17. Meu paraíso na centésima página

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P.o.v. Stella di Angelo

Talvez fosse irônico eu ser filha do deus dos mortos e aquele ser apenas o meu terceiro funeral, quarto, se você considerar o funeral de Fígaro (o antigo gatinho de estimação da minha irmã) um funeral.

–Assumimos que ele está morto. - Quíron disse com pesar.

Era fim de tarde, mas ninguém estava nas linha de tiro com arco e flecha, nem na parede de escalada, o pavilhão estava vazio e todos os chalés estavam desertos. Todos estavam reunidos no anfiteatro envolta de uma fogueira.

Eu estava junto dos campistas de Apolo. Michael nem discutirá quando pedi para ir, apenas me pedirá para estar na cadeira de rodas durante o ritual.

–Depois de um silêncio tão longo, é improvável que nossas preces serão respondidas. Eu pedi à sua melhor amiga sobrevivente para que fizesse as honras finais.

Annabeth pegou um grande pano de seda verde, com um tridente bordado, e jogou nas chamas.

Eu ainda estava em choque. Percy Jackson estava morto. Eu não o conhecia, mas ele salvou a vida de Nico e Bianca e eu nunca poderia retribuir, esse pensamento fazia meu coração pesar.

O pensamento de fugir para o submundo e obrigar meu pai à devolver a vida ao filho de Poseidon passou pela minha cabeça, mas todos estavam de olho em mim, principalmente depois da estúpida, idiota, imprudente, irresponsável, impulsiva, descabida, impertinente, inadequada, inapropriada, desapropriada, imprópria, inoportuna, indevida fuga do meu irmão.

Annabeth voltou a olhar para a platéia. Ela estava terrível, pior do que quando eu chegará, nem mesmo a minha chegada fora surpreendente o bastante para que sua tristeza passase. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, mas ela conseguiu dizer:

–Ele era provavelmente o melhor amigo que eu já tive. Ele...- Então ela focou o olhar em algo atrás da multidão. Seu rosto ficou vermelho. - Ele está bem aqui!

Virei a cabeça assim como muitos outros campistas.

Ser filha de Hades te faz questionar sua sanidade com frequência, como por exemplo, se questionar se o garoto que deveria estar morto realmente está de pé, quase na sua frente.

–Percy!- Um garoto mais velho gritou. Um grupo de outras crianças se aglomerou ao redor dele. Eu ouvi algumas maldições do chalé de Ares. Quíron se aproximou e todos abriram caminho para ele.

–Bem.- ele suspirou com um óbvio alívio - Eu nunca fiquei tão feliz em ver um campista retornar. Mas você precisa me contar –

–ONDE VOCÊ ESTAVA? - Annabeth gritou, empurrando para trás os outros campistas. Eu pensei que ela iria esmurrar ele, mas ela lhe deu um abraço. Os outros campistas ficaram em silêncio e ela se afastou. – Eu- nós pensávamos que você estava morto, Cabeça de Alga!

–Eu peço desculpas. - Falou o garoto. -Eu me perdi.

–SE PERDEU? - Ela gritou. - Duas semanas, Percy? Em que mundo –

–Annabeth - Quíron interrompeu -Talvez devêssemos discutir isto em algum lugar mais reservado, não acha? O resto de vocês, voltem para suas atividades normais!

Michael já estava pronto para me levar de novo para a enfermeira, mas Quíron olhou para mim.

–Talvez você devesse vir conosco, Stella. - Disse e pediu para Michael me liberar por algumas horas. Depois, enquanto Percy olhava para mim como se eu fosse um fantasma (como se fosse eu que acabara de chegar no meu funeral) e perguntando como era possível eu estar ali, Quírom apanhou facilmente Annabeth e Percy como se fossem gatinhos, os atirou em cima de suas costas, e galopou para a Casa Grande, e eu os segui com minha super cadeira de rodas.

Di Angelo 2 | O labirinto de DédaloOnde histórias criam vida. Descubra agora