei no banheiro ofegante pela correria e me deparei com a Luísa escorada na pia me olhando de cima a baixo.

- Você não parece estar passando mal - disse com a respiração forte indo até ela.
- Eu estou passando mal de saudade de você. - passou a mão no meu rosto.
- Luísa, mas que porra! É sério, eu vim correndo, fiquei preocupada com você. - bufei - Te odeio.
- Calma, linda. Eu só queria te ver, você me desculpa?
- Nunca mais faz isso. - falei apontando o dedo pra ela.
- Não vou fazer, agora vem cá - respondeu me puxando pra mais perto.

Luísa pôs uma mão na minha nuca, a outra na minha cintura e colou seus lábios nos meus. Eu ainda estava brava pela brincadeira, mas cedi.

Continuamos assim até que ouvi barulhos de uma das cabines.
- Alguém pode nos ver - falei entre o beijo.
- Que vejam... - Aprofundou o beijo deixando mais rápido e apertando minha cintura.

Tomei um susto com o som da porta da cabine se abrindo. Eu e Luísa nos soltamos e apesar de eu estar de costas, pude ver pelo espelho quem estava ali com a gente.

[...]


- A BILLIE TAVA NO BANHEIRO?
- Ai Liv, eu sei, péssimo né? Ficou o maior climão, você tinha que ver. - agora eu estava em casa questionando minhas decisões e contando minha amiga o que tinha acontecido por telefone.
- Lana, qual a chance de ser ela? Parece até de propósito, eu imagino o quanto foi horrível.
- Sério, dava pra cortar a tensão com uma faca. Ela ainda foi na pia e lavou a mão do nosso lado. - contei ainda sentindo vergonha daquele momento.
- E qual foi a reação da Luísa?
- Ah, acho que ela não sabe sobre o que já rolou entre eu e a Billie... - fui cortada por outra chamada. Gelei quando li o nome na tela, parece que foi só eu falar o nome dela.

- Já te ligo, Liv. - desliguei sem nem ouvir a resposta.

Encarei o celular tocando com o contato nomeado por "Bill", seria atender a melhor opção? Não sei se queria mesmo conversar, mas não tinha porque não atender.

- Billie? - falei confusa.
- Pode descer? Estou na porta da sua casa. Eu vi a luz do seu apartamento acesa.
- Ah, é... posso.

Desliguei sem nem dizer ou ouvir mais nada, já estava confusa o suficiente. Coloquei um moletom para evitar o vento que fazia lá fora e desci.

Lá embaixo estava ela, dentro do carro, me encarando com os olhos mais azuis e a pele mais macia do mundo.

- Oi... Entra aí. - abriu a porta.

Entrei no carro e preferi não dizer nada, se ela tinha me chamado ali, tinha algo a falar... mas o silêncio perdurou por alguns longos segundos.

- Sabe, Lana, eu tive que vir conversar com você, não consegui ver você beijar outra pessoa na minha frente.
- Billie...
- Espera, deixa eu terminar - suspirou - eu gosto de você, Lana, e eu não quero ter que fingir que não gosto. Sua amizade é muito especial pra mim, mas eu sei de muita coisa e não consigo aceitar tudo.
- Billie, você parou de conversar comigo porque quis, eu não te fiz nada! Desde a festa da Rebecca eu tenho me culpado por algo que nem sei o que é. - subi um pouco o tom de voz.
- Lana, que merda! Não finge que não sabe de nada assim, eu te vejo com aquela loira por aí e quero acabar com a cara dela. - me acompanhou subindo o tom.
- Mas vocês... - fui cortada quando senti os lábios mais macios do mundo tocarem os meus.
- Cala a boca, Lana. - disse segurando meu rosto com uma certa força. - Eu tô muito brava, mas não aguento mais só pensar em você e não poder fazer nada.

i'll never let you go. | Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora