Depois de permanecer um tempo pensativa Vanessa finalmente aceita. Corre até sua mala atrás de roupa legal. Enquanto isso Joyce toma banho na banheira cheia de espuma bebendo champanhe e dançando ao som de "24K - Bruno Mars". O sorriso estampado no seu rosto denotava o quanto estava imersa de felicidade. Era como se os dias ruins nunca houvesse existido. Vanessa entra no banheiro ficando surpresa por vê-la com uma taça de champanhe.
— Tá bebendo? — questiona
— Não. — coloca a taça na borda da banheira estendendo os braços na mesma e em seguida apoiando a cabeça — Estou degustando. — Vanessa nada diz. Vai para o chuveiro individual tomar banho.
Após cinquenta minutos, ambas param em frente ao grande espelho no quarto. Joyce vestia uma vestido preto de paetê brilhoso acima dos joelhos. Vanessa também usava um vestido do mesmo estilo só que bege, elas haviam comprado juntas para ir ao show. Ambas estavam lindíssimas; maquiadas e bem produzidas. Joyce puxa o celular para registrar o momento e, claro, causar inveja nas inimigas quando postar nas redes sociais. Logo após, pegam suas bolsas e saem do quarto empoderadas.
Antes de curtirem a noite vão para o restaurante do hotel. Já dizia Dona Belarmina, avó de Vanessa "Saco vazio não para em pé". Assim que entram no lugar se surpreendem por ninguém as olhar. Não é porque estavam se sentindo famosas ou importantes. É só que se fosse no bairro onde moram todos os olhares estariam sobre elas. O povo são bem curiosos. Sentaram na mesa do meio, pegaram o cardápio e a partir daí surgiu o primeiro impasse, a barreira linguística. Por mais que olhassem o cardápio de baixo para cima e de cima para baixo, não entendiam nada. Exceto as palavras "with", "salad", "and", "house" Mas nunca o nome do prato completo. Elas se entreolharam. Neste instante chegou o garçom.
— Good night! Have already chosen what you want? — Elas ficaram caladas por um momento
— Good night! — respondeu Joyce tentando disfarçar — AAhh..
— salad? — Disparou Vanessa nervosa
— Salad. OK! — Anota
— No, No, — Vanessa o interrompe sorrindo amarelo. Olha para Joyce — Como se pede macaxeira ou cuscuz?
— Jura? Aqui não é Pernambuco. Não tem macaxeira e cuscuz!
O garçom continua em pé, aguardando, observa elas falando entre si, até que ele diz alguma coisa e sai.
— E agora? — pergunta Vanessa um pouco apreensiva
Joyce expira relaxando os ombros. Olha para o pessoal nas outras mesas comendo e conversando, fazendo-a sentir um pouco de inveja por saberem se comunicar e ela não. Se o inglês da escola pública que estuda fosse bom como os professores e diretores quer que pensem, saberia o que pedir — Um mulher com o tom de pele claro (não branca), cabelos castanhos amarrados num rabo de cavalo, chega até elas.
— Já decidiram o que pedir? — fala simpática
— É brasileira? — pergunta as jovens simultaneamente surpresas
— Sim — sorrir — Meu pai é Brasileiro.
— Que felicidade! — diz Joyce se recostando na cadeira aliviada.
— Nunca pensei que ficaria tão feliz em ouvir alguém falando português — desabava Vanessa
Com a ajuda da mulher "mistériosa", não perguntaram o nome, comem até ficarem satisfeitas. Logo após, agradecem e se despedem. Em frente ao hotel com a ajuda do um aplicativo chamam um táxi. Nessa parte o dinheiro já não era da rádio e sim um empréstimo que Ronaldo conseguiu com um conhecido para que ele e os pais de Vanessa paguem depois.
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Destino: Las Vegas
Teen FictionCom apenas 16 anos, Joyce e Vanessa ficam extasiadas com a noticia de que vão para Las Vegas com tudo pago ver o show de Queen B. Entretanto, as coisas não fluem da forma como elas esperavam. Vários empecilhos, inclusive a recusa dos pais em permiti...