22. A minha coroação, ou a minha 39º quase morte

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P.o.v. Nico di Angelo

Estávamos exaustos, então acampamos na enorme sala, com velhas colunas de mármore segurando o teto. Eu e Percy pegamos  uns gravetos secos e fizemos uma fogueira. Sombras dançavam nas colunas erguendo-se em volta de nos.

Eu estava bastante ansioso. Mexia minha perna sem parar e sem nem perceber mexia minhas mãos nas notas exatas da canção de ninar da minha infância no piano.

–Algo estava errado com Luke. - Annabeth murmurou, cutucando o fogo com sua faca. - Vocês notaram como ele estava agindo?

–Ele parecia muito contente para mim. - Percy disse. - Como se ele tivesse passado um ótimo dia torturando heróis.

–Não é verdade! - Desculpe Annabeth, mas parecia verdade. - Havia algo de errado com ele. Ele parecia... Nervoso. Ele disse a seus monstros para me pouparem. Ele queria me dizer algo.

–Provavelmente, "Oi Annabeth. Sente aqui comigo e assista enquanto eu torturo seus amigos. Será divertido!".

–Você é ridículo. - Annabeth resmungou. - Ela pegou sua faca e olhou para Rachel e meu estômago se revirou. - Então, para onde devemos ir agora, Sacagawea?

Rachel não respondeu imediatamente. Ela ficou quieta desde o ocorrido na arena. Agora, seja qual comentário sarcástico que Annabeth fazia, Rachel mal se preocupava em responder. Ela queimou a ponta de um graveto e o estava usando para desenhar no chão, desenhos dos monstros que vimos. Com poucos riscos, ela desenhou uma dracaenae perfeitamente, me fez lembrar Stella, antes mesmo de saber que éramos semideuses ela desenhava monstros perfeitamente, monstros que não eram do meu jogo de mitomagia.

–Seguiremos o caminho. - ela disse. - A claridade no chão.

–A claridade que nos levou para a armadilha? - perguntou Annabeth.

–Deixe-a em paz Annabeth.- Falou Percy. - Ela esta fazendo o máximo que pode.

–A fogueira está apagando. Vou procurar mais gravetos enquanto vocês combinam estratégias. - E se levantou. - Quer vir comigo, Nico?

Eu assenti, me levantei e segui para a escuridão buscar mais gravetos e folhas secas.

–Desculpe, por isso, estou um pouco estressada.

–Tudo bem. - Murmurei.

–Stella está bem. Eu estive com ela nos últimos dias.

–Sério? Como ela fugiu?

–Da mesma forma que nós. Houve algum tumulto e ela conseguiu fugir pelo labirinto. Por algum milagre conseguiu chegar sozinha no acampamento.

–Foi idiota, não foi?

–O que?

–Fugir do acampamento para tentar achá-la. Deveria saber que ela sabe se virar sozinha,

–Por milagre você também está bem, se dermos sorte Rachel não vai nos matar e vamos poder voltar para se reencontrarem.

Eu sorri.

–É acho que temos muita sorte, certo?

–Sim vocês tem.

Nós separamos para pegar mais gravetos e alguns minutos depois voltamos.  Annabeth jogou seus gravetos e em seguida os meus na fogueira. Rachel estava encolhida em um canto com a mochila como travesseiro.

–Nico, você deveria dormir também, amanhã vai ser um longo dia.

Eu aceitei e também deitei apoiando minha cabeça na minha mochila e me virando de costas para a fogueira.

Di Angelo 2 | O labirinto de DédaloOnde histórias criam vida. Descubra agora