𝑂 𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

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~𝑲𝒂𝒏𝒂𝒆 𝒑𝒐𝒗~

Finalmente, um dia antes do meu casamento, eu realmente estava nervosa, semanas se tornaram horas, minutos se tornaram segundos, e segundos se tornaram milésimos, e eu estava realmente feliz com tudo isso.
Eu estava sozinha em casa, meu avô havia ido trabalhar, e Amane e Ubuyashiki sair novamente, então fiquei entediada rapidamente, então resolvi ir buscar minhas irmãs na escola, pra não precisar ficar sozinha em casa.
Chegando na escola, eu estava tão nervosa, como se eu fosse estudar novamente, mais agora, isso parecia meio impossível, já que eu estava grávida, e logo teria um bebê, então não conseguiria estudar, e infelizmente, não irei conseguir realizar meu sonho de ir pra faculdade, mais pensando pelo lado positivo, eu estava feliz que iria ser mãe, era como um sonho, no qual eu não queria acordar nunca. Eu estava tão distraída olhando pra minha barriga, que quando olhei pra frente, levei um pequeno susto, quando vi o Rengoku vindo na minha direção, ele esboçava um sorriso simpático de orelha a orelha, enquanto vinha na minha direção, e pra ser sincera, eu estava nervosa com tudo isso, pois havia muito tempo que eu não falava com ele, tipo, muito tempo mesmo.

-Oii- ele diz após parar na minha frente- eu queria mesmo falar com você.

-Arara, olá Rengoku San, o que você queria falar comigo?- nesse momento, Rengoku me abraçou repentinamente, me deixando nervosa. De repente, me senti estranha, meu corpo começou a falhar, minhas pernas fraquejaram, meu rosto começou a esquentar, meu coração acelerou, e senti...borboletas no estômago!, Seu cheiro, seu abraço, me fez sentir saudade dos tempos em que namorávamos, dos tempos em que vivíamos juntos. Me sinto culpada por dizer isso, mais naquele momento, nada mais importava, parte de mim queria que ele me beijasse, mais a outra parte de mim queria estar com o Sanemi, não sei porque me sinto assim, só sei que isso não é certo, meu corpo não me obedecia, minha mente me julgava, uma chuva de sentimentos tomaram conta de mim: 𝐑𝐚𝐢𝐯𝐚, 𝐜𝐮𝐥𝐩𝐚, 𝐬𝐚𝐮𝐝𝐚𝐝𝐞, 𝐦𝐞𝐝𝐨, 𝐚𝐦𝐨𝐫, 𝐭𝐫𝐢𝐞𝐬𝐭𝐞𝐳𝐚, tudo estava martelando a minha mente, me deixando mais nervosa.- Errrr, acho melhor você ir, podemos conversar mais tarde?, Você pode ir lá em casa, aí a gente conversa melhor pode ser?.

-C-claro, desculpa, a gente conversa melhor mais tarde então, tchau!- ele diz se retirando.

Após Rengoku sair, minhas irmãs chegaram, mais eu só consegui notar isso, quando elas começaram a brigar, pois eu estava distraída de mais pra poder perceber quando elas chegaram.

-Não tô nem aí pra você, tchau nee san, tô indo pra casa, preciso estudar paras as provas de amanhã- diz Shinobu.

-Arara, Sayonara!- diz Kanao se retirando com um sorriso simpático no rosto.

*

Depois de um tempo, minhas irmãs foram pra casa, e eu fui para a praça, eu precisava ficar um pouco sozinha, para por meus pensamentos no lugar, eu não poderia estar sentindo o que eu estava imaginando que estava sentindo, então preciso me distrair com alguma coisa.

*

Chegando na praça, me sentei num banco, perto do parquinho, onde estava cheio de crianças rindo, brincando e se divertindo, era tudo muito fofo pra ser sincera, mais ainda assim eu estava incomodada, e devo dizer que eu só queria afundar minha cabeça no travesseiro, e só acordar no dia seguinte, de verdade, eu não queria estar sentindo nada, do que eu estou sentindo agora, eu sinceramente só queria dormir, e fingir que esses sentimentos e pensamentos nunca existiram.
Abracei meus joelhos, e abaixei minha cabeça, fechando meus olhos, sentindo que poderia chorar a qualquer momento, pois eu realmente estava me sentindo mal, eu estava confusa, eu estava mesmo tendo sentimentos pelo Rengoku?, E pior, algo além da amizade, E EU SIMPLESMENTE NÃO PODERIA SENTIR ISSO!, EU VOU ME CASAR AMANHÃ!, PORQUE ISSO TÁ ACONTECENDO?. Sou tirada de meus pensamentos, por uma ligação da Shinobu, já que havia anoitecido bem mais rápido do que eu esperava. Atendendo a ligação, pude ouvir Shinobu dizendo que o Rengoku já estava na minha casa, me esperando!, Me levantei do banco, e corri em direção a minha casa, correndo como um corredor de corrida de obstáculos.

*

Cheguei em casa, e antes de abrir a porta, eu já havia me arrependido de ir pra casa, meu corpo travou, meu coração disparou quando ouvi a voz sorridente do Rengoku.
Entrei em casa, e fui para o meu quarto, fazendo sinal para o Rengoku me seguir, pois eu precisava conversar seriamente com ele. Entrando no meu quarto, Rengoku olhava cada canto, se sentindo em um novo planeta, já que fazia bastante tempo que ele não entrava aqui no meu quarto, fechei a porta, e me sentei na cama, pegando meu travesseiro, e colocando sobre as minhas pernas. Soltei um suspiro pesado, enquanto Rengoku se sentou ao meu lado.

-Você tá bem?- ele pergunta após se sentar ao meu lado.

-Estou sim, estou ótima, só cansada- digo dando um sorriso forçado.

-Ei, não mente, eu te conheço, você não consegue mentir pra mim, eu te conheço muito bem- ele diz colocando sua mão sobre a minha.- Olha, eu só queria dizer, que sinto muito por tudo, por ter traído você, por ter te machucado, sério sinto muito.

-Não se preocupe, eu não guardo mágoas de você, se eu fui capaz de perdoar a Daki que sempre fazia bullying comigo, eu posso ser capaz de perdoar você também- digo sorrindo mais logo, sinto o rosto do Rengoku se aproximar do meu, eu pude sentir sua respiração ofegante no meu rosto. Era realmente muito constrangedor na minha opinião, mais a pior parte, foi que ele me beijou!, Seus lábios se colaram com os meus, me deixando ainda mais nervosa. Eu queria empurra-lo, porém meu corpo não me respondia, meu coração estava acelerado, minha consciência estava pesando, minhas mãos estavam tremendo, e senti um suor frio escorrer por toda minha pele, suas mãos foram em direção a minha cintura, enquanto minha mão foi até sua nuca o puxando para perto, e novamente, senti borboletas no meu estômago, era como se tivesse voltado para o dia em que nos conhecemos, como se nada mais importasse, meu corpo desejava o Rengoku mesmo que eu quisesse ele longe de mim, mais o que eu poderia fazer?, meu corpo não me obedecia mesmo eu querendo fugir daqui- Rengoku San eu...- tento dizer após nos afastarmos porém ele me beija novamente dessa vez com mais intensidade e mais desejo. Uma chuva de sentimentos novamente caiu sobre mim, porém, o maior sentimento que estava dentro de mim, era a culpa, e a raiva, mais não era raiva do Rengoku, era raiva de mim mesma, pois eu estava literalmente traindo o Sanemi!, e isso fez eu me sentir suja, eu fiquei irrirada com o Rengoku por ele ter me traído enquanto eu julgava suas atitudes cruéis, mais agora eu estou fazendo com o Sanemi a mesma coisa que o Rengoku fez comigo e isso não era justo com o Sanemi, ele me amou, me ajudou e me protegeu, ele confiou em mim e eu acabei de destruir sua confiança, mesmo que ele não saíba sobre isso. Me senti péssima, me senti uma traidora, minha alma estava me julgando, enquanto, enquanto minha culpa, se tornava uma dor imensa dentro do meu peito, e de repente, minha fixa caiu, me trazendo pra realidade. Nessa hora, quando percebi o que estava fazendo, empurrei o Rengoku para longe, e então meus olhos se encheram de lágrimas, pois é como dizem, quando a dor não cabe mais no peito, ela escorre pelos olhos.- Acho melhor você ir embora, a gente pode conversar depois- digo empurrando ele para fora. Assim que fechei a porta e girei a chave, minhas pernas começaram a falhar, e então, caí de joelhos no chão, chorando muito, a culpa, havia caído sobre mim, pois realmente, a culpa era minha!, Eu me senti dividida, metade de mim, queria realmente estar com o Sanemi, mais outra parte de mim queria voltar com o Rengoku!, Porém, eu iria me casar amanhã, e a parte que queria o Sanemi era maior, e isso só me fez ficar pior ainda, pois eu havia traído ele!, Literalmente!. Encostei na porta, e abracei meus joelhos, ignorando minhas irmãs, que me chamavam na porta, eu só queria ficar sozinha, e imaginar que isso era só um sonho que se tornou um pesadelo, e que logo isso iria acabar, porém, era real, tão real, que me deixou com raiva de verdade, eu senti raiva de mim mesma, mais não era uma raiva comum, era uma raiva que eu nunca havia sentido por ninguém, nem pela Daki quando ela fazia bullying comigo, era realmente uma raiva mortal, que não me deixaria esquecer o que aconteceu hoje, não importando o que eu fizesse.

𝐸𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑖𝑛ℎ𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora