Capítulo 1 - Início de um sonho

33 12 20
                                    

     Em uma manhã ensolarada do mês de Julho, a jovem entusiasmada Joyce de 16 anos, dança em frente ao espelho alegremente a música "suga mama" da cantora favorita Queen B. Ela está tão empolgada e imersa em seu show fictício que não se dá conta que esta sendo observada por dois pares de pequenos e inocentes olhos; sua irmãzinha clara e a prima Isabella.

Ela ora dança, ora desfila e em alguns momentos rebola tudo isso fazendo caras e bocas em frente ai espelho que havia no quarto que dividia com a irmã. Sua mãe havia saído para trabalhar no salão do bairro deixando-a responsável pela casa e pela irmã. Porém, decidiu aproveitar o momento em que a irmã estava na casa da tia para dançar as canções favoritas. 

A batida frenética da musica faz Joyce se empolgar ao ponto de intensificar a dança, se desequilibrar e cair sob a cama e, posteriormente, no chão. As meninas que a espiavam não conseguem prender o riso e caem na gargalhada. A Loira levanta apressada com um misto de vergonha e raiva e corre atrás das meninas que fogem. Antes que se aproximasse da porta da sala, ouve a voz da mãe, e se dá conta que ainda não tinha lavado os pratos e nem apanhados os panos que a mãe havia pedido.

Desesperada volta para o quarto, tiras os saltos, pega a trouxa de roupa sob a cama e joga dentro guarda roupa, desligar o aparelho de DVD que reproduzia um disco pirata da feirinha próxima a casa dela. Em seguida, corre para limpar o rosto no banheiro.

— Joyce! — grita sua mãe — Por que não lavou os pratos e nem pegou as roupas do varal? Ta esperando chover? — Joyce revira os olhos. Odiava a maneira como a mãe falava impondo uma obrigação como se fosse empregada.

— já estou indo. — grita de volta, enquanto tira o batom da boca.

O produto não saiu por completo deixando a boca levemente avermelhada. Saindo do banheiro foi para a cozinha, onde a mãe guardava algumas compras. Chegando lá Raquel a dispensa dos pratos, mas pede para que pegue as roupas no varal. Ela obedece. No quintal, ouve o rádio da vizinho ligado fazendo-a lembrar do sorteio que esta concorrendo na rádio América Brasil, ela entra imediatamente correndo e liga o som que fica na estante da sala. Interiormente, torcia para que o resultado ainda não tivesse sido divulgado e de fato ainda não tinha acontecido. Ela respira aliviada.

Nos dias que antecederam o sorteio, Joyce tinha ficado durante três dias agarrada no caixinha de som sintonizada na rádio com a finalidade de anotar quantas vezes cantava a música "Sweet dreams" e, assim, puder concorrer só prêmio.  Durante esses dias, a jovem garota levou tão a sério a chance de ganhar que levava o caixinha vermelho para todo lugar que fosse, incluindo, o banheiro e a escola. neste último caso, levou uma chamada da professora que ameaçou chamar seus pais e a diretora caso ela se recusasse a desligar o aparelho. A contragosto desligou, porém usou fones de ouvidos para continuar sua "missão". Sua mãe queria que ela se empenhasse dessa forma na escola tirando notas boas, mas Joyce simplesmente não se importava com os estudos.

Algumas vezes, elas discutiam por causa das notas e do desinteresse de Joyce com os estudos. Isso porque Raquel queria que a filha chegasse onde ela não pode chegar, por conta da gravidez precoce, que a vez parar de estudar e assumir as responsabilidade de mãe. Dessa maneira, uma vez ou outra, meio que  inconsciente, Raquel jogava sua frustração em cima da garota numa tentativa errônea de se realizar em cima de Joyce. O que, claro, está totalmente errado.

Durante o tempo do sorteio, poucos entenderam os motivos e os esforços da loira. Achavam um grande exagero e que suas chances de ganhar eram nulas, uma vez que não acreditavam que sorteios televisivos ou via rádio fosse verdade. Embora reconhecesse
tal possibilidade, não desistiu, ingnorou os comentarios negativos e continuou anotando a hora e o dia. Agora, finalmente, havia chegado o dia do resultado.

A música desconhecida chega ao fim. A locutora inicia a fala. Sentada no chão, sente o nervosismo percorrer seu corpo. Ela aperta as coxas numa tentativa de controlar a ansiedade. A mulher da rádio anuncia que já esta com o resultado. Joyce fecha as mãos em sinal de oração e leva até o rosto.

"E aí, galerinha? animados para saber o resultado?" — Começa a locutora.

— Sim! sim! — Fala ansiosa

"Vou começar a abrir, hein" – anuncia.

— Joyce!! — Sua mãe grita da cozinha — Já foi chamar sua irmã?

— Não, mãe. Daqui a pouco — Grita voltando a se concentrar na rádio 

A locutora retorna a falar, mas como era de se esperar, não o resultado e, sim que irão aos comerciais. Para desespero de Joyce que vai esperar mais um pouco. Impaciente ela bufar. Enquanto, o resultado não sai, vai até a casa da vizinha chama a irmã. Ao retornar  sentar novamente próximo ao rádio. Os comerciais continuam.  Ela apoia a cabeça nos braços que, por sua vez, estão sobre os joelhos. Durante o tempo que aguarda faz uma oração simplista mesmo não sendo religiosa.  A verdade é que ia para a igreja uma vez ou outra com seus pais mas ainda assim faltava muito para se converter. Os longos minutos de intervalo chegam ao fim.

— Gracias! — comemora

"Preparados? — começa a locutora deixando Joyce mais ansiosa que anteriormente — Se a resposta for sim, então vamos parar de enrolação e vamos ao resultado — Som de tambores. Joyce aperta as mãos — Já posso adiantar que é uma ganhadora... — Os sons dos tambores continuam.

— É agora! Se existe santo de música, por favor, me ajude! — Falar suplicando em frente ao rádio.

"Vamos ao resultado! — morde os lábios inferiores — A ganhadora é.....Joyce Gonçalves! "

— Han? Eu? Eu? — fala desacreditada, visto que nunca tinha a sorte de ganhar nem se quer um confeito nos sorteios que participava. — Eu ganhei! Eu ganhei! — grita

"Parabéns, Joyce Gonçalves! Nossa equipe entrará em contato com você para acertamos os detalhes da viagem"

— AAAAAAAAH — Grita eufórica pulando sem parar 

Ouvindo os gritos seus mãe e sua irmã correm até a sala. 

— O que foi menina? o que ganhou? — pergunta curiosa

— Simplesmente a melhor viagem do mundo. Vou conhecer QUEEN B — corre até a mãe abraçando-a forte — Vai ser esse final de semana, mãe — diz empolgada — nem acredito que isso realmente está acontecendo. É bom demais para ser verdade. 

— E para onde é essa viagem? — fala sem animação

— Las Vegas! Estados unidos! Não é demais? 

Neste momento, Raquel congela. Não é possível que a filha esteja cogitando a possibilidade de ir para fora do Brasil, estava?

— Preciso contar para Vanessa urgente! Já volto mãe — sai sem que desse tempo da mãe falar algo. 

Acompanhada apenas da filha caçula, Raquel senta no sofá pensando em como dirá a filha que não vai viajar! 

Acompanhada apenas da filha caçula, Raquel senta no sofá pensando em como dirá a filha que não vai viajar! 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Destino: Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora